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“Não tive coragem de ir após o incêndio”

Primeiro presidente da Fundação Cultural de Criciúma relembra história e lamenta incêndio no Centro Cultural Jorge Zanatta
Por Clara Floriano Criciúma - SC, 15/09/2017 - 12:41

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Henrique Packter, primeiro presidente da Fundação Cultural de Criciúma (FCC), relembrou, nesta sexta-feira (15), a história do Centro Cultural Jorge Zanatta. Packter, que foi eleito em 1993 durante a administração de Eduardo Pinho Moreira, lamentou o incêndio que ocorreu no último domingo (10).

“É realmente entristecedora essa notícia, porque conseguir a casa, que era uma pretensão antiga nossa, foi muito trabalhoso a todo o pessoal da Fundação Cultural daquela época”, contou Packter.

O ex-presidente conta que tudo começou quando ele e Fernando Carneiro foram à praia do Rincão conversar com o empresário Jorge Zanatta, que prometeu todo o apoio na recuperação e restauração sem ônus nenhum para o município. 

“A única condição que ele impôs foi que o interlocutor dele no processo fosse o Gilberto Oliveira, que era diretor administrativo-financeiro da FCC. Muito deve a cidade ao trabalho desse cidadão que emprestou todo o seu vigor e capacidade a nós. Em segundo lugar, temos que agradecer a decisão de Eduardo Moreira de retornar a casa ao município”, explicou.

Packter conta que a casa foi doada ao município pela família do Coronel Pedro Benedet, nos anos 30. E aproximadamente em 1942 o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) foi instalado no prédio.

“Ali foi também o primeiro serviço médico da cidade. Tem uma história muito rica. Segundo o nosso grande Nereu Guidi, todas essas transferência foram irregulares, porque a primeira doação ao Governo do Estado não foi legal, faltava o aval da Câmara de Vereadores. Já naquela ocasião ele já falava que devíamos fazer uma ação para que a casa voltasse ao município”, narrou.

O ex-presidente conta ainda que, assim que começou a atuar na Fundação Cultural, ele e toda a equipe procuraram os apoios necessários para conseguir o prédio de volta. “Eu pretendo contar essa história em um livro algum dia, porque eu tenho todos os detalhes do que aconteceu, mostrando quantas forças agiram em favor da cidade e quanto esforço se desprendeu para que isso viesse”, revelou.

Para Packter o Centro Cultural Jorge Zanatta não tem preço. “Não tive coragem de ir após o incêndio. A população tem que reivindicar o que julga correto e o retorno dessa casa ao nosso município tem que ocorrer. Que logo se restaure o que tem que ser restaurado e conserte o que tem que ser consertado. A cidade tem que receber de volta esse prédio que é fundamental para a nossa cultura”, solicitou.

O ex-presidente da Fundação Cultural não quis apontar culpados pelo abandono do prédio, mas afirmou que faltaram recursos e, principalmente, boa vontade para mantê-lo.

“Naquela época nós não tínhamos recursos, porque a Fundação estava recém formada. Não havia verbas, financiamento, não havia nada. Quem deu oportunidade a FCC foi Realdo Guglielmi. Então a gente contou com o apoio popular. Eu acho que, como Maquiavel que interpretava a história para saber que passos tomar através do infortúnio, da desgraça ou do sucesso passado, nós devemos adotar a mesma política. Procurar recursos na área privada, porque faltam recursos na área pública”, finalizou Packter.

 

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