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Setembro Amarelo, mais um tempo de alerta para promover a vida

Os números são preocupantes. Em quase uma década, houve acréscimo de 55% nos casos de suicídios na Amrec
Denis Luciano / Gregório Silveira Criciúma, SC, 01/09/2020 - 16:30 Atualizado em 01/09/2020 - 16:31
Arquivo / 4oito
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Desde 2014 o mês de setembro é dedicado às discussões do suicídio de forma aberta e trazendo informações sobre as causas, os fatores e como auxiliar as pesssoas que precisam de apoio e atenção. No Brasil, por dia são 33 suicídios, ou seja, mais de 1 por hora. Já no Mundo uma pessoa tira a própria vida a cada 40 segundos. Outro dado que preocupa é que o suicídio alcançou a marca de segunda maior causa de mortalidade na população mais jovem, entre 15 e 19 anos.

"10 de setembro é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Trata-se de uma questão de saúde pública muito relevante. Cerca de 99% das pessoas que cometem suicídio tem algum tipo de transtorno psiquiátrico. O principal transtorno é a depressão, seguido pelo transtorno bipolar e, depois, dependência de álcool e drogas. Por isso não tem como tocar no assunto suicídio sem falar também em psiquiatria", afirmou o médico psiquiatra João Quevedo, em entrevista ao Programa Adelor Lessa desta terça-feira, 1, na Rádio Som Maior.

O médico mencionou um fator importante, o isolamento que resulta da pandemia de Covid-19. "Existem alguns dados preliminares que mostram estar havendo aumento dos quadros psiquiátricos. Sendo assim, há um aumento no risco, na tentativa de suicídio e na efetivação", pontuou Quevedo.

Na Amrec, preocupação é grande

Segundo a Rede de Proteção à Vida (RPV), até 26 de agosto desse ano na Amrec (Associação dos Municípios da Região Carbonífera) já contabilizou 31 casos de suicídio. Somente em 2019 foram 53 casos na Amrec, 19 a mais do que em 2010, que registrou 34 casos. Com isso, houve um acréscimo de 55,88% em um espaço de nove anos.

Ano a ano, os casos na década na Amrec:

2010 - 34 suicídios

2011 - 50

2012 - 30

2013 - 46

2014 - 43

2015 - 47

2016 - 43

2017 - 46

2018 - 36

2019 - 53

2020 - 31 (até 26 de agosto)

Em um período de dez anos e oito meses, desde janeiro de 2010, o Instituto Médico Legal (IML) de Criciúma registrou 459 óbitos por suicídio. "Por tudo isso, temos que conversar sobre o assunto. Discutir de uma maneira responsável e cientifica para mostrar que isso existe e que também existem formas de buscar ajuda", ponderou João Quevedo.

Falar, ajuda

"Em 2014, de janeiro a 24 de abril, tivemos uma média de dois suicídios por semana. Após intensa divulgação pela mídia, pela Rede de Prevenção Movimento Criciúma Viva, num primeiro momento tivemos vinte dias até o caso seguinte, representando 85% na redução de mortes, equivalente a dez vidas salvas", relatou o voluntário Almir Fernandes de Souza, que é técnico do IML e faz a contabilidade dos casos.

As tentativas de suicídios na região, registradas pelo Núcleo de Prevenção à Violência e Promoção da Saúde (Nuprevips) da Unesc, entre 2010 e 2013, apontam para os seguintes números:

2010 - 61 casos
2011 - 217
2012 - 249
2013 - 275

Almir conta que as ocorrências de suicídios ocupam o segundo ou terceiro lugar nas causas de mortes na região. "Temos que considerar, ainda, os casos de tentativas de suicídio, que normalmente não são notificados pelos órgãos de saúde", ponderou. "É preciso considerar, ainda, que temos alguns casos de acidentes de trânsito e afogamentos que tiveram indícios de suicídios", argumentou.

Com a sua experiência de voluntário reconhecido e técnico do IML, Almir entende que "temos que ter cautela na divulgação de casos de suicídios, porém não devemos fechar os olhos para o problema, que além de um compromisso social aponta para o mais evidente, um problema sério de saúde pública, pois esses casos só perdem, em número de ocorrências, para os acidentes de trânsito", explicou. "O que devemos, sim, é sugerir a discussão, o debate da sintomatologia e divulgação dos locais de ajuda", arrematou.

Os contatos
CVV - 3439-0222 e 188

Os serviços disponíveis para orientação e apoio são o Centro de Valorização da Vida (CVV), Nuprevips, Serviço de Psicologia Aplicada Esucri (SPAE), Centro de Atenção Psico-Social (CAPS), Associação Criciumense de Apoio à Saúde Mental (CERES), Centro de Referência de Saúde do Trabalhador (CEREST) e Alcoolicos Anônimos (AA), entre outros.

Ouça, no podcast, a entrevista do psiquiatra João Quevedo à Rádio Som Maior:

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