Setor de carvão encerra 2025 com metas cumpridas em SC

O setor carbonífero de Santa Catarina encerra 2025 com um balanço positivo, avalia o diretor executivo do Siecesc, coronel Márcio Cabral. A entrega contratual de mais de dois milhões de toneladas de carvão ao Complexo Termoelétrico Jorge Lacerda deve ser concluída dentro do prazo, assegurando o cumprimento das metas estabelecidas para o ano. Cabral lembra que 2025 também marcou a aprovação da legislação que prorroga a atividade de lavra até 2040, garantindo previsibilidade para os investimentos e para a continuidade do processo de transição para um modelo de operação de baixo carbono. “Foi um ano importante, de cumprimento de metas e de garantia de continuidade da atividade, essencial para a economia da região”, resume.

Ao longo do ano, o setor reforçou iniciativas com impacto direto na economia local, especialmente na geração de empregos. Segundo Cabral, o carvão mantém há mais de uma década cerca de três mil postos diretos e sustenta uma ampla cadeia produtiva. O número de empresas prestadoras de serviço, fornecedoras e satélites passou de cerca de 200 para quase 300 na última década, ampliando a empregabilidade indireta. A operação ferroviária entre Criciúma e o Porto de Imbituba também segue dependente do mineral: 95% do transporte realizado na linha corresponde ao carvão, afirmou o diretor em entrevista ao repórter Davi Bravos, do Portal 4oito.

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Cabral destaca ainda o papel estratégico da geração termoelétrica na última década, sobretudo em períodos prolongados de estiagem. Entre 2020 e 2022, o Brasil registrou mais de 18 meses de chuvas abaixo da média, período em que o carvão foi determinante para manter a estabilidade no fornecimento de energia. “A energia termoelétrica impacta diretamente a vida das pessoas, principalmente aqui no sul de Santa Catarina”, reforça.

A prorrogação da atividade até 2040 está vinculada ao compromisso do setor com a transição energética justa. O Siecesc atua em programas de educação ambiental em parceria com a Polícia Ambiental, o IMA e projetos voltados a estudantes de 10 a 14 anos, além de investir em pesquisa e inovação por meio do Centro Tecnológico da SATC. Entre as prioridades estão o desenvolvimento de tecnologias de captura de CO₂, estudos sobre o aproveitamento de terras raras e a criação de novos produtos derivados do carvão. “A sustentabilidade ambiental e o desenvolvimento socioeconômico precisam caminhar juntos. É isso que nos permite olhar para o futuro com responsabilidade”, finaliza Cabral.