Na última semana, o juiz de direito Fernando de Medeiros Ritter publicou uma decisão na qual autoriza Rogério Cizeski a acessar as instalações da Criciúma Construções e demais empresas, mas apenas para acompanhar as atividades em horário e local estabelecidos pelo gestor judicial Zanoni Elias. Cizeski esteva afastado da empresa desde de 2015.
Na manhã de hoje, Cizeski e o advogado Jefferson Monteiro, que lidera a equipe de defesa do empresário, concederam entrevista ao Programa Adelor Lessa.
“Haviam duas decisões uma do juiz do cível e uma do criminal. No criminal foram impostas medidas cautelares que previam limitações de acesso físico. Com o passar do tempo não havia razão para manter a decisão. A liberação desta medida cautelar viria apenas após o juiz cível. O Rogério estava afastado apenas de maneira física. A gente sabia que era questão de dias para que a questão fosse alterada”, explicou o advogado.
De acordo com o Monteiro, essa decisão não diz respeito ao retorno de Cizeski como gestor, apenas autoriza a presença do empresário. “A decisão do juízo da recuperação, mantem a empresa sobre a gestão da justiça. Então, o Rogério pode participar de maneira colaborativa aos atos da gestão, mas não tem poder de comando”, esclareceu.
Em relação aos empreendimentos que ainda não estão resolvidos, o advogado explicou que ainda não são de responsabilidade de Cizeski, mas da gestão judicial. “Nesse primeiro momento, não podemos avançar sobre as decisões. Sabemos que mais de 40% das obras foram repassados para as associações. Há outros empreendimento que devem ser repassados ou geridos pela Criciúma Construções, sob comando do gestor judicial”, contou.
Com a volta, Cizeski pretende tomar conhecimento dos empreendimentos para ver coimo será possível auxiliar o gestor para que os empreendimentos sejam concluídos. “Para que de maneira efetiva se amenize os problemas e prejuízos que as pessoas tiveram com o problema da empresa”, afirmou.
Cizeski conta que está pronto para uma reunião com o gestor judicial e que está pronto para auxiliar na empresa. “Pelo que acompanhamos tem coisa para resolver dentro da empresa. Tenho condições de resolver problemas, porque eu conheço bem a minha empresa. O setor de construção civil está difícil, mas tudo se resolve”, afirmou o empresário.
O empresário disse que vai conversar com o gestor judicial para ter ideias e ver o que é melhor. Segundo ele, a Criciúma Construções sofreu com a crise mais do que as demais empresas da região, pois era a maior.
“O mercado hoje e nós próximos dez anos fica estacionado. Hoje as construtoras financiam muito e isso traz muitos riscos. Isso aconteceu conosco. A inadimplência foi grande, chegando a 95%, e esse foi o fundo do poço da Criciúma. Você não consegue tocar uma obra sem receber”, explicou o empresário.
O processo de recuperação judicial se encerra no fim do ano. “Então o Rogério assume em sua plenitude, mas deixando bem claro que tem que seguir o plano de recuperação judicial”, esclareceu o advogado.
Os projetos que hoje estão encaminhados dependerão de uma conversa entre o empresário e o gestor, com o condomínio e com a associação. “Cada caso é um caso. Falam de banco, nós temos 20 obras financiadas. Hoje o banco está disposto a ser parceiro e as vezes cobre a inadimplência de uma obra. Não é fácil resolver todos os problemas com a nossa estrutura, vamos tentar resolver isso”, afirmou.
Para Rogério, não é possível mais tornar a Criciúma Construções o que era antes. “É impossível. Não tem mais condições com o mercado de hoje. A construção civil estava estacionada, hoje já andou bastante. Existe excesso de obras no mercado”, disse Cizeski.
“É importante lembrar que o setor acompanha a iniciativa e ela também está parada, o que atinge os investimentos do setor privado”, completou o advogado.
Questionado por um ouvinte da Som Maior sobre como pretende fazer a empresa voltar a ter credibilidade para vender novos empreendimentos, Cizeski afirmou: “A empresa precisa resolver os problemas dos clientes, não fazer novos empreendimento. Não precisa lançar mais nada. Precisa trabalhar para resolver o que já tem lá. Só de tocar parte do que tem lá, já tem bastante obras. Mas só dá para tocar as obras se houver recebimento”.
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