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Salários atrasados e rebaixamento: 2019 foi um ano inédito para a Chapecoense

Pela primeira vez rebaixado em competição nacional, ano foi de erro na montagem do elenco e desordem financeira em Chapecó
Por Heitor Araujo Chapecó - SC, 13/12/2019 - 18:00 Atualizado em 13/12/2019 - 18:26
Na Sul-americana, a Chape foi eliminada por um time que nunca tinha jogado competição continental (Foto: Conmebol)
Na Sul-americana, a Chape foi eliminada por um time que nunca tinha jogado competição continental (Foto: Conmebol)

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O time mais longevo de Santa Catarina na Série A conheceu a sua primeira queda de divisão. Erros na montagem do elenco e problemas financeiros foram cruciais para a Chapecoense decepcionar a torcida e fazer uma campanha digna de lanterna da competição – os 32 pontos conquistados pelo Verdão do Oeste foram os mesmos que o Tigre alcançou em 2014, quando foi último colocado na Série A. A lanterna só não veio porque o Avaí fez a pior campanha de um catarinense em toda a história dos pontos corridos.

O ano começou para a Chape com quatro competições no calendário: Catarinense, Copa do Brasil, Copa Sul-americana e Brasileirão. Só conseguiu o objetivo inicial na Copa do Brasil, ao alcançar a quarta rodada e cair para o Corinthians, em dois confrontos disputados: ganhou por 1 a 0 em Chapecó e perdeu por 2 a 0 na Arena Corinthians. Seguindo a série de reportagens sobre o ano ineficiente dos catarinenses no futebol, o 4oito agora faz um resumo da temporada da Chapecoense. Contribuiu com a matéria o repórter da Rádio Oeste Capital, Mateus Montemezzo.

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Vice

“A Chapecoense lamentou a não ter conseguido a campanha para jogar a final em casa e isso pesou diante do Avaí”, comenta Montemezzo, sobre mais um vice-campeonato da Chapecoense no Campeonato Catarinense.

Sendo um dos dois representantes do futebol catarinense na Série A, a expectativa era do hepta no estadual. Porém, com a campanha insuficiente na primeira fase, 32 pontos, teve a missão de decidir o título - após deixar para trás o Figueirense na semifinal – na Ressacada, contra seu rival de divisão: o Avaí.

O técnico Claudinei Oliveira, que livrou a Chapecoense do rebaixamento na Série A na temporada passada, não chegou até o fim do estadual. O time já havia perdido Wellington Paulista, liberado para atuar no Fortaleza. A eliminação precoce na Copa Sul-americana foi determinante para a troca de comando: Claudinei foi demitido ao perder para o Joinville em casa, mesmo vindo de uma sequência de três vitórias consecutivas no Catarinense.

A Chapecoense chegou na final do Catarinense com Ney Franco no comando e Gum, Márcio Araujo e Elicarlos como jogadores mais experientes. Nem assim conseguiu bater o Avaí na Ressacada, apesar de ter levado a decisão para os pênaltis. Com a derrota no Estadual, Ney Franco já começava o Brasileirão pressionado…

Ney Franco não deu certo na Chape

Zona de rebaixamento

Foi do começo ao fim que a Chapecoense figurou na zona de rebaixamento. Com contratações de jogadores que não deram certo e troca de treinadores, o Verdão fez sua pior campanha na história do Brasileirão. Ney Franco deixou o clube na 11ª rodada, com apenas oito pontos conquistados e o 18º lugar na tabela de classificação.=

“O Newton Drummond (que foi demitido em junho), o Chumbinho, errou muito em contratações. Todas que vieram para ser soluções acabaram decepcionando: Maurício Ramos, Camilo, Arthur Gomes, que poderiam ter rendido muito mais e acabaram não rendendo. Um grupo velho, sem explosão e velocidade”, avalia Montemezzo. Quem deu certo foi o atacante Everaldo, da base do Grêmio, que chegou a figurar entre os artilheiros da Série A nesta temporada. O atacante terminou o Brasileirão com 13 gols e valorizado no mercado nacional.

Sem Ney Franco, o auxiliar Emerson Cris comandou a chape até o encerramento do primeiro turno, quando foi anunciado Marquinhos Santos, que havia conquistado o acesso na Série C pelo Juventude. O contrato era até o final do Nacional. Em 19 rodadas no comando do Verão, Marquinhos conseguiu apenas quatro vitórias, sendo a última na despedida da Arena Condá em 2019: 3 a 0 sobre o CSA. Em comum acordo, ele deixou a Chape antes da última rodada contra o Vasco, no empate em 1 a 1, novamente com o auxiliar Emerson Cris.

O resultado foi o retorno à Série B, após seis participações consecutivas na elite do futebol brasileiro. Junto com o Cruzeiro, a Chapecoense conheceu um rebaixamento de divisão nacional pela primeira vez em sua história.

Além do rebaixamento, outro fator desconhecido até então pela Chapecoense: a desordem financeira. “Um erro financeiro muito grande, de a partir de maio ter dificuldade em pagar direito de imagem dos jogadores e, nos últimos três meses, dificuldades de pagar a CLT, o salário dos jogadores. Também não teve pagamento de bicho para os jogadores, prática comum”, acrescenta Mateus Montemezzo.

Everaldo foi um dos poucos acertos do ano

Nas copas

Pelo quinto ano consecutivo, a Chapecoense disputou uma competição continental. Na Sul-americana, cujo título conquistou em 2016, ano da tragédia aérea, no entanto, não obteve bom desempenho. O adversário na primeira fase era o desconhecido Unión La Calera, do Chile.

“O Unión disputava pela primeira vez a competição. A Chapecoense era favorita e jogou mal ainda sob o comando do Claudinei Oliveira os dois jogos e acabou sendo eliminada em Chapecó”, lembra Montemezzo. Foram dois empates: 0 x 0 fora e 1 x 1 em casa, gol marcado por Everaldo. A eliminação deu-se pelo critério de gol qualificado.

A Copa do Brasil foi a única “glória” da Chapecoense no ano. Passando pelo Criciúma com duas vitórias na terceira rodada, o time, ainda comandado por Claudinei Oliveira, teve pela frente o Corinthians na quarta rodada – e deu sustos no campeão paulista.

A vitória por 1 a 0 em casa, gol marcado por Aylon, revelado pelo Internacional, não foi suficiente para segurar a pressão na Arena Corinthians. No jogo de volta, com gols de Boselli e Mateus Vital, a Chape foi eliminada. Segundo Montemezzo, a Copa foi a única competição do ano em que a Chape cumpriu a missão na temporada. “Caiu para um grande do futebol brasileiro, o que era imaginado”.

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