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Síndrome de burnout: o quão esgotado você está?

No Avesso, psiquiatra Ritele Hernandez explicou o que é essa síndrome que já atinge 32% da população brasileira
Por Paulo Monteiro Criciúma, SC, 28/10/2019 - 16:46 Atualizado em 28/10/2019 - 17:23

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Um cansaço excessivo, acumulado e que acaba gerando um estresse gigantesco no trabalho. Esses são alguns dos sintomas da tão comentada Síndrome do Esgotamento Profissional, mais conhecida como Síndrome de Burnout, assunto levantado pela doutora Ritele Hernandez da Silva nesta segunda-feira, 28, no Programa Do Avesso na Rádio Som Maior.

Relacionada especialmente ao trabalho - em especial funções que são extenuantes e exigem demais -, a Síndrome de Burnout trata-se basicamente de esgotamento total de um funcionário. “É como a pessoa se esgotasse, ela se queima, queima as suas energias. Cada um tem o seu limite, e é aí que entra a questão da resiliência”, comenta Ritele.

Diferente da preguiça e da própria depressão, a Burnout é sofrida por pessoas que se dedicam extremamente ao trabalho, que possuem uma extrema vontade de trabalhar e corresponder às expectativas. É aquele indivíduo perfeccionista, que ama muito o que faz e que quer que as coisas sejam extremamente corretas, mas que graças às altas expectativas, determinadas por ele mesmo ou pela empresa, acaba se sentindo inútil quando não as alcança.

“É o workaholic, aquela pessoa que você diz ‘pode largar na mão dele que ele vai resolver’. Só que essa pessoa começa a ter uma expectativa muito alta, e aí começa a imaginar que, em função da sua expectativa, ele tem uma capacidade diminuída”, explica a psiquiatra.

foto: Djonatha Geremias
foto: Djonatha Geremias

E a frustração de não conseguir atingir algo, quando estendida por muito tempo, pode fazer com que a pessoa não consiga mais exercer aquela função que tanto costumava gostar. A síndrome é muito comum em profissionais que necessitam de uma reação imediata, como médicos, bombeiros, policiais, professores e, até mesmo, trabalhadores informais - como os cuidadores de idosos.

Segundo Ritele, o tratamento principal para o Burnout é a mudança de comportamento - obtido, muitas vezes, através de psicoterapias. “Não adianta nada eu ficar três meses afastada, faço o meu tratamento, a minha atividade física, as coisas melhoraram e eu volto para o meu trabalho no mesmo ritmo, querendo atingir sempre as metas e ser muito respeitado. Assim ‘eu’ vou cair de novo”, ressalta a doutora.

O imediatismo das atividades, principalmente no trabalho, acaba causando o esgotamento dos profissionais - que muitas vezes são elogiados por causa de uma dedicação ‘mortal’. A romantização de atitudes como essa, acaba servindo como um incentivo para que mais pessoas sofram da Síndrome de Burnout.

E apesar de ser diferente da depressão, esta síndrome pode conduzir a pessoa à doença. “Eu começo com uma exaustão emocional e um ritmo frenético que me causa indisposição. Eu acho que no momento em que o burnout tiver uma proporção realmente muito importante, e o próprio sintoma depressivo começar a dar prejuízo nas empresas, aí que vai inverter a situação, em que o próprio gestor vai começar a valorizar situações como ‘o seu almoço tem que ser de tanto tempo, você não pode fazer 80h por mês, você precisa de um limite’. Isso vai começar a dar um prejuízo pelo número de prejuízos ”, destaca Ritele, afirmando que pelo menos 32% da população brasileira já sofre com o mal.

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