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Pela volta ao trabalho, comerciantes vão à praça (VÍDEOS)

"Esse vírus só pega determinada classe?", questionou lojista. Cartazes contra o governador chamaram a atenção
Denis Luciano / Marciano Bortolin Criciúma, SC, 07/04/2020 - 16:22 Atualizado em 07/04/2020 - 16:40
Fotos / Vídeos: Marciano Bortolin / 4oito
Fotos / Vídeos: Marciano Bortolin / 4oito

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A extensão do decreto de isolamento social em Santa Catarina, proibindo a abertura do comércio e a retomada do transporte coletivo, ainda não tem período definido. Mas vai acontecer. "Acreditamos que a liberação geral agora é precoce", reforçou o governador Carlos Moisés no fim da tarde desta segunda-feira, 6. Ainda nesta terça ele anuncia o novo decreto.

Com isso, protestos estão ocorrendo em todo o estado. Em Criciúma, comerciantes e trabalhadores repetiram o encontro que já havia ocorrido pela manhã na Praça Nereu Ramos, agora de forma mais organizada. Havia cartazes, muitos deles com foco na figura do governador. "Queremos trabalhar, é nosso direito", dizia um. "Todos podem abrir, menos nós. Por quê?", questionava outro. "Os boletos não param de chegar. Quero trabalhar", dizia um terceiro. "Se o comércio não abrir, seremos demitidos", alertava mais um cartaz. "Atenção governador, se o comércio não abrir, demissão em massa", advertia outro.

Situação difícil

A comerciante Selma Negro apanhou o megafone para conversar com as cerca de 150 pessoas que estavam na praça pouco depois das 16h, conforme cálculos da Polícia Militar (PM). "Nós estamos aqui com todos os nossos funcionários, estamos aqui pois também temos direitos, esses direitos não nos foram dados. A gente vê tanta gente circulando em mercado, em outros lugares, na praça, não podemos abrir nossos negócios, vamos ter que demitir, como vamos pagar nossas contas", afirmou. "Como vamos pagar nossos funcionários, nossos aluguéis", questionou. "Por quê? esse vírus só pega determinada classe?", indagou.

A comerciante citou, ainda, a situação dos trabalhadores. "Aqui não tem só empresário, aqui tem também funcionário preocupado com a situação na sua casa. Temos a consciência da pandemia. Não podemos simplesmente fechar nossas portas. Nossos funcionários estão desesperados", afirmou. Assista a fala da lojista, que é proprietária de um restaurante na área central, no vídeo abaixo:

Revolta dos lojistas

Outra comerciante reforçou que o sentimento entre seus colegas é de revolta com a manutenção da suspensão de atividades. "A nossa situação é de revolta, precisamos recomeçar, temos que voltar, pelos nossos colaboradores, pela empresa também. Está todo mundo na mesma situação, são aluguéis, energia, impostos e tudo mais. Viemos em busca de força com todos os comerciantes para que a gente possa retomar o nosso trabalho", afirmou Fabrícia Batista. 

Ela já indicou que fez quatro demissões no seu estabelecimento. "Hoje contamos com 14 colaboradores, já dispensamos quatro funcionários, se o decreto for prorrogado teremos que tirar mais pessoas. São pessoas que trabalham conosco há muito tempo, que precisam, mas é impossível a gente permanecer fechado, sem retorno, e sustentável, estar pagando nossos funcionários e nós todos parados sem poder fazer nada", contou Fabrícia. O protesto só não foi maior nesta tarde, segundo ela, pela falta do transporte coletivo para o deslocamento de trabalhadores dos bairros. "A maioria dos funcionários não conseguiu se deslocar, fizemos esse apelo a eles também, mas por falta do transporte eles não tem como vir", relatou.

A Polícia Militar (PM) reiterou as orientações repassadas pela manhã, quando da primeira reunião de lojistas na praça. "A PM é parceira da comunidade, a nossa ideia aqui é seguir o que prevê o decreto, não pode haver aglomeração de pessoas em praças públicas. A ideia é fiscalizar o cumprimento desse decreto fazendo o acompanhamento, a orientação das pessoas, identificando as pessoas e repassando por relatórios ao Ministério Público, para medidas cabíveis", informou o tenente Moreno. "Nós queremos ajudar. Nesse momento tem essa proibição, que as pessoas fiquem em casa, se protejam, entendemos que a situação econômica é grave mas dessa forma infringe o decreto. Vamos acompanhar, orientando de todo o modo, estamos em contato com todos os órgãos, em nossas redes de vizinhos orientamos que as pessoas não venham", completou.

A CDL informou que não apoia movimento de rua. "Temos que cumprir o decreto, por mais injusto que ele seja", pontuou a presidente Andrea Salvalaggio.

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Tags: coronavírus

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