A possibilidade da troca de responsabilidade do aeroporto Diomício Freitas, do governo do Estado para os municípios de Forquilhinha e Criciúma, não deve acontecer em 2020. Tampouco o aeroporto pode fechar, como chegou a ser cogitado pelo município de Forquilhinha anteriormente. É o que opina o diretor comercial da RDL, que administra o aeroporto, André Constanzo. As duas prefeituras já encaminharam ofício solicitando que o debate seja colocado apenas em 2021.

De acordo com André, essa troca do Estado para os municípios era ventilada há bastante tempo, pelo interesse do governo de enxugar a máquina pública. A receita gerada por mês pelo aeroporto está na casa dos R$ 40 mil, enquanto o governo do Estado repassa R$ 80 mil para a RDL administrar. Os custos mensais de manutenção são de R$ 70 a 75 mil. A receita entra direto nos cofres do governo, que tem, portanto, um déficit aproximadamente R$ 40 mil por mês com o aeroporto.

"É um desembolso muito pequeno para o governo para a contrapartida que o aeroporto tem para a sociedade. Atendemos os bombeiros com helicóptero, avião, voos aeromédicos. Voos para coleta de órgãos para transplante. É uma ferramenta muito importante", disse André.

O prefeito de Forquilhinha, Dimas Kammer (PP), rechaçou a troca de responsabilidade para este ano. Também apontou que o município já trabalhou com a possibilidade de fechar o aeroporto para criação de um distrito industrial, mas que essa possibilidade, no momento, é remota. Em reunião com Clésio Salvaro (PSDB), ambos admitiram que não há orçamento para o aeroporto neste ano. 

"O prefeito já tinha dito que não tem condições de assumir essa despesa. É uma situação que se o governo repassar e o município aceitar, é ótimo. Mas é um investimento pequeno em relação à contrapartida que o aeroporto dá. Fechar é pouco provável, porque dificilmente você conseguirá fazer outro aeroporto nessa região que atende 14 municípios. Abrir mão de um equipamento desses não deve acontecer", avalia André Constanzo.

Se houver a troca no aeroporto para os municípios, teria a necessidade de um novo edital de licitação. Segundo André, a RDL, que também administra o aeroporto de Jaguaruna, está interessada em manter o serviço no Sul. Em Forquilhinha, a empresa trabalha para aumentar as receitas.

"Hoje a despesa é equivalente ao que a RDL recebe, mas estamos assumindo essa empreitada de agregar valores e serviços ao aeroporto. Como a escola de paraquedismo, emissários, estamos na busca de agregar receitas para desonerar a máquina do Estado", concluiu André.