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Há um ano, o assalto ao Banco do Brasil. Relembre a cronologia dos fatos

Naquela madrugada, assaltantes sitiaram e espalharam medo pela cidade
Por Marciano Bortolin Criciúma, SC, 30/11/2021 - 14:30 Atualizado em 30/11/2021 - 14:41
Foto: Eduardo Schaucoski / Impacto / 4oito / Especial
Foto: Eduardo Schaucoski / Impacto / 4oito / Especial

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Medo e terror! Há um ano este era o cenário de Criciúma durante aquele que foi o maior assalto a banco do país. A quadrilha sitiou a cidade com a única intenção de assaltar a tesouraria do Banco do Brasil, no Centro da cidade.

Na noite de 30 de novembro de 2020, cerca de 30 homens fortemente armados invadiram a cidade, atacaram um quartel da Polícia Militar, montaram barricadas com veículos em chamas, fizeram pelo menos 15 reféns e feriram gravemente um policial militar para levar cerca de R$ 130 milhões da agência. Na fuga, espalharam dinheiro pelas ruas, com a intenção de dificultar a perseguição da polícia.

Foto: Eduardo Schaucoski / Impacto / 4oito / Especial

Nos dias seguintes foram presos dez suspeitos em flagrante nos municípios de Três Cachoeiras, Gramado, Passo de Torres e São Leopoldo, no Rio Grande do Sul. Posteriormente a prisão deles foi convertida em preventiva. Na sequência da investigação, outros seis foram presos preventivamente.
As investigações permitiram encontrar 18 veículos utilizados pelos criminosos no assalto, sendo quatro caminhões, nove carros blindados e outros cinco automóveis. Além disso, foram localizados sete imóveis que serviram aos propósitos dos assaltantes, nas cidades catarinenses de Içara, Sombrio/SC e Imbituba (dois imóveis); e nas cidades gaúchas de Gramado, Gravataí e Três Cachoeiras.

Denúncias e desdobramentos

Desde então, 18 suspeitos de participarem da sucessão de crimes daquela noite já foram identificados e denunciados à Justiça em duas ações penais ajuizadas pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), ambas tramitando em Segredo de Justiça na Comarca de Criciúma.

Como resultado dos procedimentos de investigação, que já somam mais de 2,8 mil páginas, já foram ajuizadas pelo Ministério Público de Santa Catarina duas ações penais, a primeira em 11 de fevereiro e a segunda em 18 novembro deste ano, ambas tramitando em Segredo de Justiça na 1ª Vara Criminal da Comarca de Criciúma.

Foto: Eduardo Schaucoski / Impacto / 4oito / Especial

Dos 18 denunciados pela 13ª Promotoria de Justiça de Criciúma nas duas ações, 10 seguem presos preventivamente - cinco deles em penitenciárias federais -, seis recentemente tiveram a prisão preventiva substituída por medidas cautelares diversas - dentre elas, o monitoramento eletrônico-, e os outros dois, com prisão preventiva decretada, estão foragidos. Eles são acusados pelos supostos crimes de integrar organização criminosa, roubo qualificado, uso de documento falso, dano qualificado e incêndio, de acordo com a participação de cada um. 

A ação criminosa é investigada pela Polícia Civil, com apoio de uma força-tarefa designada pelo Procurador-Geral de Justiça, Fernando da Silva Comin, formada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) e pelos promotores de Justiça com atuação na área criminal na Comarca de Criciúma.

Ações penais

Na primeira ação, foram denunciadas dezesseis pessoas pela prática dos crimes de organização criminosa, sendo quatro deles também pelo crime de uso de documento falso. Esta ação penal encontra-se na fase de instrução, com audiências de instrução designadas para os meses de novembro e dezembro de 2021. É na audiência de instrução que são corroborados ou confrontados os elementos probatórios, as provas e depoimentos obtidos na fase investigatória.

As audiências já marcadas são para oitiva das testemunhas de acusação. Em seguida, serão designadas as audiências para ouvir as testemunhas de defesa e, depois, os acusados pelo Ministério Público.  Após esta fase, o Ministério Público e os réus apresentam suas alegações finais e o processo segue para ser julgado pelo Magistrado.

Foto: Eduardo Schaucoski / Impacto / 4oito / Especial

Nesta ação, todos os réus tiveram prisão preventiva decretada. Há duas semanas, porém foi concedida liberdade provisória a seis dos acusados, mediante a imposição de medidas cautelares diversas da prisão, como o uso de tornozeleira eletrônica e limitações de circulação, como requerido pelo Ministério Público. Os outros 10 permanecem presos preventivamente.

Estes mesmos 10 que ainda estão em prisão preventiva também foram denunciados na segunda ação, junto com mais duas pessoas que estão foragidas - todos com prisão preventiva decretada também nesta ação.

Aos 12 acusados nesta segunda ação é atribuída a prática dos crimes de roubo qualificado por lesão corporal grave, dano qualificado e incêndio. Aos denunciados foragidos, ainda é atribuída a prática do crime de organização criminosa. Esta ação penal já foi recebida pela Justiça e encontra-se em sua fase inicial, aguardando a citação dos denunciados.

A cronologia do assalto ao Banco do Brasil de Criciúma:

Tudo começou às 23h40min, quando criminosos, munidos de armas de grosso calibre (5.56, 7.62 e .50) incendiaram um caminhão defronte à sede do 9º Batalhão de Polícia Militar na Via Rápida, Bairro Próspera, em Criciúma. No mesmo instante, vários tiros foram disparados contra o batalhão. Nenhum policial foi atingido.

Foto: Guilherme Hahn / 4oito / Especial

Enquanto ocorriam os disparos, por volta das 23h50min, uma guarnição de Rádio Patrulha e outra do Pelotão de Patrulhamento Tático (PPT) cruzaram com um dos veículos dos criminosos nos arredores do Criciúma Shopping. Ali houve a troca de tiros que atingiu o solado Jeferson Luiz Esmeraldino, 32 anos, que encontra-se lutando pela vida na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital São João Batista. Na foto abaixo, uma das placas alvejadas diante do Ibis Hotel, localizado nas proximidades do local onde houve o confronto. Esse acabou sendo, por força das circunstâncias, o único instante em que PM e bandidos trocaram tiros durante toda a ocorrência.

Foto: Eduardo Schaucoski / Impacto / 4oito / Especial

De pronto, o soldado Esmeraldino foi deslocado até o Hospital da Unimed, onde recebeu o primeiro atendimento. Depois, foi transferido para o São João Batista, onde acabou submetido a cirurgias e encontra-se em estado grave.
Em seguida da 0h, os criminosos se deslocaram da Próspera em direção ao Centro. No caminho, fecharam ruas, abordaram veículos e iniciaram uma série de disparos, assustando a população residente nos arredores. À 0h10min os criminosos utilizaram os explosivos para detonar a agência do Banco do Brasil. Em paralelo, continuaram os disparos. Nesse momento, também, foram feitos reféns os seis funcionários da Diretoria de Trânsito e Transportes (DTT) que pintavam faixas de pedestres na Rua São José, no mesmo quarteirão do Banco do Brasil.

Foto: Eduardo Schaucoski / Impacto / 4oito / Especial


Em torno de 0h30min veio a confirmação do uso de um caminhão que foi incendiado no Morro do Formigão, em Tubarão, para dificultar a passagem de reforços da polícia na BR-101 em direção a Criciúma.
A PM noticiou que, por volta de 1h30min, os criminosos fizeram uso de um caminhão de lixo para suas incursões pela área central.

Foto: Eduardo Schaucoski / Impacto / 4oito / Especial

Às 2h começou o deslocamento dos mais de 30 criminosos, em seus cerca de dez carros pretos, no sentido de Nova Veneza, onde os veículos foram em seguida abandonados em um milharal na comunidade de Picadão.

Foto: Eduardo Schaucoski / Impacto / 4oito / Especial

Os reforços encaminhados pela Polícia Civil e Polícia Militar para Criciúma, tais como Bope, Pelotão de Choque e outros, começaram a chegar por volta das 3h.

Foto: Eduardo Schaucoski / Impacto / 4oito / Especial

Às 5h40min houve a prisão dos quatro elementos que recolheram parte das cédulas que estavam jogadas no chão, no entorno do Banco do Brasil, por conta da explosão. Com eles, foram localizadas duas bolsas com cerca de R$ 810 mil.

Foto: Eduardo Schaucoski / Impacto / 4oito / Especial

Os veículos utilizados pelos criminosos foram localizados por volta das 6h30min no Picadão, em Nova Veneza.

Foto: Eduardo Schaucoski / Impacto / 4oito / Especial

Em torno das 8h o esquadrão anti-bombas desativou quatro artefatos explosivos na área central, três nas proximidades da Praça do Congresso e um na agência do Banco do Brasil.

Foto: Eduardo Schaucoski / Impacto / 4oito / Especial

Depois das 9h as investigações avançaram e o governador Carlos Moisés chegou em Criciúma para acompanhar o trabalho das forças de segurança.

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