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No Avesso, a ligação entre redes sociais e saúde mental

Um psiquiatra e uma especialista em redes sociais debateram o tema que gera tantas dúvidas
Por Paulo Monteiro Criciúma, SC, 17/10/2019 - 16:35 Atualizado em 17/10/2019 - 17:13
Fotos: Amanda Farias / 4oito
Fotos: Amanda Farias / 4oito

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Apesar de serem atribuídas a um momento de descanso e lazer, as redes sociais definitivamente não fazem somente bem para quem as usa. Podendo causar dependências, essas redes muitas vezes chegam a ser nocivas ao usuário. E foi por isso que o psiquiatra Rafael Arceno, e a especialista em redes sociais Ale Koga, estiveram nesta quinta-feira, 17 no Do Avesso, falando um pouco sobre a relação entre saúde mental e mídias sociais.

Segundo Ale, as redes sociais foram criadas justamente com a ideia de causar uma certa dependência do usuário, que busca nas mídias uma recompensa. “É quase uma dependência química que [as redes sociais] geram no cérebro. É esta sensação de você precisa estar sendo recompensado o tempo todo ou que, se alguém não me apreciar ali, isso vai me gerar um sentimento ruim”, diz Ale.

E os problemas de dependência de celular e mídias eletrônicas não só são reais, como também já são considerados problemas de saúde. Segundo estudos realizados no Reino Unido, o Instagram se firma como a rede social mais nociva a saúde mental dos jovens - e no Brasil, isso pode acabar sendo pior ainda.

“Eu acredito que se fosse no Brasil, o impacto seria maior também no Whatsapp, porque usamos muito o Whatsapp. O brasileiro jovem fica muito mais horas conectado no celular, nas redes sociais, do que o britânico, então talvez esse impacto seja ainda maior aqui”, comenta Rafael.

A falsa perfeição apresentada nos posts do Instagram, onde tudo costuma parecer tão ótimo e ideal, acaba fazendo com que jovens que consomem esse conteúdo se sintam mal consigo mesmos - como aponta outro estudo realizado também no Reino Unido. Em consequência disso, a própria plataforma já trabalha em cima de algoritmos e recursos que possam diminuir esse mal estar, como foi a tirada da visualização de curtidas por parte do usuário.

Segundo o psiquiatra, uma boa solução para que jovens e adolescentes não cresçam viciados em seus próprios smartphones, é impondo limites. “Se você ensinar a criança e o adolescente desde pequeno que tem um limite você nunca vai precisar quebrar o celular dela. Mas se você não faz nada, deixa o celular na mão da criança desde os dois anos de idade e ela usa como quer, aí quando ela tiver 15 anos você quiser quebrar o celular dela não vai adiantar nada, você teria que ter educado antes”, afirma Rafael.  

Para ajudar nesta imposição de limites, que muitas vezes surgem para o bem estar da criança, alguns celulares já surgem com ferramentas de controle. “Existem hoje ferramentas no próprio celular ou novos dispositivos onde você consegue colocar limites ou algumas regras ali. Está assistindo youtube? então não vai sair desta tela e vai ficar só ali”, ressalta Ale, citando o Youtube Kids como um dos recursos para os pais que querem que seus filhos assistam somente conteúdos educativos.

Apesar de serem causadoras de ansiedade e depressão em alguns casos, as redes sociais não são inteiramente negativas. Muitas vezes, é através dessas plataformas que campanhas de doações acabam acontecendo - alcançando um número maior do que usualmente alcançariam. “Geralmente coisas em que estamos sendo honestos e verdadeiros com os nossos sentimentos, sendo altruístas ou positivos pode ser algo bom para todo mundo. Dar uma dica de doação de sangue ou ajudar uma ONG são coisas interessantes de se fazer na rede social que vão atrair coisas boas para essas pessoas”, conclui Rafael.

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