Mais de 90% dos trabalhadores do Hospital Materno Infantil Santa Catarina, em Criciúma, aprovaram, em assembleia realizada na manhã desta quinta-feira (9), um indicativo de greve diante do descumprimento da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) referente ao complemento do piso salarial dos técnicos de enfermagem.
Por enquanto, a paralisação ainda não tem data definida. A categoria, junto com o Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Saúde (Sindisaúde), decidiu reenviar um ofício à direção do Instituto Ideas, gestor do hospital, buscando diálogo e uma solução que evite a interrupção dos serviços.
De acordo com o presidente do Sindisaúde, Cléber Ricardo da Silva Cândido, o problema está na forma como o reajuste salarial foi aplicado. “A CCT da categoria prevê que os reajustes dos técnicos de enfermagem devem ser pagos de forma separada, como abono, até que o Supremo Tribunal Federal decida de forma definitiva sobre o piso da enfermagem”, explicou.
Segundo ele, ao incorporar o reajuste ao salário base, o complemento pago pelo Governo Federal é reduzido. “O piso nacional é de R$ 3.325,00, mas como houve reajuste na negociação coletiva de março deste ano, se esse reajuste for incorporado ao salário base, o repasse diminui. E foi isso que ocorreu no Hospital Santa Catarina: o valor do complemento caiu de R$ 827,00 para R$ 525,00, gerando um prejuízo de quase R$ 300,00 por mês para os trabalhadores”, detalhou Cléber.
A categoria aguarda uma resposta do Instituto Ideas. Caso não haja acordo, o sindicato poderá definir nos próximos dias a data para início da greve.