Um projeto assinado pela Fundação Volkwagen e Instituto Arte na Escola, de São Paulo, levou um grupo de 21 jovens alunos da escola Antônio Guglielmi Sobrinho do bairro Vila Nova a conhecer, ontem, a casa que está por se tornar patrimônio histórico nacional em Içara certificado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A visita ao Museu Casa do Ferroviário Anselmo Cargnin fez parte da pesquisa de campo que estudantes fizeram.

“Propomos tratar de patrimônio histórico”, explica a professora de Artes Julmara Goulart Sefstrom. “Faço parte do polo Arte na Escola da Unesc e ano passado fizemos um curso promovido pela Fundação Volkswagen que deu origem ao projeto que estamos tirando do papel esse ano”, conta.

A iniciativa de procurar patrimônios históricos de Içara foi provocada por uma das disciplinas do curso que a professora Julmara participou. “Daí descobri que o Museu Ferroviário estava em processo de se tornar patrimônio pelo Iphan, e então pensei em ajudar a apresentar toda essa história aos nossos jovens”, detalha.

Daí foi elaborado o projeto “Não me interessa apenas aquilo que é consagrado como cultura, e sim aquilo que me pertence”. “Ele foi um dos dez projetos aprovados em nível nacional”, cita a professora. Na prática com os estudantes do quinto ano foram trabalhados os conceitos de herança, memória e tradição. “Chegamos à conclusão de que todas as famílias tem suas memórias”. A partir daí as crianças fizeram caixas de lembranças com familiares. “Teve uma mãe que mandou a caixinha com todos os dentes de leite da filha, e uma menina que trouxe uma medalhinha que a bisavó deu para ela antes de morrer. Eu fiz as crianças enxergarem o valor das memórias e patrimônios delas, pra chegar no patrimônio da cidade”, relaciona Julmara. 

Com a historiadora Elza de Mello Fernandes monitorando, o grupo de alunos visitou ontem o Paço Municipal, a Casa do Ferroviário e fizeram um piquenique na praça central de Içara. “O projeto prossegue com outras ações até o fim do ano”, conclui.