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"Empresários estão com sentimento de revolta", diz presidente da Acic sobre manutenção da quarentena

Moacir Dagostin pediu a flexibilização por parte do governo do Estado
Por Heitor Araujo Criciúma - SC, 30/03/2020 - 08:23 Atualizado em 30/03/2020 - 11:21
Foto: Arquivo / 4oito
Foto: Arquivo / 4oito

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A prorrogação por mais sete dias da quarentena decorrente do coronavírus, com a revogação da flexibilização proposta na semana passada, gerou frustração no setor empresarial. Para a Rádio Som Maior, o presidente da Acic, Moacir Dagostin, falou sobre a repercussão da decisão do governo do Santa Catarina de manter fechado o comércio até o dia 8 de abril em todo o estado.

"Essa postergação de mais sete dias gerou uma frustração muito grande dos empresários. Os grupos de empresários do estado inteiro estavam com o sentimento de revolta. Tem-se o entendimento de que pode ser feito o controle no sentido de retomar as atividades no dia primeiro. Agora vem a folha de pagamento e a páscoa, que é uma data muito importante para o comércio", lamenta Moacir.

A extensão do período de quarentena foi efetivamente anunciada na tarde de domingo, após o governador Carlos Moisés ter dado sinais de que poderia ser revogada a flexibilização proposta na última quinta-feira. A decisão final surgiu no fim da manhã de domingo, após reunião com prefeitos. Cidades como Florianópolis, São José e Itajaí haviam anunciado que, mesmo com a decisão de retorno em nível estadual, manteriam o comércio fechado até o dia 8. 

"Levamos para o governo do Estado nossas preocupações (sobre a manutenção da quarentena) e nos foi passado que houve uma divisão. As medidas que os prefeitos estavam tomando, como Florianópolis e São José, fez o governador também tomar essa medida", aponta Dagostin. No anúncio da manutenção da quarentena, Moisés foi enfático no zelo pela saúde pública. 

"Vidas não têm preço. A economia e os empregos nós poderemos recuperar, mas as vidas não. O momento é de ficar em casa. Vamos seguir as recomendações das autoridades de saúde, inclusive do ministro Luiz Henrique Mandetta, que ontem atestou que a melhor forma de manter o controle do coronavírus é o isolamento social", ressaltou Carlos Moisés.

O governo aponta como essencial para o retorno gradativo das atividades econômicas uma série de medidas de saúde que precisam ser efetivadas, como por exemplo a compra de testes. Porém, há dificuldades de logística. A própria Acic tentou comprar testes rápidos vindo da China, mas recebeu a notícia de que o carregamento, que chega no dia 10 de abril, já foi todo vendido. Agora, há apenas a possibilidade de compra de testes no dia 30 de abril por parte da entidade empresarial.

"Manter a quarentena para o grupo de risco, nós não temos nenhuma dúvida da necessidade. Santa Catarina saiu na frente, foi o primeiro estado a tomar medidas. Os números que temos acompanhado mostram que na nossa região estão estabilizados. Recebi informações de uma médica que estava na UTI e saiu", disse Dagostin.

No entanto, quatro pessoas seguem internadas na UTI da Unimed em Criciúma, uma em estado mais grave. Países no mundo inteiro estão implantando a estratégia de isolamento total, como por exemplo os Estados Unidos. A Alemanha, que tem testes disponíveis para qualquer casos suspeito de Covid-19, está com o comércio e parte das indústrias fechadas. A Itália tentou adotar a continuidade integral das atividades econômicas e viu os casos de morte dispararem: atualmente está em 10,7 mil vítimas. 

"Os empresários não são levianos, mas nós entendemos que, como abrem bancos e lotéricas, também podemos ir flexibilizando as medidas. A gente tem ouvido a classe médica, nós defendemos um equilíbrio entre as duas crises que nós temos, a do vírus e a econômica. É muita pressão dos grupos de empresário nas minhas costas, como presidente de uma associação empresarial, está todo mundo apavorado. A gente pede que não demitam. O governo diz uma coisa, mas ainda não chegou para nós as ajudas. A folha de pagamento só vai ser efetivado a partir de quarta-feira. Existe essa angústia, porque as dívidas têm que ser pagas", afirma o presidente da Acic. 

O governo federal vai liberar crédito para o pagamento de funcionários das empresas em parceria com os bancos. A empresa terá uma carência de seis meses para iniciar o pagamento, com juros de 3,75% (a taxa Selic) ao ano e 36 parcelas. Além da expectativa por receber essa verba, Moacir Dagostin critica o funcionamento dos bancos, com a cobrança das dívidas, enquanto não há produção.

"Gostaríamos que pare tudo então, ninguém paga nada e recebe nada. Os compromissos vão acontecer, nós na Acic também temos esse problema, é uma crise de todos. Precisamos nos unir, abraçar, verificar aquilo que é o grupo de risco. Ninguém é inocente de achar que pode voltar tudo, que está tudo certo. É um retorno gradativo", concluiu. 

Tags: coronavírus

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