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Pneumologista tira dúvidas sobre os impactos e riscos da Covid-19

Renato Matos atenta para a subnotificação de casos da doença no país
Por Paulo Monteiro Criciúma - SC , 29/06/2020 - 16:57 Atualizado em 29/06/2020 - 17:02
Foto: Vitor Netto / 4oito
Foto: Vitor Netto / 4oito

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O Brasil vem lidando diariamente com o novo coronavírus há mais de quatro meses, quando o país registrou o primeiro caso da doença, no final de fevereiro. Mesmo que estejamos acompanhando o avanço da doença desde dezembro, quando ela teve início na China, algumas questões ainda causam muitas dúvidas no cenário atual nacional e regional - algumas delas, respondidas pelo médico pneumologista Renato Matos, em entrevista ao programa Agora desta segunda-feira, 29.

Renato destaca que estamos vivendo um período complicado de aumento no número de casos, algo que já era previsto pelos modelos de estudo, e que acabou culminando no relaxamento por parte de muitas pessoas. "Essa chegada tardia atrapalhou um pouco as pessoas, que tinham a ideia de que já teria passado a doença e não teríamos mais problemas, e além desse número de casos preocupantes ainda lidamos com uma situação de que não temos nenhum tratamento efetivo", declarou.

A subnotificação de casos positivos também é outro ponto que preocupa o médico. "Se observarmos o site do Governo do Estado, ele mostra que temos 312 óbitos e, ao lado, está escrito: exames aguardando confirmação. Esses são 5850. Como hoje são coletados exames de pacientes geralmente internados, temos 5850 exames de pacientes potencialmente graves que ainda não aparecem nas estatísticas", ressaltou.

Essa subnotificação fica ainda mais evidente quando se são analisados os testes sorológicos feitos aleatoriamente na população. "Um exemplo é se temos 5% testes positivos em uma população de 100 mil, teríamos 5 mil infectados. Mas vamos ver e são divulgados 200, no máximo", disse. Em Criciúma, atualmente, são cerca de 600 casos positivos da doença. "Há uma subnotificação muito grande, temos pacientes que atendemos em casa e eles não fazem os exames, é muito difícil conseguir fazer", pontuou o médico.

Risco em estabelecimentos e pacientes com problemas crônicos 

Segundo Renato, existe sim o risco de transmissão do Covid-19 em ambientes fechados de convívio social, como restaurantes, bares e casas noturnas. O pneumologista essalta que o perigo está no modo relaxado como muitas vezes as pessoas se comportam dentro desses locais. "Pessoas próximas falando alto, cantando sem uso de máscara ou com uma máscara inadequada, é essa a situação que mais provoca risco. A imensa maioria não sabe como adquiriu os vírus, mas boa parte dos que sabem adquiriram em eventos sociais, jantas com amigos. Isso realmente preocupa, essa proximidade física, falando alto e cantando é considerada a maior situação de risco dentro do contexto do coronavírus", disse.

Se o risco já é grande para pacietnes teoricamente saudáveis, é ainda maior para aqueles que possuem doenças pulmonares e crônicas. De acordo com Renato, os cuidados com essas pessoas precisam ser redobrados não só por parte do paciente em si, mas também pela família. "Familiares de pacientes com doenças crônicas, pulmonares, cardíacas e diabéticas é preciso fazer um sacrifício maior. Não adianta nada a pessoa ficar em casa se cuidando e os familiares ficarem se expondo de maneira inadequada. Vão levar para casa, a pessoa se contamina e pode ter problemas sérios, podendo vir a falecer", declarou o doutor.

O uso de máscaras em atividades físicas

Só o fato de utilizar máscaras já aumenta a frequência cardíaca em 10 batimentos. Esse número é ainda maior quando se entra em um contexto de atividades físicas. Apesar disso, o uso continua sendo importante para quem se exercita em academias, ou pedala junto a outros ciclsitas. A exceção é em casos de pessoas que se exercitam sozinhas, em locais isolados. 

Tags: coronavírus

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