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Relacionamento abusivo é assunto no Avesso

Psicólogo Jean Bombazar esteve no programa explicando o que é esse relacionamento que atinge muito mais do que só os casais
Por Paulo Monteiro Criciúma, SC, 05/11/2019 - 16:03
Fotos: Amanda Farias / 4oito
Fotos: Amanda Farias / 4oito

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Engana-se quem pensa que o relacionamento abusivo é algo exclusivo dos casais. Esse mal acontece não só entre namoradas e namorados, como também em amizades, relações de trabalho e, até mesmo, relações familiares. Para falar sobre esse assunto tão polêmico e extremamente presente na sociedade atual, o Programa Do Avesso recebeu nesta terça-feira, 5, o psicólogo Jean Bombazar.

“Relacionamento abusivo é quando um indivíduo deixa de ser quem ele é, ele anula a sua própria identidade para poder estar se submetendo ao outro. Nós podemos estar chamando de relacionamentos abusivos ou relacionamentos dependentes, as nomenclaturas para esses casos podem variar, mas na verdade é quando o meu eu deixa de existir para o que o seu eu impere”, explicou o psicólogo.

Não é preciso sofrer violência física para, aí sim, afirmar que se está vivendo um relacionamento abusivo. Segundo Jean, a violência psicológica, causadora de danos emocionais, diminuição de autoestima e responsável por degradar e controlar ações e sentimentos, também está atrelada à esses tipos de relações - além de se encontrar presente na lei Maria da Penha.

E esse tipo de comportamento é, muitas vezes, comum até mesmo em ambientes de trabalho, podendo ser um fator importante para que a pessoa desenvolva um certo distúrbio: a síndrome de burnout. “Às vezes as empresas me chamam justamente para falar sobre a baixa produtividade, a falta de comunicação e os fato de que resultados alcançados pelos funcionários não estarem indo tão bem. Em um feedback dos colaboradores, a gente acaba ouvindo que, pela relação de poder, os chefes acabam abusando da pessoa que está envolvida ali”, comentou.

Nas relações amorosas, este tipo de relacionamento pode se desenvolver com o passar dos tempos, através de impasses e discordâncias. O psicólogo afirma que seu papel, e do casal também, é, muitas vezes, entender e identificar esse fato e reverter a situação através de uma negociação - que muitas vezes pode ser baseada na própria relação. Apesar disso, muitos relacionamentos já começam com essa característica, graças ao perfil de pessoas que já haviam vivido uma vida de abusos.

É importante revisar e renegociar os relacionamentos, entender a sua posição e o seu comportamento dentro que está sendo vivido, além de saber se você está feliz agindo dessa forma, ou sendo tratado dessa maneira. “Nós ainda vivemos em uma sociedade machista, patriarcal e as mulheres, muitas vezes, acabam usando o próprio sexo como objeto de negociação. Quando falamos de relacionamentos dependentes, para todo dependente há um codependente. Então que ganho secundário ele tem, de se submeter a ela para ter o sexo?”, questionou Jean, afirmando que a negociação nem sempre ocorre somente pelo sexo, sendo às vezes feita através de questões financeiras ou, até mesmo, pelos próprios filhos.

Segundo Jean, é preciso conhecer a si mesmo e ao próprio relacionamento, e saber quando ele está, ou não, lhe fazendo bem, ter ciência de quando é a hora de parar. “Percebe-se que o custo do luto, da perda, é menor do que o custo que você está pagando neste relacionamento? Eu não estou fazendo uma apologia à separação, mas a negociação da relação, a o que realmente é importante para mim”, concluiu o psicólogo.

Tags: do avesso

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