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Opte pela vida e não pelo tipo de vacina, alertam especialistas

Estudos apontam que todos os imunizantes usados no Brasil são eficazes contra o coronavírus
Por Marciano Bortolin Criciúma, SC, 24/07/2021 - 17:51
Fotos: Divulgação
Fotos: Divulgação

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CoronaVac. Pfizer. AstraZeneca. Janssen. O nome, a marca, não importam. O importante é, quando chegar a sua vez de receber a vacina contra o novo coronavírus (Covid-19).
No Brasil, a vacinação teve início em janeiro, mas mesmo assim, muitas dúvidas ainda pairam na cabeça das pessoas. O certo é que, se aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a vacina é segura e eficaz, como aponta o médico pneumologista, Renato Matos. “A vacinação é a única maneira de ativar o nosso sistema imunológico sem que tenhamos sido infectados. Além disso, a imunidade provocada pela vacina é muito maior e muito mais prolongada que a imunidade conferida por um processo infeccioso. A vacina é a única maneira de voltarmos a nossa vida normal”, conta.

A primeira vacina a ficar disponível foi a CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan, em parceria com a fabricante chinesa de medicamentos Sinovac Biotech. O imunizante teve o uso emergencial aprovado pela Anvisa no dia 17 de janeiro deste ano. No mesmo dia, a enfermeira paulista, Mônica Calazans se transformava na primeira brasileira a ser vacinada.

Dois dias depois, em 19 de janeiro, as doses começavam a chegar em estados e cidades. Neste dia, os primeiros catarinenses e criciumenses eram vacinados.

A busca pela vacina não parou com a CoronaVac e logo foram surgindo outras. No dia 23 de fevereiro, a Anvisa concedeu o registro para a Pfizer e no dia 13 do mês seguinte autorizou o uso emergencial da AstraZeneca. “Qualquer uma das vacinas que foram aprovadas pela Anvisa são seguras e eficazes. Não existe nenhum estudo que compare vacina contra vacina. Qualquer uma que tenhamos hoje, seja CoronaVac, AstraZeneca, Pfizer, ou qualquer outra que a Anvisa venha a aprovar, podem ser utilizadas com tranquilidade. As vacinas são confiáveis. Os estudos clínicos são feitos com grandes populações. Temos bilhões de vacinados no mundo e a vacina é segura e eficaz como mostraram este estudos”, ressalta o pneumologista.

Reações são comuns

Renato Matos fala que existem relatos de reações após a vacinação, mas que são normais. “Como dor no local da vacina, dor de cabeça, um pouco de febre. O fato de não apresentar reação pós-vacina não significa que não haja imunidade, que não tenha sido provocada a imunidade. A reação é individual de cada pessoa”, afirma.

Outra dúvida que surge é se o imunizante pode causar doenças, o que é rechaçado pelo profissional. “A vacina não tem a mínima possibilidade de causar doenças. Ela é feita com pedaço do vírus, vírus inativado. São outras formas de apresentação do vírus no nosso organismo, mas a probabilidade que a vacina provoque doença é zero. A vacina promete que se formos infectados, a princípio possamos tratar esta infecção em casa, sem a necessidade de internação. Mas os estudos apontam que a pessoa, ao ser infectada, pode transmitir o coronavírus, por isso a importância de as pessoas, mesmo vacinadas, manterem os cuidados como o afastamento físico e uso de máscara”, diz o médico, acrescentando que a expectativa é que a “vida volte ao normal”, em Santa Catarina, após 60% a 80% da população estar vacinada. 

“Sommeliers” de vacina

Sommelier é um termo francês e sua origem remonta à Idade Média, ao Século XIII, quando era usado para designar o condutor de animais de carga. Um século depois, o nome era usado para apontar pessoas encarregadas de transportar e guardar as provisões das cortes reais em suas viagens. Havia um sommelier de frutas, um de pães, um de carnes, um de armas etc.

Aos poucos, o termo sommelier passou a substituir o “échanson”, ou escanção – que remete ao oficial da corte que serve vinho ao rei. Além de servir, ele também provava o vinho antes para assegurar que a bebida não estava envenenada. 
A palavra passou a ser usada com maior frequência após o início da vacinação contra a Covid-19 e o surgimento de vários tipos de vacinas. Sommelier é o nome que passou a ser dado às pessoas que querem escolher o imunizante. O caso se tornou tão grave que em Criciúma, o prefeito Clésio Salvaro decretou que, quem tentar escolher a vacina, vai para o fim da fila. 

O pedido para que as pessoas recebam a dose que estiver disponível no momento é também do secretário Municipal de Saúde, Acélio Casagrande, ao lembrar que as reações são comuns a todas as vacinas. “Mas isso é passageiro, um dia ou dois. O pior é estar contaminado e não poder curar nem em um dia nem em dois. A reação das vacinas é normal, acontece em todas. Não é esta queixa que vai fazer com que as pessoas não se vacinem”, enfatiza.
As vacinas disponíveis até o momento são: CoronaVac, AstraZeneca,  Pfizer e Janssen. “O ruim é não ter nenhuma delas. Tem que tomar a que estiver à disposição porque está comprovado que vai proteger. Todos os testes, as etapas concluídas, a Anvisa aprovou. Não tem que ter esta preocupação e fazer aquela que está à disposição”, reforça.

Foto: Lucas Sabino/Especial/4oito

O pneumologista, Renato Matos, lembra que não há a possibilidade de se escolher a vacina. “Todas as vacinas são seguras. Não tem a possibilidade de dizer quero esta ou aquela. Está totalmente fora de cogitação, principalmente neste momento em que há escassez de vacina. Talvez nos próximos anos, quando tiver maior quantidade e ser oferecida por serviços particulares, pode-se escolher”, salienta.

Escolha ser vacinado

Com a campanha #euescolhiservacinado, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (DIVE) reforça o pedido para que as pessoas não deixem de tomar a vacina, a que estiver disponível, independentemente da marca. O órgão reforça que todas são seguras e que a proteção de todos contra o coronavírus depende da proteção de cada um. Outra recomendação importante é que mesmo depois de vacinadas as pessoas não descuidem dos protocolos sanitários. O uso de máscara, a higienização das mãos e o distanciamento social continuarão indispensáveis.


As características de cada vacina:


AstraZeneca

Uso emergencial autorizado em 13/03/2021
Quem fabrica: O imunizante é produzido pela Universidade de Oxford e pela empresa farmacêutica britânico-sueca Astrazeneca, sendo que no Brasil, a produção ficou sob responsabilidade da Fiocruz.
Autorização: A Astrazeneca teve o uso emergencial aprovado em janeiro de 2021, tendo o registro definitivo por parte da Anvisa em março.
Eficácia: A Anvisa aponta que a AstraZeneca apresentou 64,2% de eficácia contra a Covid-19 nos estudos clínicos realizados no Brasil. A eficácia do imunizante, de acordo com a situação, varia entre 30,6% e 81,5%.
Componentes: A vacina da AstraZeneca usa um adenovírus comum em chimpanzés. Ela é uma tecnologia que utiliza o "vetor viral", um vírus modificado e leva para as células do indivíduo vacinado um material genético que produz uma proteína do Sars-Cov-2, chamada de "S", de Spike, que é usada pelo coronavírus para invadir as células. Ele faz a defesa do corpo para barrar o vírus.  
Tempo entre as duas doses: O intervalo entre as duas doses é de 12 semanas.
Reações: A AstraZeneca apresenta reações como dor no local da vacina, dor de cabeça, febre e náuseas.


CoronaVac
Uso emergencial aprovado em 17/01/2021
Fabricante: A CoronaVac é produzida pela chinesa Sinovac Biotech. No Brasil, o Instituto Butantan fechou parceria com o laboratório para importar o ingrediente farmacêutico ativo (IFA) e produzir as doses.
Autorização: A Anvisa autorizou o uso emergencial da CoronaVac para uso emergencial em janeiro.
Eficácia: Nos estudos realizados no Brasil, a CoronaVac mostrou eficácia geral de 50,38%. Essa porcentagem é medida comparando-se os números entre aqueles que receberam a vacina e os que tomaram placebo. A eficácia para casos leves, em pacientes que precisam receber assistência médica, é de 77,96%.
Componentes: O imunizante usa uma versão inativada do coronavírus. Durante a produção, o vírus é multiplicado em células e depois exposto a produtos químicos que o inativam. A vacina ao ser aplicada, o vírus é detectado pelo sistema imunológico que desenvolve anticorpos. Porém, como o vírus é incapaz de se reproduzir, a pessoa não fica doente.
Tempo entre as duas doses: É indicado que a aplicação da segunda dose ocorra em um intervalo de 14 a 28 dias. 
Reações: Entre as reações mais comuns estão dor e inchaço no local de aplicação, fadiga e dor de cabeça.


Pfizer
Registro concedido em 23/02/2021
Fabricante: A Pfizer foi desenvolvida pela empresa alemã BioNtech e produzida pela farmacêutica americana Pfizer.
Autorização: A Pfizer foi a primeira vacina a receber o registro definitivo da Anvisa, em fevereiro.
Eficácia: Segundo a BioNtech, a vacina apresenta 91,3% de eficácia para evitar o contágio pelo coronavírus por pelo menos seis meses após a aplicação da segunda dose e previne em 100% os casos graves.
Componentes: A Pfizer é desenvolvida com a tecnologia de RNA mensageiro. Diferente dos outros laboratórios, a Pfizer não insere o vírus atenuado ou inativo no organismo, mas ensina as células a produzirem uma proteína que estimula a resposta imunológica.  
Tempo entre as duas doses: O intervalo recomendado é de 21 dias. 
Reações: As reações mais comuns são fadiga e cansaço.

 

Janssen
Uso emergencial aprovado em 31/03/2021
Fabricante: Johnson & Johnson.
Eficácia: A vacina apresentou taxa de eficácia de até 72% nos Estados Unidos, de até 68% no Brasil e de até 64% na África do Sul após a aplicação com a dose única.

Tempo entre as duas doses: Até o momento, esta é a única que oferece imunização com apenas uma dose.
 Componentes: O imunizante utiliza a tecnologia de vetor viral, um vírus enfraquecido que transporta os genes virais para dentro das células, estimulando a resposta imunológica. A mesma metodologia, considerada de 3ª geração, é utilizada nos imunizantes Oxford/AstraZeneca e Sputnik V

Reações: As pessoas que se vacinaram contra a Covid-19 podem sentir como reação adversa alguns sintomas como dor no braço, dor de cabeça, cansaço e febre.

 

Sputnik V 

Fabricante: Instituto Gamaleja de Epidemiologia e Microbiologia, de Moscou.

Eficácia: Estudo realizado em fevereiro deste ano com mais de 18 mil pessoas mostrou eficácia de 91,6%.

Tempo entre as duas doses:  A segunda dose deve ser aplicada 21 dias após a primeira. 
Componentes: Adenovírus D-26 D-5

Reações: Nenhuma das reações adversas graves encontradas no estudo foi atribuída às doses, de acordo com um comitê independente de monitoramento dos dados. Foram observadas quatro mortes, mas, de novo, nenhuma, mas, de novo, nenhuma teve relação com a vacina.

Os efeitos colaterais mais observados foram desconforto no local da injeção, dor de cabeça, cansaço e sintomas gripais leves.

Observações: A vacina não deverá ser utilizada em gestantes, puérperas, lactantes e indivíduos com comorbidades. A importação foi autorizada por força da Lei 14.124/2021 e por isso os aspectos de qualidade, segurança e eficácia da vacina foram atestados por meio do registro concedido pela autoridade sanitária da Rússia.

 

Covaxin

Autorizada parte da importação, sob condições controladas.
Uso emergencial em análise

Fabricante: Laboratório Bharat Biotech, da Índia.

Eficácia: A Covaxin apresentoua taxa de eficácia de 78% contra quadros leves, moderados e graves de Covid-19, em resultados dos testes de fase três. A eficácia em relação aos quadros graves foi de 100%, reduzindo as hospitalizações.

Tempo entre as duas doses:  Intervalo de 28 dias, aproximadamente quatro semanas.
 Componentes:  A vacina Covaxin, que tem o nome técnico de BBV152, utiliza a tecnologia de vírus inativado para estimular a resposta imunológica. As vacinas com esse recurso são consideradas clássicas, de primeira geração, como a CoronaVac. 

Os imunizantes são desenvolvidos a partir de vírus mortos, incapazes de infectar pessoas. Ainda assim, o material é capaz de instruir o sistema imunológico a produzir anticorpos neutralizantes e ativar células de defesa contra o coronavírus.

Reações: Dor, inchaço, vermelhidão e coceira no local da injeção. Além de dor de cabeça, febre, mal-estar, dores no corpo, náusea, vômito e erupções na pele.

 

Vacinas em teste:
Butanvac (Butantan);
CoronaVac (Butantan);
Chadox 1 NCOV 19;
Clover;
Covaxin (Precisa);
Janssen Vaccine (Janssen-Cilag);
Medicago;
Cominaty (Pfizer/Wyeth);
Sanofi Pasteur.
*Conforme o Ministério da Saúde, estas vacinas aparecem nesta seção porque, embora aprovadas, continuam com estudos em andamento.

 

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