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Morre, aos 70 anos, Derlei de Luca

Confira a história e ouça áudio exclusivo da professora à Rádio Som Maior
Por Clara Floriano Criciúma - SC, 18/11/2017 - 23:14 Atualizado em 20/11/2017 - 09:11

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Após batalha contra o câncer de pulmão, faleceu neste sábado a ex-presa política Derlei Catarina de Luca, aos 70 anos. Ela estava internada em São Paulo para tratar a doença. Derlei era professora e historiadora, natural de Içara e na década de 60 lutou contra a ditadura militar.

A Içarense fundou o Comitê Catarinense Pró Memória dos Mortos e Desaparecidos Políticos. Também ocupava a cadeira número 1 na Academia Criciumense de Letras e trabalhou por 25 anos na Apae de Içara. Em 2001, Derlei recebeu da Assembleia Legislativa de Santa Catarina a medalha Antonieta de Barros.

O corpo da professora será velado neste domingo (19) na Capela Mortuária de Içara, durante a tarde. A família está providenciando o translado do corpo.

História

Estudou no Colégio Madre Michel onde se engajou em ações de caridade da Igreja Católica. Quando começou a cursar o ensino superior, entrou para a Juventude Universitária Católica. Na época, junto a JUC, sentiu a necessidade de defender causas que a Igreja não defendia. Assim nasceu a Ação Popular, em 1963.

Com o golpe militar em 64, com a Ação Popular passou a se organizar na clandestinidade. Derlei deixou a universidade e foi trabalhar em um fábrica de fios em Curitiba, onde percebeu as diferenças entre pessoas de chão de fábrica e universitários.

Em 1969, foi presa em São Paulo. “Na época eu tive capacidade de passar pela dor e não dizer nada, não entregar ninguém. Esse é um grande orgulho que tive na minha vida”, contou Derlei em áudio da série de depoimentos sobre mulheres importantes e fortes da região para a Rádio Som Maior.

Em 72, após adotar um nome falso e ter que ver seu marido ser levado a uma delegacia para explicar quem era Derlei Catarina de Luca, sentiu-se forçada a abandonar o filho em frente a um hospital em Londrina.

Derlei foi encontrar o filho somente dois anos e meio depois em Havana, Cuba. Antes de voltar ao Brasil, ela e o menino frequentaram um psiquiatra. Lá ela também estudou história.

Adelor Lessa

Hoje, em seu blog pessoal no Portal 4oito, o jornalista Adelor Lessa relembrou detalhes e lamentou a morte de Derlei. “Se a ditadura não te matou, não vai ser um câncer que vai te vencer- foram as últimas palavras que ela ouviu de mim. Mas, desta vez ela foi vencida!”, disse.

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