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Experiência: acadêmicos da Unesc visitam aldeia indígena

Cerca de 30 alunos foram a Imaruí
Por Redação Imaruí, SC, 16/05/2022 - 19:19
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

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Colocar em prática os ensinamentos em sala de aula e aproximar cada vez mais a Unesc da comunidade indígena, além de promover a troca de informações com temáticas voltadas às técnicas culturais desses povos. Esses foram alguns dos intuitos da saída de campo de cerca de 30 alunos dos cursos de Ciências da Religião, História, Geografia, Ciências Biológicas e de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PPGCA) da Universidade, juntamente dos professores da Universidade, em visita à Aldeia Tekoá Marangatu, em Imaruí.

O encontro ocorreu no sábado (14/05) e teve a participação dos professores doutores Cristiane Damiani Tomasi e Jacks Soratto do Programa de Pós-graduação em Saúde de Coletiva (PPGSCol) e Juliano Bitencourt Campos do Programa de Pós-graduação em Ciências Ambientais (PPGCA).

O grupo contou com a hospitalidade do Fabiano Alves (Karai), junto ao indigenista mestre João Alberto Ramos Batanolli. Após as boas-vindas, eles foram puderam conhecer sobre os modos de vida da aldeia e das plantas, participaram de uma roda de conversa e de apresentação musical, além de uma visita à Opy, a Casa de Reza.

Os acadêmicos também puderam saber um pouco mais sobre a venda de artesanato e ainda foram levados até Dona Maria, anciã da aldeia e guardiã dos saberes tradicionais, que abençoou a turma com palavras no idioma original.

Durante a atividade, conforme o professor doutor Juliano Bitencourt Campos, os acadêmicos tiraram dúvidas e aprenderam diversas questões ligadas a moradia, educação, religião, entre outras tradições. “O encontro é muito importante para promover troca de informações. Eles estão aqui, muito próximos, e possuem uma cultura completamente diferente e bastante preservada na aldeia”, disse.

Campos também orienta Fabiano Alves (Karai) que é mestrando do (PPGCA) da Unesc sob a temática “Nhande Reko Yvyrupa py: Modo de Viver Guarani no Etnoterritório” e é o primeiro estudante indígena da história da Unesc.

Para o mestrando, que também é professor da Escola Bilíngue da Aldeia, o ensino bilíngue composto de disciplinas formais e cultura indígena, transmitido em processo de alfabetização e progressão em língua portuguesa e tupi-guarani, é uma educação restrita ao aprendizado da profissão. “Mas a educação para a vida, os valores e o respeito pelos mais velhos, pelos outros e pela natureza, o caráter sagrado da vida, aprendemos é na Opy, nas palavras dos tcheramoi (idosos) e dos pajés”, relatou ele, que foi o responsável em receber o grupo da Unesc.

Fabiano também teve participações junto às disciplinas de Saúde e Sociedade e Interação Comunitária dos cursos de Enfermagem e Medicina respectivamente, falando da cultura indígena e das formas de enfrentamento à doença na perspectiva Guarani.

Para o professor Jacks Soratto, conhecer os costumes, crenças dos povos originários é importante para entender o conceito de saúde sobre outra perspectiva. “A proposta é que a Universidade esteja mais presente neste espaço, aprendendo e colaborando com demandas nas diversas áreas do conhecimento”, sublinhou.

Cultura

Durante o encontro, Batanolli ressaltou a beleza do povo Guarani e no quanto se faz parte dessa cultura sem nem perceber. “Eu sinto e vejo que o Guarani já está dentro de nós. Somos povos originários, mas pelo predomínio de uma cultura, a gente não se dá a conhecer. Mas a nossa musicalidade, nossa amorosidade, nosso alto grau de inteligência emocional, que é reconhecido na Europa pelos outros povos, mostra isso, nós temos essa herança indígena no espírito brasileiro”, enfatizou o indigenista.

Aprendizado

Para a acadêmica do curso de Ciências da Religião, Agda Alano, a visita proporcionou momentos de reflexão, aprendizado e alegria. “Ao final fizemos uma confraternização e agradecemos todo carinho também ao nosso acadêmico Fabiano (Karai), ao professor João Alberto Ramos Batanolli e ao nosso professor Juliano Bitencourt Campos, que ensinou muito mais que conhecimento, mas o cuidado com que devemos entrar na nossa casa Natureza”, finalizou Soratto. A saída de campo à Aldeia fez parte do encerramento de semestre da Disciplina de Espaço, Ecologia e Sustentabilidade do curso de Ciências da Religião ministrada por Campos.

Onde fica a Aldeia

A Aldeia fica localizada no município de Imaruí, possui uma área 84 hectares e tem uma população de aproximadamente 300 indígenas.

Também foram entregues roupas, alimentos arrecadados pelos alunos envolvidos. A Fumacense alimentos foi uma empresa parceria que concedeu mais de 300 quilos de arroz a serem doados à comunidade.

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