O ano de 2024 chegou e, com ele, muitos assuntos que vão ser destaque no noticiário ao longo desses 366 dias. São acontecimentos da política, economia, segurança pública e esportes. O Portal 4oito e a Rádio Som Maior estarão atentos a todos eles.

Veja oito dos principais temas que terão desdobramentos relevantes em 2024.

1. Eleições municipais

Em outubro, os municípios vão definir seus prefeitos, vices e vereadores. Há disputas interessantes em praticamente todas as cidades, a começar por Criciúma, a mais populosa.

Arleu da Silveira (ainda no PSDB, mas provável candidato pelo PSD) e Ricardo Guidi (hoje no PSD, mas possivelmente a caminho do PL) lideram as pesquisas eleitorais. Também é possível que só um deles seja candidato. Com quem eles vão compor para a formação de chapa? Poderá a esquerda surpreender na esteira do governo Lula? E o que o futuro reserva aos tradicionais MDB e PP em Criciúma?

Tubarão também poderá ser palco de um pleito com ares de disputa estadual. O ex-governador Carlos Moisés (Republicanos) pode ser um dos candidatos e o deputado estadual Estener Soratto (PL), aliado do governador Jorginho Mello (PL), pode ser o outro.

Nas demais cidades, rivalidades partidárias históricas darão o tom das eleições.

2. Formação do palco para as eleições de 2026

Mas 2024 não se trata apenas das disputas municipais. O resultado das urnas vai criar as bases da eleição estadual dois anos depois. Por enquanto, PSD e PL travam uma guerra nos bastidores por espaços de poder, mas uma aliança de conveniência entre os dois não está descartada para 2026.

Essa história pode começar a se construir já em 2024. O prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), está no aquecimento para a disputa de uma eleição suplementar ao Senado caso Jorge Seif (PL) tenha o mandato cassado. Essa possível cassação é a oportunidade mais esperada pelos adeptos da aproximação entre PSD e PL. Se isso acontecer, Rodrigues deve ter o apoio de Jorginho Mello, que tira do caminho o adversário com maior potencial em 2026.

3. Relação entre Governo do Estado e Assembleia Legislativa

Por falar em política estadual, a aproximação das eleições municipais pode ter impacto na relação entre o Governo do Estado e a Assembleia Legislativa.

Até aqui, o governo Jorginho Mello tem navegado em águas calmas, tanto pela experiência política do governador quanto pela ausência de pautas mais polêmicas.

Atritos nas cidades (por exemplo: Criciúma) podem obrigar Jorginho a tomar decisões difíceis. Adotar o pragmatismo ao apoiar uma candidatura que agrade um deputado aliado ou lançar um candidato próprio para fortalecer o próprio partido? Várias cidades importantes vão impor dilemas desse tipo.

4. Economia pode viver bom momento

A taxa básica de juros da economia brasileira segue em tendência de queda e o mercado está otimista quanto ao próximo ano. Em Santa Catarina, o comércio exterior segue batendo recordes. Em 2021, o estado passou São Paulo e se tornou o terceiro mais rico do Brasil quando o assunto é PIB per capita.

A economia do Sul de Santa Catarina também deve ser vista sob uma lente otimista, mas realista. Num contexto macroeconômico favorável, a diversidade econômica da região, com seus setores industriais, tecnológicos, agrícolas e turísticos, oferece um terreno fértil para o crescimento, mas não o garante.

Um dos desafios a serem superados é o tema que vem logo abaixo.

5. As obras de infraestrutura têm que acelerar

O Sul de Santa Catarina tem incontáveis obras de infraestrutura estaduais e federais em andamento. São os casos da duplicação da SC-108 entre Criciúma, Cocal do Sul e Urussanga, pavimentação da SC-108 entre Jacinto Machado e Praia Grande, a SC-445 de Içara, os trechos da Interpraias no Extremo Sul, o corredor Serra-Mar na região de Tubarão, a Serra da Rocinha e o contorno viário de Criciúma.

A maioria delas anda num ritmo aquém do esperado, e ainda há demandas antigas que aguardam respostas. São os casos da sonhada ferrovia litorânea, o prolongamento da Via Rápida até Balneário Rincão, o aumento de capacidade da Genésio Mazon, entre Urussanga e Morro da Fumaça, pavimentações de ligações entre cidades, pontes que ainda são de madeira e a ampliação dos espaços destinados a ciclistas.

E há sempre ela: a BR-101. O túnel do Morro dos Cavalos ainda é lenda. Será que em 2024 veremos pressão política para um aumento de capacidade do trecho Sul, como já ocorre no trecho Norte, ou a região será novamente passada para trás?

6. Índices de criminalidade vão continuar em queda?

Santa Catarina vem batendo recordes positivos na segurança pública ano após ano. Em 2023, houve diminuição em crimes como homicídios (-4%) e latrocínios (-50%), feminicídios (-1,8%), roubos em geral (-14,6%) e furtos (-2,2%) na comparação com 2022.

A maioria dos índices está em queda há cerca de cinco anos. A questão que se impõe para 2024 é se essa tendência vai continuar. Entre os desafios da segurança pública também está a erradicação da violência escolar, especialmente diante do ataque ocorrido em uma creche em Blumenau, em abril de 2023.

7. Como o Criciúma vai corresponder às expectativas

Quando o assunto é expectativa, o Criciúma vai lidar com os dois extremos: é favorito ao título no Campeonato Catarinense, mas também é um dos mais cotados pela imprensa nacional a uma vaga no Z4 na Série A.

Ninguém espera um ano fácil na elite do futebol brasileiro, mas não é habitual do Criciúma ser rebaixado no primeiro ano em uma divisão superior.

O Tigre conseguirá contornar o abismo financeiro para fazer uma campanha que lhe garanta a permanência na Série A? Um fato que pode ajudar a manter o otimismo elevado é o fato de que, na Série B, o orçamento já não era dos maiores, e ainda assim o Carvoeiro conquistou o acesso.

8. Olimpíadas e o apoio ao esporte

As Olimpíadas de Paris começam no dia 26 de julho e a região pode ter representantes. No tênis de mesa, Bruna Alexandre quer ser a primeira do Brasil a representar o país tanto nos Jogos Olímpicos quanto nos Paralímpicos.

Como ocorre em todos os anos olímpicos, o apoio aos esportes além do futebol voltará à pauta. Será mais um assunto recorrente ou, de fato, a sociedade passará a olhar para os atletas? Que iniciativas haverá na região para fomentar o esporte?