A pandemia do novo coronavírus fez com que o mundo tivesse que se adaptar a uma série de condições e, consequentemente, as pessoas tiveram que mudar os seus hábitos e comportamentos. Em quarentena, o consumo também passou por mudanças. Se antes economizávamos para sair, agora encontramos outros produtos para consumir.

O grupo Globo vem encomendando uma série de pesquisas semanais que acompanham a evolução do comportamento do consumidor em relação à pandemia, desde o início até os dias mais atuais. “Já não era de se esperar que o principal sentimento que vem permeando as semanas é o de incerteza. As pessoas não estão fazendo planos a longo prazo porque não sabem como será amanhã. Então muitos planos como viagens, compras de bens mais caros e até de consumo rápido estão sendo deixadas de lado”, disse a publicitária e especialista em marketing, Alessandra Koga.

Mais seletivas sobre o que irão consumir, as pessoas estão usufruindo com maior frequência de outros conteúdos. As lives, que explodiram no início da quarentena, é um dos entretenimentos mais aderidos pelo público nessa quarentena, sendo utilizado como um tempo de relaxar e esquecer algumas das preocupações do Covid-19.

Apesar disso, as lives também estão ficando um pouco ultrapassadas e já não possuem mais tantos telespectadores quanto tinham no início. “Acho que antes, como tudo que aconteceu nesse período, era novidade, tanto as coisas boas quanto ruins, não sabíamos como lidar. Fomos testando, apareceu uma live e foi um boom de gente consumindo. Agora, pelo excesso, talvez tenhamos enjoado do formato. As curvas das lives estão caindo”, disse Ale.

Já em relação ao consumo comercial, a especialista afirma que não está havendo necessariamente uma economia por parte das pessoas, mas sim uma transferência de rendas. “Antes gastávamos com algo e agora é com outra coisa. Estamos comprando muitas vezes o básico mas não deixamos de consumir. Se antes comprávamos uma blusa porque tinha um evento no fim de semana, agora compramos uma cadeira, porque estamos mais tempo em casa”, destacou.

Segundo a pesquisa, mas 90% das pessoas querem que as empresas forneçam formas de pagamento mais flexíveis, além de dicas práticas para lidar com a informação. 87% dos entrevistados acreditam que as empresas devem fazer promoções e 86% acham que as entidades devem mostrar como estão reagindo à crise e como estão ajudando os consumidores. “Empresas que fazem um papel social estão se destacando, e ficarão na mente do consumidor para além da pandemia”, afirmou a publicitária.