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Estamos longe de descobrir a cura para o câncer?

Oncologista Kleber Dal Toé esclarece dúvidas frequentes em relação à doença (vídeo)
Por Clara Floriano Criciúma - SC, 26/11/2017 - 11:46 Atualizado em 26/11/2017 - 11:49

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Falar sobre prevenção, tratamento e cura do câncer nunca é demais. Este é um assunto muito importante e que precisa ser debatido e esclarecido. A Campanha Viva Mais sempre traz entrevistas e reúne materiais importantes para tratar do assunto da melhor maneira possível. Desta vez, traz o oncologista Kleber Dal Toé para esclarecer dúvidas frequentes que muitas pessoas tem em relação ao câncer. Confira:

Quando se fala em tratamento do câncer, sempre vem à mente a quimioterapia e a radioterapia. Quando é o caso de usar cada um deles? E existem situação que são usados os dois?

Kleber Dal Toé- Existem situações muito diversas. Depende muito o tipo de tumor, da localização do tumor e do estágio: se está no começo ou se está mais avançado. Ai é muito variável o tratamento.

Existem os tumores mais iniciais, que talvez não se use nenhuma das duas. E tumores muito avançados que se usam as duas. É muito particular escolher um ou outro tipo de tratamento, ou ambos. Não dá para generalizar.

Existem casos que não necessitam de tratamento?

Kleber Dal Toé- Não, nenhum tratamento não. Existem relatos, de alguns tipos de tumores que desaparecem sozinhos, mas isso são exceções completas. O normal é que tenha algum tratamento. Vários deles, quando descobertos no começo, tratamentos com cirurgias pequenas podem resolver o caso.

Todo o câncer tem riscos de se espalhar pelo corpo? Alguns tem mais riscos que outros?

Kleber Dal Toé- Sim, isso vária conforme o tipo de câncer, por exemplo, o câncer de pele não-melanoma o risco de se espelhar pelo corpo é mínimo, quase zero. Já o câncer do pulmão as chances de se espalhar pelo corpo são enormes, se não tratados no começo. Existem ainda alguns tipos de câncer que estão espalhados pelo corpo “desde o começo”, como é o caso da leucemia. São canceres não generalizados, mas que começaram em algum lugar, que não tem como medir.

No caso das mulheres o HPV pode causar câncer. O mesmo acontece com os homens?

Kleber Dal Toé- O HPV é responsável não só câncer de colo de útero, que a gente ouve falar bastante, mas também causa outros tipos de câncer. Ele causa câncer de pênis, câncer de canal anal e alguns canceres na região da cabeça e do pescoço.

Mas, o HPV nem sempre causas lesões e verruguinhas que ficam no pênis, vagina ou ânus. As vezes ele está assintomático, mas a pessoa vai fazer o exame e ele está ali. E várias pessoas são transmissores assintomáticos, não sentem nada e acabam passando para as outras.

Quanto tempo dura o tratamento do câncer normalmente e como é o pós-operatório?

Kleber Dal Toé- O tratamento de câncer também é muito variado de acordo com cada doença, de acordo com cada local que começou, se está mais ou menos avançado. Mas vamos tomar como base o tipo de câncer mais comuns que vemos, que é o câncer de mama, basicamente se faz a cirurgia com recuperação de 20 ou 30 dias em casos mais comuns. E um tratamento de quimioterapia é de seis meses, mais um de radioterapia, o que dá um torno de um ano tratamento, para um tumor mais inicial com potencial de cura. Mas isso varia muito, tem pacientes que não tem cirurgia e outros tem.

Qual o tipo de câncer mais comum em homens?

Kleber Dal Toé- O câncer de próstata é, disparado, o câncer mais comum em homens. A gente sempre tira das estatísticas o câncer de pele não-melanoma, que são aquelas úlceras crônicas que as pessoas tem em regiões expostas ao sol. Mas o mais comum é o câncer de próstata é o mais comum em todas as regiões do Brasil.

Quais efeitos colaterais dos tratamentos de câncer?

Kleber Dal Toé- Falando em câncer de próstata, que é o mais comum, o tratamento, tanto cirúrgico quanto radioterapia, podem causar impotência em graus menores ou maiores. Mas isso na maioria dos homens não causa. Quando a gente fala em bloqueio hormonal, que ai já reduz a gama de pacientes que tem, é o bloqueio de testosterona. Ele diminui a libido e a ereção e tem efeitos mais complexos que precisam de abordagens mais específicas para tentar minimizar.

E falando em esterilidade, quando se faz tratamento com hormônio não causam esterilidade, mas quando a gente tem pacientes que tem que fazer quimioterapia e pode causar. Tanto que pacientes que tem câncer de testículo, que a quimioterapia é mais intensa e são pacientes geralmente mais jovens, a gente encaminha para bancos de esperma para guarda-lo, caso o paciente queira ter filhos futuramente.

Estamos muito longe de descobrir a cura para o câncer?

Kleber Dal Toé- Câncer não dá pra dizer que é um coisa só. São várias doenças e muitas vezes são raras. Hoje a gente consegue curar vários tipos de câncer eu não conseguíamos no passado. Tem tratamentos novos, como a imunoterapia, que vão dar um salto e, apesar de não curar todos os canceres, vai curar muita gente. Pacientes com câncer de pulmão, que há alguns anos atrás a gente achava que iriam morrer, com a imuoterapia metade deles consegue estar vivos em cinco anos e bem. Talvez a gente consiga curar a maior parte dos canceres no futuro, mas não dá pra dizer que é uma coisa só. Câncer são várias doenças raras agrupadas em uma só.

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