O secretário do Desenvolvimento Econômico Sustentável de Santa Catarina, Lucas Esmeraldino, concedeu entrevista ao Programa Adelor Lessa, da Rádio Som Maior, nesta segunda-feira, 18. Em pauta, as medidas tomadas pelo Estado e as poucas projeções que podem ser feitas sobre o impacto econômico negativo que a pandemia do coronavírus trouxe a Santa Catarina, a exemplo do que aconteceu no resto do mundo.

Esmeraldino confirmou que o Estado trabalha com o cenário de perda de vagas de emprego. No entanto, elogiou a diversificação da economia catarinense, com a solidez dos micro e pequenos empresários.

"A queda na produção e a perda de postos de trabalho vai depender de inúmeros fatores, principalmente o tempo necessário para passarmos pelo ápice da curva e de como os incentivos do governo vão ser utilizados pelas empresas e microemprendedores. Também vai influenciar como essas empresas vão negociar com clientes, fornecedores e funcionários. Há uma grande força nas pequenas e médias empresas, que são resilientes e superam crise de forma mais criativa, demitindo menos", apontou.

Porém, o secretário admitiu que haverá perda de empregos. "Muitas empresas estão descapitalizadas e operam nos seus limites. Perderemos empregos, é algo global. Os números concretos só serão conhecidos à medida em que a crise for distanciada e a realidade voltando. Nossas equipes seguem monitorando a trajetória do setor produtivo na recuperação", estima Esmeraldino.

O governo do Estado disponibilizou crédito junto ao Badesc de R$ 50 milhões para micro e pequenas empresas, além de ampliar o Programa Juro Zero, diz Esmeraldino. "Temos também a repactuação de pagamento em linhas já existentes, com carências de seis meses dos contratos para micro, pequenas e médias empresas. O BRDE também está pensando e trabalhando com o pós crise, com destinação de R$ 400 milhões para empresas de qualquer porte", afirmou.

O Estado busca, ainda, mais recursos para uma nova linha de créditos aos empreendedores catarinenses. "Estamos buscando junto ao BNDES e fontes internacionais mais recursos para atender o máximo possível de empreendedores catarinenses. Para quem já é cliente, o Badesc possibilita a postergação em até seis meses das parcelas contratadas", disse Esmeraldino.

O secretário elogiou as medidas do governo federal e diz que o governo de Santa Catarina aguarda um pacote de recuperação dos estados, ainda a ser discutido pelo Congresso Nacional. Esmeraldino explicou a maior cautela dos bancos para conceder empréstimos, mas lembrou que os juros estão em patamares mais baixos no mercado.