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No cartaz que viralizou, o apelo da Ana Lúcia

Ela, com seus cinco filhos, veio de Porto Alegre para ganhar a vida em Criciúma. Eis que a pandemia fez faltar trabalho. Restou apelar nas ruas
Por Paulo Monteiro Criciúma - SC , 19/05/2020 - 11:45 Atualizado em 19/05/2020 - 11:49
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

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Em janeiro de 2020, a faxineira Ana Lúcia Santos Ribeiro se mudou de Porto Alegre para a região de Criciúma, acompanhada de seus cinco filhos. No sul catarinense, vendia milho pela cidade, o que era o suficiente para manter as contas e as necessidades todas em dia. Mas a pandemia do novo coronavírus paralisou a grande maioria das atividades, o que fez com que Ana ficasse desempregada e voltasse a buscar emprego de diarista.

“Não estamos podendo vender, está proibido. Se a Brigada (Polícia Militar) ver, corre o risco de tirar o nosso carrinho e tudo mais”, disse. “Eu fiz alguns bilhetes com o meu nome e número de telefone e coloquei: faço faxina. Fiz à mão, e coloquei em algumas portarias de edifícios e algumas casas, mas até então não tinha surgido nada”, completou.

De cartaz na mão

Foi então que Ana decidiu escrever um cartaz à mão, indicando que estava desempregada e em busca de emprego, e ir aos trilhos da Avenida Centenário, próximo à escola Marcos Rovaris, no bairro Pinheirinho. “Hoje fiz a mão esse banner e disse: vou tentar a sinaleira, porque passa tanta gente por lá e vai que alguém vê e conhece alguém que precise”, comentou.

A imagem viralizou e o cartaz trouxe retorno no mesmo dia. Ana foi parar em vários stories do Instagram e publicações em redes sociais, compartilhados por criciumenses e moradores da região. “Já agendei alguma coisa, umas pessoas perguntaram se eu queria cesta básica, recebi a cesta e outra moça trouxe algumas coisas para crianças. Já tenho três agendamentos confirmados, graças a deus vou poder voltar a trabalhar”, declarou. 

Dificuldades na quarentena

Moradora do bairro Cidade Alta, em Forquilhinha, Ana disse que estava passando por um período complicado na quarentena. “Contas atrasadas, aluguel atrasado, tem que tirar de um lugar e pôr em outro”, disse. A faxineira recebeu o auxílio federal de R$ 600, o que ajudou bastante com as contas, e afirma que estava com muita dificuldade em conseguir um emprego. 

“A venda do milho é igual a faxina: você faz e no final do dia e tem o seu dinheirinho, hoje compra um pouco e guarda um pouco, amanhã a mesma coisa, mantém a casa e vai economizando. Para mim pegar um trabalho de carteira assinada é muito difícil. Primeiro porque eu já estou com 50 anos, segundo porque eu não teria estrutura financeira para passar um mês inteiro para depois receber, porque tem todas as despesas da casa”, disse.

Veio do sul buscando segurança

Ana veio para o sul catarinense em busca de um lugar mais seguro. Segundo a diarista, Porto Alegre estava muito perigoso, com muitos assaltos e roubos. “Era assalto a ônibus, tiros e balas perdidas. Vi um rapaz ser morto perto da minha casa, vindo do trabalho, um menino que não fazia nada de errado. Isso mexe muito com a cabeça da gente que é mãe, aqui onde eu estou é um lugar muito tranquilo, é mais seguro, mais protegido”, destacou.

Por mais que não tenha como citar todos os nomes, Ana diz estar muito agradecida à todas as pessoas que a ajudaram, neste momento de pandemia, a conseguir um emprego. “Eu to muito feliz mesmo. Quero agradecer a todas as pessoas que foram ali, tiraram foto do cartaz e postaram. É em função disso que chegou em outras pessoas, e que vai ajudar a toda a minha família, vai fazer com que saiamos desta situação complicada na pandemia. Agradeço a todos que ligaram, de todo o meu coração mesmo. Muito obrigado à todos”, declarou.

Para quem quiser ajudar Ana, basta telefonar ou mandar uma mensagem via WhatsApp para o seu número: (48) 99831-2769.

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