O ambiente na esquina da rua Marcos Rováris com Marechal Deodoro, na região central de Criciúma, remete à primeira hora da tarde de um daqueles domingos de temperatura elevada que leva grande parte da população para a praia. Não condiz com uma segunda-feira em que o comércio funcionou normalmente. Pois é o cenário nesta segunda de véspera de carnaval: o centro da cidade amanheceu e entardeceu praticamente deserto, enquanto os atendentes das lojas aguardavam na porta os clientes que, se chegaram, foram em baixíssimo número.

No entorno da Praça Nereu Ramos, a maioria dos estabelecimentos abriu as portas no horário regular, com o número de funcionários de uma segunda-feira qualquer. Porém, o que se viu foram lojas praticamente vazias, com os funcionários sendo deslocados para as funções internas.

É o que explica a gerente de uma loja de calçados localizada às margens da Praça. Ela aponta que as vendas não atingiram nem 50% de um dia comum e o expediente ficou mais voltado ao estoque. No interior do estabelecimento, as funcionárias permaneciam em frente à porta na expectativa de algum cliente.

Uma loja de informática em uma rua adjacente, que costuma vender de R$ 7 mil a R$ 8 mil por dia, não havia feito nenhuma venda até as 17h desta segunda. Os funcionários permaneciam em frente ao local, equanto outros comerciantes passavam e comentavam "está fraco hoje, né?". 

Em uma sorveteria, nem os 35°C marcados no termômetro da Praça levantaram o otimismo para um bom dia de vendas. No ápice, são comercializadas 500 casquinhas: nesta segunda, a estimativa era de se comemorar caso atingisse 200. 

Na rua Marcos Rováris, uma funcionária da prefeitura que cuida do estacionamento rotativo, permanecia parada em pé na calçada. As vagas para estacionar estavam praticamente todas livres, algo inusitado para um meio de tarde de um dia de semana. Na quadra em que normalmente são expedidos 100 bilhetes de rotativo, ela tinha registrado apenas sete.