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Eduardo Bueno: "forças obscurantistas estão no poder"

Escritor, jornalista e historiador, Peninha apresenta peça em Florianópolis e foi entrevistado no Ponto Final, da Rádio Som Maior
Por Heitor Araujo Criciúma - SC, 14/08/2019 - 18:47 Atualizado em 18/11/2019 - 19:08
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Jornalista, escritor, historiador e agora até mesmo vlogger, ator e dramaturgo. Faltam credenciais para introduzir Eduardo Bueno, o Peninha, gremista e gaúcho convicto, e intelectual pelas circunstâncias. Amante da geração beat, que figurativamente colocou fogo nos Estados Unidos nas décadas de 50, 60 e 70, Peninha lançou mais de 30 livros sobre a história do Brasil. Aí, não há nada de contraditório. Pelas definições do próprio autor, trata-se de uma história que não está nos livros didáticos. De certa forma, assim como a geração beat, Peninha publica uma obra contracultural. Narra e explica uma história que “Não Vai Cair no Enem”. E é este o nome da peça de Eduardo Bueno que estará em cartaz em Florianópolis, nesta quinta-feira, 15.

É a primeira vez da peça, que lotou teatros por todo o Brasil, em terras catarinenses. Peninha foi entrevistado pelo jornalista Arthur Lessa, no programa Ponto Final, da Rádio Som Maior. Despudorado e com a tradicional irreverência, Peninha analisou o momento político do Brasil e falou sobre algumas das suas paixões: história, Grêmio e, no fim, até reservou um pouquinho do tempo para falar sobre a peça.

Peninha tem um canal no YouTube, chamado Buenas Ideias. Lá, começou a gravar vídeos sobre períodos ou personagens marcantes ou escanteados da história brasileira, sempre com uma visão diferente da usual. Uma visão, de certa forma, mais real.

Assim é a peça Não vai Cair no Enem. “É um modelo híbrido. Pode ser chamado de Stand Up, porque eu falo sozinho, mas também de peça e teatro, porque tem troca de figurino, iluminação e trilha sonora. É uma tragicomédia: esse país ele parece engraçado, mas como sabemos ele é trágico. Não me refiro apenas a esse trágico governo, me refiro a um processo de cinco séculos”, afirma Peninha. 

Críticas políticas

Buscando uma abordagem distante da polarização atual da sociedade brasileira, Peninha não poupa críticas aos últimos personagens da trama política nacional. “As coisas são claríssimas. Sempre fui crítico à esquerda, continuo sendo, mas esse momento não é de eu voltar a criticar o PT e apoiar o impeachment da Dilma, como de certa forma naquele momento eu apoiei. Nesse momento, forças obscurantistas, retrógradas, conservadoras, rasteiras, nojentas, ligadas ao que a direita brasileira tem de pior, estão no poder. Eu acho que todas as pessoas decentes, de bem, dignas, a favor do conhecimento, da ciência e de um país melhor tem que concentrar as críticas e o combate a este governo nefasto e repugnante”.

Escola Sem Partido

Peninha é escritor e jornalista, com passagens por grandes jornais e quadros de história em rede nacional. Recentemente, lançou um livro de crônicas, intitulado Textos Contraculturais Crônicas Anacrônicas e Outras Viagens. No entanto, foi à história do Brasil que ele dedicou grande parte de suas obras. Relacionando com as aulas de história, Eduardo Bueno, sempre com a língua afiada, opõe-se ao movimento Escola Sem Partido, que vem ganhando força no debate nacional.

“O mundo é pendular. Quando a esquerda esteve no poder, além de ter feito coisas equivocadas e de ter se envolvido em corrupção, também tentou de certa forma estabelecer sua visão na escola. Agora, é natural que se tenha um viés humanista. O que se faz (com o Escola sem Partido) é puxar totalmente ao outro lado, dando voz a pessoas ignorantes, obtusas, conservadoras. Se eles querem guerra, da minha parte guerra terão. Se eu levantei a voz contra a esquerda, não vai ser contra esta direita que eu vou me calar”.

Futebol

Gremista e anti-Colorado, Peninha foi confrontado sobre qual é a maior paixão: o Grêmio ou falar de história? “Eu adoro o Grêmio, alimento essa rivalidade contra o co-irmão, óbvio que sem violência, essa coisa da rivalidade no futebol faz parte. Futebol é história também. Por amar o Grêmio e sua história, eu o amo mais”.

 E a peça?

Ela vai em cartaz em Florianópolis, no teatro Ademir Rosa, às 20h30. Ainda restam alguns ingressos à venda pela internet e também na bilheteria. “Trata da história, mas do ensino da história. Comento que, pra maioria de nós, a história é uma disciplina que aprendemos para o vestibular, assim que saímos do colégio acabou a história. Isso é um absurdo. A história está viva, ela pulsa. É aquele velho chavão: o povo que não conhece a sua história está pronto para repeti-la. Povo que não sabe de onde veio, não sabe para onde vai”, finaliza Peninha.

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