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Estudo identifica sequelas relacionadas à memória e cognição em pacientes pós Covid-19

Sintomas depressivos e de ansiedade também são identificados em alguns pacientes que sobreviveram a doença
Por Paulo Monteiro Criciúma - SC, 23/02/2021 - 08:28 Atualizado em 23/02/2021 - 08:30
Foto: Divulgação / Unicamp
Foto: Divulgação / Unicamp

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Uma pesquisa coordenada pelo médico pneumologista do Hospital São José e professor da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), Felipe Dal Pizzol, vem apontando para diversas sequelas em pacientes que superaram a Covid-19. Alterações relacionadas à memória e cognição estão sendo verificadas pelo estudo, o qual deverá ser finalizado em dezembro de 2021.

O estudo contempla cerca de 350 pacientes que sobreviveram a Covid-19, sendo que alguns já estão sendo acompanhados há oito meses. “O que percebemos é que mesmo indivíduos que não passaram pela UTI e foram internados com um quadro moderado, e não necessariamente mais grave, apresentam predominantemente alterações relacionadas a cognição e memória”, pontuou Dal Pizzol.

O depoimento de boa parte desses pacientes é de que não conseguem ter uma performance cognitiva igual às que apresentavam anteriormente. Uma constante persistência de falta de ar, algumas identificadas com alterações em tomografias, também são percebidas.

Alguns pacientes acompanhados pelo estudo apresentam também casos de confusão mental e delírio. Geralmente, essas condições são identificadas em pessoas que passaram há pouco tempo por um quadro mais agudo da Covid-19.

"À medida que o tempo vai passando, a confusão mental costuma melhorar parcialmente e se trocada por essas alterações cognitivas e de memória. Pessoas que não conseguem, por exemplo, nomear objetos que estão na sua frente e que normalmente saberiam nomear, como controle remoto ou computador. Em casos específicos, não conseguem lembrar de particularidades que existiam em seu emprego ou dia-a-dia, a dificuldade de olhar para algo, compreender o que é, e tomar uma atitude frente a esta coisa”, pontuou o médico.

Casos do tipo preocupam os pesquisadores, já que ainda não se sabe se tais condições irão melhorar com o passar dos anos, ou se será algo fixo e irreversível. Com o tempo, os estudos deverão apontar com mais precisão a durabilidade dessas alterações.

Algumas alterações psicológicas como sintomas depressivos, ansioso e distúrbios de estresse pós-traumático também estão sendo identificados em alguns casos. “Nossa mostra ainda é pequena, mas a impressão que temos é de que pelo menos 60% das pessoas que sobrevivem apresentam algum tipo de alteração, como aumento de incidência de doenças psiquiátricas também”, pontuou o pneumologista.

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