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Festa, homenagens e presente no aniversário

Cidade completa domingo 139 anos de colonização e inaugura Parque dos Imigrantes para comemorar
Por Bruna Borges Criciúma, 05/01/2019 - 09:57
Daniel Búrigo / A Tribuna
Daniel Búrigo / A Tribuna

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O ano de 1880 mal começava quando os integrantes das 22 famílias vindas no Norte da Itália chegavam à terra onde decidiram se alojar e iniciar uma nova jornada, um recomeço com promessa de trabalho duro e mesa farta. 

Em cima do lombo de animais, viajaram muitos quilômetros os representantes dos Barbieri, Benedet, Billezimo, Casagrande, Dario, Darós, De Lucca, Martinello, Meller, Millanese, Milioli, Netto, Ortolan, Pavan, Piazza, Pierini, Pizzetti, Scotti, Sonego, Tomé, Venzon e Zanette. 

Essa jornada, como a história conta, encerrou em janeiro, mais precisamente no dia 6, data em que se convencionou comemorar o aniversário de colonização da então Cresciúma. Hoje, passados 139 anos daquela chegada histórica, a agora Criciúma passou de terra prometida a maior cidade do Sul Catarinense. 

As aproximadamente 150 pessoas que iniciaram o processo de desenvolvimento da cidade lá em 1880 se multiplicaram e hoje são mais de 200 mil habitantes. Duas centenas de milhares de histórias de pessoas que, assim como os colonizadores, também esperam que Criciúma seja o solo de projeção em suas vidas.

Ainda que hoje as humildes residências erguidas antigamente tenham dado lugar aos prédios, Criciúma guarda e respeita suas origens. Tanto é que nesse domingo, em seu aniversário, a cidade comemora seu aniversário relembrando e homenageando os primeiros a acreditar nessa terra.

Imigrantes são lembrados

Não é por acaso que nesses 139 anos o presente que o Município recebe é o Parque dos Imigrantes. O novo espaço de lazer da cidade tem 61 mil metros quadrados de área e logo ao chegar o visitante já vai notar a relação daquele local com o início da sua história. Foi instalada na entrada principal do parque um monumento onde estão escritos os sobrenomes das famílias colonizadoras.

Entre eles, está o Meller, da Nair Josefina Meller, que aos 81 anos de idade guarda no coração e repassa aos seus descendentes os costumes que aprendeu com seus antepassados. Ela mora desde sempre no Distrito de Rio Maina, onde está localizado o parque e, dos tantos atrativos que ele trará para o público, um em particular a fez lembrar sua infância.

É a tafona, estrutura de madeira construída para marcar aquela que o prefeito Clésio Salvaro comenta ter sido a primeira indústria da cidade: um engenho de farinha de milho. No empreendimento será possível fazer a farinha, a partir da moagem do milho. A água moverá a roda que, por sua vez, moverá a pedra para moer o grão e fabricar a farinha.

Recordações de antigamente

Na época da Nair havia um elemento a mais. “Eu trabalhava com isso quando tinha apenas sete anos de idade, eu ajudava a puxar o boi. Às vezes o boi não queria andar e eu puxava ele pelo buçal (espécie de arreio), porque eu era pequena e tinha que puxar pela corda, para ficar longe do boi”, lembra Nair. 

Ao visitar a estrutura montada no parque, que inaugura domingo, ela recordou aquele tempo. “Eu me lembrei de tudo, voltei a ser criança. Lembrei de quando era madrugada e o meu tinha vinha, montado no cavalo, e me levava até o engenho e me dizia ‘daqui a pouco vai sair o puxa-puxa’. Eu esperava e quando saía o puxa-puxa ficava numa felicidade”, conta Nair. 

Banho de rio

Com seus 70 anos de idade, João Bif também voltou à época da sua infância e juventude ao visitar o parque. Ele mora no Distrito de Rio Maina desde criança e comenta que se divertia no Rio Sangão, que passa atrás da área onde hoje está o espaço de lazer. 

“Cansei de tomar banho e pegar peixe nesse rio quando era criança, tinha sete, oito anos de idade. E do lado também tinha raia de corrida de cavalo, era muito forte, a gente sempre assistia”, conta Bif. 
 

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