A greve dos caminhoneiros convocada em nível nacional pode contar com a adesão de motoristas do Sul de Santa Catarina, que acompanham de perto a movimentação no país. A conta é simples: se a mobilização ganhar força e avançar para este canto do Brasil, será inevitável a adesão nas regiões de Araranguá, Maracajá, Sombrio, Santa Rosa do Sul e São João do Sul.
O movimento no Sul de Santa Catarina não está ligado a sindicatos ou associações. Até o momento, a discussão envolve motoristas independentes que demonstram descontentamento com a legislação que impõe regras rígidas de descanso, como a parada obrigatória por 11 horas dentro de uma jornada de 24 horas, além dos 30 minutos de pausa a cada 5h30 de trabalho ininterrupto.
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Greve dos caminhoneiros: regras de descanso e segurança na mira
Segundo fontes ouvidas pelo portal 4Oito, essas regras acabam prejudicando o desempenho dos motoristas, obrigando-os a parar mesmo em situações em que já estão próximos de casa. Outro ponto de insatisfação é a falta de infraestrutura nas estradas, o que muitas vezes torna a parada obrigatória um verdadeiro desafio. A segurança também está entre as principais queixas, já que caminhoneiros relatam furtos e roubos de cargas com frequência.
Jair Ferraz, uma das lideranças do movimento no Sul de Santa Catarina, garante que haverá adesão caso a greve ganhe força. As pautas acima serão as bandeiras levantadas pelos motoristas catarinenses do Sul e Extremo Sul.
“Essa movimentação está vindo lá de cima, são muitas pautas que a categoria vai reivindicar como necessário para ela. Nossa primeira pauta será a segurança, o que não existe em lugar nenhum do país”, justifica.
Ferraz considera necessárias leis que ampliem a segurança nas estradas, entretanto, não acredita que a rigidez atual auxilie nesse processo. Por isso, alterar a regra das 11 horas passa a ser bandeira prioritária caso a greve aconteça no Sul, a exemplo do que ocorreu em 2018.
“Como que o motorista vai conseguir pagar suas contas e arcar com seus compromissos ficando com o caminhão parado 11 horas? Isso não tem cabimento. Para quem conhece a categoria, para quem viveu e vive dentro de um caminhão, sabe que não existe como esse horário permanecer”, reclama.
A liderança garante que a população será comunicada de todas as ações, principalmente caso a greve seja aderida na região. A perspectiva, caso a decisão seja pela mobilização, é que isto de fato ocorra a partir de segunda-feira (7).
Caminhões parados nesta quinta-feira
A paralisação nacional é organizada por Sebastião Coelho, desembargador aposentado, e por Chicão Caminhoneiro, representante da União Brasileira dos Caminhoneiros (UBC). A expectativa é de que os protestos comecem nesta quinta-feira (4), com reivindicações que incluem melhorias para a categoria.
“Estaremos protocolando o movimento para trazermos a legalidade jurídica dessa ação que vamos iniciar a partir do dia 4 de dezembro. Doutor Sebastião Coelho estará conosco, nos acompanhará. Teremos todo o suporte jurídico necessário para o ato e dentro da legalidade que a lei estabelece”, afirmou Chicão Caminhoneiro.
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