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O hino que abafa a torcida: caso pensado?

Funcionário que cuidava do sistema de som pediu desligamento do Criciúma relatando ordem da direção
Por Lucas Renan Domingos Criciúma, SC, 11/03/2019 - 06:39
Fotos: Daniel Búrigo / A Tribuna
Fotos: Daniel Búrigo / A Tribuna

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Do pedido de apoio antes de a bola rolar até a decisão de tocar o hino em alto volume no fim do jogo contra a Chapecoense tentando abafar protestos. Foi nesse nível de contradição as ações da diretoria do Criciúma na partida de ontem que acabou com mais uma derrota do Tigre. 

Tudo ia bem. Antes do jogo, o vice-presidente administrativo do Criciúma, Arlindo Rocha, convocou uma entrevista coletiva. Pediu união entre clube e torcida e chegou, de certa forma, a ser atendido. O time estava melhor em campo até boa parte do segundo tempo. Os torcedores incentivavam. Só que veio o gol da Chape levando quem assistia à revolta. A reação ao resultado ruim foi imediata. 

Chapecoense comemora o seu gol no Majestoso

Em um gesto de descontentamento, parte da torcida presente no Estádio Heriberto Hülse foi protestar em frente ao camarote onde fica o presidente Jaime Dal Farra. Imediatamente, na tentativa de diminuir os gritos contra o mandatário do Tigre, o sistema de som no Majestoso passou a reproduzir o hino do clube com a bola rolando, o que elevou ainda mais ira dos manifestantes.

Funcionário pede demissão

A ação de aumentar o volume do som no Heriberto Hülse, em caso de algum protesto da torcida, parecia já estar planejada. O desabafo de Renato Teixeira, funcionário do clube responsável pelo sistema de som do Majestoso, deixou isso claro. Em suas redes sociais, ele comentou o episódio e pediu o seu desligamento do clube.

“Uma ordem vinda de algum setor da direção dizia que em caso de protesto da torcida se deveria colocar o hino do clube. Logo após o gol sofrido, o protesto começou. O telefone tocou para que a ordem fosse executada e contra a minha vontade tocar o hino do Criciúma, que normalmente toca nos finais dos jogos vencidos”, escreveu. Completou afirmando a sua saída. “Por conta do acontecido de hoje, me desligo do Criciúma Esporte Clube como freelancer e sigo como torcedor”, esclareceu Teixeira. 

Um discurso de conciliação

O desdobrar do resultado negativo contra a Chape acabou sendo o oposto da solicitação feita pelo vice-presidente administrativo, Arlindo Rocha. Em uma coletiva antes do jogo, ao lado do vice-presidente de Finanças, Valcir Montovani, e do presidente do Conselho Deliberativo, Carlos Henrique Alamini, ele fez um pronunciamento direcionado aos torcedores, dizendo que o clube estaria aberto para ouvir opiniões. 

“Estamos tentando preservar a GA e o presidente Jaime Dal Farra. O Criciúma pensa parecido com a torcida e quase igual à nossa torcida. O nosso saco enche, mas precisamos ter tranquilidade, sabedoria e entendimento, enxergando o que está errado”, frisou Rocha. 

Na fala, expôs números, demonstrando que o Tigre tem um investimento mais de R$ 20 milhões com uma arrecadação de R$ 7 milhões, carecendo do aporte da Gestão de Ativos (GA), empresa que administra o Criciúma. Reforçou ainda o pedido de união entre o clube, torcida, imprensa. Também elevou o discurso da responsabilidade do futebol estar a cargo da GA e que a mesma vem sendo cobrada. 

“Estamos propondo a abertura de um canal direto com o torcedor, para levar as opiniões diretamente com a GA. E o canal com a GA somos nós, opinando até sobre a demissão do técnico. A GA está nos dando essa abertura e estamos zelando”, garantiu. “Eu não tenho um segundo Jaime Dal Farra, um segundo Antenor Angeloni. Se houver um rompimento desse contrato nesse momento, e não ouvi falar disso, o que vai acontecer com o Criciúma? Não conheço ninguém que tenha uma proposta melhor ao Criciúma que a GA”, completou o vice-presidente. Confira aqui mais da fala do vice-presidente do Criciúma.

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