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Finalmente, o Hospital Materno Infantil Santa Catarina!

Depois de tantas décadas de batalhas e expectativas, Criciúma e região ganham o seu hospital infantil
Por Redação Criciúma, SC, 01/12/2018 - 06:15
Fotos: Guilherme Hahn / A Tribuna
Fotos: Guilherme Hahn / A Tribuna

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Reportagem: Francieli Oliveira e Bruna Borges / Edição: Denis Luciano

Arrojo. Paciência. Desprendimento. Força de vontade. Zelo. Energia. Virtudes de uma boa mãe. Virtudes dos que em 1960 sonharam com um hospital materno infantil em Criciúma. Deram a ele o nome de Santa Catarina. E não viveram os quase 60 anos que separaram a quase utópica aventura que hoje torna-se realidade. Um velho sonho e, mais que isso, uma premente necessidade que passa da promessa, finalmente, à realidade.

Incontáveis reuniões, inúmeros protestos, frentes parlamentares, discursos, idas e vindas, óbitos de crianças, tratamentos na ambulancioterapia, alarmes falsos. Tudo isso torna-se acervo da memória do atendimento em saúde a partir do momento em que for descerrada a fita inaugural na manhã deste sábado. Claro, os primeiros partos só serão realizados a partir do dia 17, mas hoje o Sul ganha, finalmente, o seu Hospital Materno Infantil Santa Catarina (HMISC).

Para promover o salto de qualidade no atendimento, foram investidos quase R$ 6 milhões em obras nos últimos meses. Destes, R$ 3,6 milhões dos cofres do Governo do Estado, que deu a tacada decisiva para que tudo funcione de verdade, sem solução de continuidade, assumindo o custeio mensal que saltou de R$ 1,2 milhão para R$ 3,2 milhões. Com essa verba, todo mês, será possível manter o HMISC operando, sob a gestão do Instituto Ideas com a constante supervisão da Secretaria de Estado da Saúde.

Os primeiros bebês

É nessa estrutura, aproveitando as recém-inauguradas instalações do HMISC, que deve vir ao mundo a Alícia. Grávida de oito meses, Julia Piacentini Padilha Colombo, moradora do Bairro Vila Floresta II, está contando os dias para dar à luz sua primogênita. O bebê será um dos primeiros a nascer no Santa Catarina.

“Eu estou muito ansiosa, a expectativa lá em cima. A gente fica imaginando como vai ser a carinha, com quem vai ser parecido. Mas é uma espera maravilhosa, um momento único da vida da gente”, conta a futura mamãe, Julia.

Julia vai dar à luz à sua primeira filha no HMISC

O pré-natal dela foi feito na Unidade de Saúde do Bairro Vila Francesa, perto da sua casa. Já o parto, ela achou que seria no Hospital São José. “Mas agora a gente sabe que está inaugurando o Santa Catarina e fiquei muito feliz, porque é bem mais perto da minha casa e tudo está novinho, fiquei muito contente. Quero ir lá conhecer antes”, declara Julia. 

Ela já se informou sobre os benefícios da nova estrutura e ficou animada ao saber que contará com um banco de leite. “Tomara que eu tenha bastante leite, mas minha irmã não teve, minha mãe também não, então é uma preocupação. E o bebê alimentado pela mãe faz a diferença, é mais saudável”, afirma a gestante. “Se eu tiver bastante leite, é bom também, porque eu posso doar para outros bebês. Tomara que eu tenha leite para outras duas, três crianças”, complementa. 

Parto humanizado

A cor rosa da torre e da fachada deixam claro mesmo para quem vê de longe: o Hospital Santa Catarina é um local onde a mulher será a protagonista. Oficialmente, o projeto previa as paredes externas pintadas em tons de bege, mas a organização decidiu por esse toque de carinho. Se o protagonismo é percebido de fora, dentro é que ele deve prevalecer.

Assim é o cenário que os personagens que vivenciam o processo de humanização do parto sonham em encontrar após o dia 17 de dezembro, quando o serviço efetivamente começa. “Quem é envolvido com a humanização do parto, quem luta para a mudança, para a atualização dos procedimentos de atenção ao parto aqui na nossa região, considera a inauguração do Santa Catarina uma grande vitória”, afirma a doula, Francielle Silvano Cardozo. 

As instalações contam com banheira, bola, cavalinho, camas PPP (pré-parto, parto, pós-parto), todo o equipamento necessário para que a gestante do SUS tenha a mesma experiência que as mães dos hospitais particulares têm. A expectativa, agora, é pelo atendimento que será oferecido.

“A estrutura é perfeita, isso nós já sabemos, é um grande avanço. A estrutura física deixa de ser uma desculpa para a não implementação do parto humanizado. Mas a capacitação dos profissionais é importantíssima, porque a estrutura não olha no olho, não incentiva, não coloca a mulher como protagonista”, pontua. 

“Esperamos que com essa estrutura mais mulheres possam ter essa experiência do parto humanizado, que a gente acredita que seja muito melhor”, declara a doula. 

A Julia poderá aproveitar toda a estrutura. Ela quer trazer a Alícia ao mundo de parto normal. “O nome já diz né, é parto natural. A gente ganha e já pode pegar a criança no colo, já se recupera mais rápido. Que a sorte a minha ter esse hospital agora”, comemora a futura mamãe. 

Mais de vinte anos depois, a oportunidade

Secretário Acélio Casagrande participou de várias etapas do HMISC, desde 1997

Em 1997, a notícia de que o Hospital Santa Catarina estava de portas fechadas preocupava a população, não somente de Criciúma, mas do Sul. Na Prefeitura, um plano de urgência foi colocado em prática e a decisão tomada foi pela compra do prédio, que pertencia ao Grupo Guglielmi.

Na Secretaria de Saúde do Município, Acélio Casagrande. “Me recordo como se fosse hoje. O hospital tinha mais de 100 leitos, pediatria, foi um desespero e em 24h nós conseguimos abrir o pronto-atendimento, o prefeito era o Paulo Meller, corremos atrás dos recursos em Brasília e no Estado e compramos o prédio com a concepção de ser o grande maternoinfantil, que é uma carência da região”, recorda Casagrande.

Os anos foram passando, recursos sendo investidos e o atendimento seguia restrito ao pronto-atendimento e mais tarde aos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal. Porém, todo o complexo sonhado com referência materna, infantil e saúde da mulher vai sair do papel somente agora em 2018.

Coube ao destino se encarregar que o protagonista fosse o mesmo. Acélio Casagrande assumiu a Secretaria de Estado da Saúde, em fevereiro deste ano, no governo de Eduardo Moreira, um ex-prefeito de Criciúma e que conhecia de perto todo o processo. Ganhou carta branca e liderou uma força-tarefa que chega ao ápice, neste sábado, com a inauguração do Hospital Materno Infantil Santa Catarina (HMISC). “Foram 20 anos de recursos sendo aplicados ali, recursos federais, estaduais, e chegou o grande momento de dar um basta nisso e quis Deus, e o Eduardo me deu todas as condições, toda essa liberdade, se não fosse o Eduardo o governador também não sei se isso teria acontecido”, enfatiza o secretário de Saúde.

Responsabilidades divididas

A estadualização do hospital infantil teve forte cobrança nos últimos anos e foi uma bandeira abraçada por toda região. O processo escolhido para que o Governo do Estado assumisse a responsabilidade que vinha sendo arcada pela Prefeitura de Criciúma foi a contratualização. “O Ideas chegou à administração do Santa Catarina após vencer um processo licitatório realizado pela Prefeitura. O Estado assumiu essa contratualização, há essa possibilidade legal”, explica Casagrande.

Desde então, o valor de R$ 1,250 milhão é repassado pelo Governo do Estado, que já buscou parceria junto ao Ministério da Saúde. “Estou estimando que, com todas habilitações no Ministério da Saúde, o Estado irá arcar com cerca de 50 a 60% e a União em torno de 40%”, projeta o secretário de Saúde. A expectativa é que, com o funcionamento pleno, o valor repassado ao Santa Catarina deva chegar a mais de R$ 3 milhões, devido à produção.

Já à Prefeitura de Criciúma caberá absorver os atendimentos do pronto-atendimento, e isso será realizado nas unidades de saúde e na Unidade de Pronto Atendimento (UPA).

Referência em saúde da mulher

O Hospital Santa Catarina não será somente a maternidade do Sul do estado, o projeto é ainda mais audacioso e importante. Será formada ali, uma rede que atenderá a mulher e a criança, um acompanhamento completo. “É um hospital que vai ter mais de 100 leitos, clínica para mulher, serão realizadas cirurgias ginecológicas. Serão mais de 200 partos por mês”, elenca Casagrande.

Ainda será desenvolvido uma rede em conjunto com os municípios para que o pré-natal seja realizado com excelência facilitando o atendimento à mãe na hora do parto. “Com todo esse trabalho, vamos conseguir reduzir muito a mortalidade infantil na região”, revela o secretário de Saúde.

Investimento foi alto em equipamentos novos no HMISC

O bem-estar da população também será reflexo desta conquista para o Sul do estado. AS concentração dos atendimentos no Santa Catarina evitarão desgastes para famílias que já vivem momentos delicados. “Não vai mais acontecer, por exemplo, de a o bebê precisar de UTI, ser encaminhado ao Santa Catarina e a mamãe ficar no Hospital São José”, destaca Casagrande.

Um grande legado

A inauguração acontece ao fim do período de oito meses de Acélio Casagrande na Secretaria de Saúde. Para ele, a conclusão do Hospital Materno Infantil Santa Catarina é um grande legado. “Conseguimos realizar um conjunto de ações importantes, mas o Santa Catarina vem para suprir uma demanda detectada há muito tempo. Estamos finalizando com chave de ouro”, enfatiza Casagrande.

Um hospital materno de fato

Hospital Materno-Infantil Santa Catarina. Assim ele é chamado há anos, mas só agora o nome fará jus ao serviço. “Agora vai passar a ser de fato o hospital materno, porque antes não era nem materno, era um hospital onde a criança era cuidada principalmente na UTI neonatal, na internação e no pronto-atendimento”, comenta o prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro.
“Agora vamos ter um hospital de verdade, com centro cirúrgico, com internações, com maternidade. É o hospital da mãe e é o hospital da criança”, enfatiza o chefe do Poder Executivo.

Secretária Francielle Gava satisfeta com o novo hospital

A secretária municipal de Saúde, Francielle Gava, não esconde o orgulho de ser a gestora da pasta neste momento histórico para a cidade e a região. “A importância do hospital materno hoje é transformada em muitas palavras. A questão da qualidade do atendimento, eu, como enfermeira, mãe, secretária e mulher, sabia que alguma coisa tinha que ser feita aqui”, conta Francielle. 

Ela enfatiza o apoio do Governo do Estado e dos secretários de saúde das cidades da Região Carbonífera e do Extremo Sul para que o HMISC fosse estadualizado. “O hospital sempre foi regional. Se a gente for na UTI hoje, tem duas crianças de Criciúma e as demais não são daqui, mas tinha uma dificuldade de entendimento, então eu também agradeço a todos os secretários de saúde que compraram o nosso discurso de regionalização e votaram a favor na CIB (Comissão Intergestores Bipartite) para que as coisas aqui acontecessem”, declara a secretária. 

Muito trabalho para deixar tudo limpo

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