Nos últimos dias, a chuva tem aparecido com frequência no Sul de Santa Catarina. Os períodos de estiagem no fim do ano passado, ainda assim, podem trazer prejuízos a alguns produtores e o sinal de alerta permanece ligado em todo o Estado. No Oeste, municípios estão com os rios em situação crítica pela falta de água, situação que atinge também o rio Mãe Luzia, em Forquilhinha - está 43 centímetros abaixo da faixa considerada ideal.

No entanto, a Epagri afirma que a situação no município da Região Carbonífera ainda não afetou as lavouras da região. Recentemente, o prejuízo estimado para as produções de arroz e milho de toda a região poderia chegar perto dos R$ 30 milhões, devido à falta de chuvas em novembro e dezembro.

A tendência de mais chuvas para o Sul trazem mais tranquilidade para avaliar os impactos das chuvas de janeiro nas lavouras. "Pela proximidade com a Serra, a umidade sai do mar, chega no costão e têm essas pancadas que estamos vendo no fim dos dias. De Tubarão até Praia Grande, a gente teve uma quantidade de chuva considerável. No Oeste estão em situação mais complicadas. Aqui na região, a chuva foi normal em janeiro, em Nova Veneza, por exemplo, deu 150 milímetros de chuva, o que normalizou bastante", afirmou o diretor regional da Epagri, Edson Borba Teixeira. 

Donato Lucietti, coordenador estadual do programa grãos da extensão rural da Epagri, aponta que a possibilidade de chuvas para os próximos dias não deve levar prejuízo às lavouras, especialmente de arroz, em Forquilhinha. "Detectamos que ele (rio Mãe Luzia) está abaixo do nível, mas isso não quer dizer que está faltando água nas lavouras. Se começar a ter mais dias sem chuva, começa a preocupar, mas a previsão está otimista", afirmou.

"Tem lavoura que não afetou nada, que tem a disponibilidade de água, aquela está normal. Tem outra que não teve água para repor, aí já sofre o prejuízo. Se continuar o tempo com sol bom e chuva regular, está resolvido. Por outro lado, se chover todo dia, as lavouras que começam a florescer terão problemas", acrescentou Donato.

Chuvas no Estado

O Ciram faz o monitoramento dos rios do Estado. De acordo com a Defesa Civil, os dados passados pelo órgão apontam para a situação mais crítica no Oeste de Santa Catarina. Municípios como Chapecó, Antes e Irani, próximos à fronteira com a Argentina, estão com o nível dos rios em situação crítica. Quatro municípios estão em situação de alerta para o nível dos rios, o que ocasiona redução no abastecimento de água: Jupiá, Coronel Martins, Saltinho e Iporã do Oeste.

"A chuva está mal distribuída. No meio-oeste, em vários lugares, as chuvas estão abaixo. Mesmo assim, na região, alguns municípios estão em boa situação. Em Chapecó e região também há problema e na região da grande Florianópolis também, estão com poucas chuvas", aponta Clóvis Correa, meteorologista do Ciram. 

Nas proximidades do litoral, Tubarão, Itajaí e Tijucas estão com a vazão dos rios considerada crítica, mas não há informação de problemas no abastecimento, de acordo com boletim divulgado pela Defesa Civil. 

O relatório também aponta para a melhora no nível de chuvas em todo o litoral até a quinta-feira, 23. Entre os dias 24 e 28 deve haver novo período de estiagem, enquanto do dia 29 até 6 de fevereiro, grande parte do Estado deve ter bons níveis de precipitação, de 70 milímetros como média; nesse período, deve chover abaixo no Sul: média de 50 milímetros.