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Edson Gaúcho sinaliza: Jaime Dal Farra pode ficar

"Eu sinto nele, se nós classificarmos, subirmos, ele fica em 2021. Ele é torcedor", disse o diretor executivo de futebol do Criciúma nesta terça, na Som Maior
Por Denis Luciano Criciúma, SC, 10/11/2020 - 10:55 Atualizado em 10/11/2020 - 11:02
Fotos: Luana Mazzuchello / 4oito
Fotos: Luana Mazzuchello / 4oito

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Há poucos dias, o presidente Jaime Dal Farra anunciou, em reunião do Conselho Deliberativo, que deixa o Criciúma assim que encerrar a campanha na atual Série C do Campeonato Brasileiro. Mas há um porém. E esse porém veio à tona na manhã desta terça-feira, 10, e foi apontado pelo diretor-executivo de futebol do clube, Edson Gaúcho, em entrevista ao programa Agora. Participaram da entrevista o narrador Mario Lima e o comentarista João Nassif, do Timaço da Rádio Som Maior.

"Talvez ele me demita por isso", disse Edson, aos risos. "Não pode me demitir, pode me desconvidar", brincou. Em seguida, emendou com a sua leitura. "Eu sinto nele (Dal Farra), se nós classificarmos, subirmos, ele fica em 2021. Ele é torcedor", apontou o diretor. Assim, ele sublinhou uma análise que tem sido constante nos bastidores do Criciúma, mas não admitida publicamente. Do ponto de vista legal, Dal Farra pode fazer isso, já que ele é o presidente eleito do Criciúma até o fim do próximo ano. A parceria com a GA é uma outra situação.

"Edson, eu não posso sair do clube sem ganhar nada", disse o presidente ao novo diretor, quando fez o convite para ele voltar ao Criciúma. Edson Gaúcho, já com Dal Farra presidente, havia exercido a mesma função em 2017, durante a Série B do Campeonato Brasileiro daquele ano. "Se ele pudesse chegar e dar a fábrica dele em Goiás para ser campeão, para subir, ele daria. Ele é torcedor", reforçou o dirigente. 

Sobre uma mudança de postura a respeito de encerrar mandato no fim da atual Série C, Edson apontou que "os caras fazem uma pressão tão grande e induzem a falar alguma coisa", referindo-se à citada reunião recente do Conselho na qual Jaime fez o anúncio. "Tem gente boa no Conselho, mas também tem cada um que chega pra lá", completou Edson. "Até me surpreendi quando reencontrei o Jaime, quando ele me fez o convite para voltar. Ele estava de boa. Mas ele guarda muito sentimento disso tudo, ele está sofrido demais. É muita pancada", observou.

Elogios e críticas

Em outra entrevista, na noite desta segunda-feira, 9, Edson havia deixado no ar uma acusação relacionada a setores da mídia que teriam vínculos econômicos para elogiar ou criticar a atual gestão do Criciúma. "Eu sou dono de uma empresa, como o Jaime é, tenho um valor x que entra todo mês, todo ano, e quando chega uma pandemia perde 70%, muitos tinham patrocínio do Criciúma e foram cortados. Você vai elogiar quando você está sendo patrocinado? Quando corta você é um bandido, não serve para nada, só tem coisas negativas?", indagou. "Em tudo tem vagabundo, como técnico de futebol, diretor executivo, presidente de clube e como tem jornalista também. Que a carapuça sirva para quem quiser, pra mim não vai servir", emendou.

O caso Winck

Na passagem anterior de Edson Gaúcho pelo Criciúma, chamou atenção a circunstância da saída do então técnico Luiz Carlos Winck. Na ocasião, o Tigre brigava pelo acesso à Série A e, mesmo assim, dispensou ele. "Quando eu cheguei, o Winck ficou todo desconfiado. Eu cheguei e falei pra ele que não queria ser técnico. Eu sou grato ao presidente, ao Criciúma, mas eu quero é ser diretor, e já queria na época", contou. "Eu cheguei e disse ao Winck que poderia ser conselheiro dele, que o Criciúma tinha estrutura para projetar a carreira dele, diferente dos times pequenos onde ele trabalhou", referiu.

Daí, com boa campanha e dez jogos invicto, vieram assédios. "Um dia veio o empresário dele (Winck) e falou que o Internacional queria ele. Daí ele já queria aumento. Eu liguei para os dirigentes do Inter e cobrei, eles negaram, disseram que o Winck não era técnico para o Inter", relatou Edson. "O Winck me disse que queria ficar, mas eu disse que não daria aumento de salário. Se ele subisse o Criciúma, teria contrato renovado por mais dois anos, era esse o pensamento do presidente. E a gente estava preparando o Cléber Gaúcho e o Luciano Almeida para serem nossos técnicos no futuro. Estava tudo organizado. Eu saí, mandaram eles embora", reiterou.

Críticas para Luiz

Também durante a conversa desta manhã foi lembrado o polêmico áudio que vazou na Som Maior e no 4oito e culminou com a saída de Edson Gaúcho em outubro de 2017. Para ilustrar as crises com jogadores - que ele criticou abertamente no áudio de três anos atrás - Edson citou o goleiro Luiz. "Quando o Winck foi demitido, eu falei para os jogadores, o Winck é o culpado, vocês não são culpados. Eu não gosto de trabalhar para vagabundo. Isso era para o Luiz, o goleiro. O que o Luiz fez no Criciúma? O que ele ganhou no Criciúma? Só dinheiro", bateu.

"O cara que mais ajudou o Luiz foi o presidente. Eu quis emprestar ele para a Chapecoense com o Barreto, cada um ganharia R$ 500 mil, o presidente pediu que não, que ele confiava no Luiz", recordou o diretor. "Esse mundo dá muitas voltas, você vê quem são os corretos e os ratos saem do esgoto. O Luiz ficou aqui, desceu o time pra C, botou na Justiça o cara que mais ajudou. Ele devia ser agradecido ao presidente, muito obrigado por ter ganho R$ 6,4 milhões de vocês, mas não", criticou. "O Jaime não tinha experiência e fez um contrato de cinco anos com ele", reforçou.

O Criciúma hoje

A luta pela classificação à segunda fase da Série C continua. "Eu não estou preocupado com os quatro jogos, eu estou preocupado com o primeiro jogo", afirmou, referindo-se à partida de sábado, às 18h, em casa, contra o Ituano. Trata-se de um rival direto, quinto colocado, e o Criciúma é sexto. "Esse vai definir se queremos subir ou não", destacou.

Edson vê melhorias no elenco do Criciúma. "O grupo já deu uma melhorada, não porque eu cheguei, o Itamar é um cara sensacional, motivador, deixa os atletas falarem. A comissão dele é de um pessoal gente boa, corretos, honestos, de princípios. Ele conversa, ele brinca mas ele cobra também", elogiou. "O ambiente está bem mais tranquilo, mais solto, os caras estão se expressando mais", destacou.

O diretor identificou problemas de desânimo entre os jogadores. "Tem muitos atletas que não estão acostumados a ter uma pressão dessa maneira do Criciúma. Às vezes trabalha em um clube que não tem essa pressão. Eles tem que dar mais, o atleta dá 50% e tem 50% para dar a mais, é isso que queremos tirar deles", reforçou. "Estou conversando com os atletas individualmente, sem interferir em nada técnico, estou falando com eles, da maneira que estamos esperando, a resposta deles, eles tem condições. Fazer o atleta de 1m70 ficar com 1m90 de altura, é o que queremos", registrou.

Ele vê potencial no atual elenco tricolor. "Eu vejo o emocional muito abatido. A gente via na fisionomia deles que eles querem ajuda, querem dar mais, isso já é uma coisa boa. Não tem problema de grupo lá dentro", adiantou. Edson contou a razão da saída do meia Alisson Taddei. "O grupo tirou ele, o Taddei só queria brincadeira. O grupo tirou ele pois ele só queria palhaçada. Ele é excelente jogador mas não queria nada", disparou. 

Mesmo com as dificuldades, Edson vê com otimismo a sequência da campanha. "Nós temos que ganhar um só, no sábado, é confronto direto. Depois a próxima, depois a próxima e a próxima. Às vezes tem males que vem pra bem, quando o time tá numa baixa, vem a crescente, classificou e subiu, e nós vamos fazer isso aí. Pode estar quem quiser contra, vai infartar", relatou, reforçando que no seu entendimento tem gente torcendo contra o Criciúma. "Tem gente contra, com outros interesses, de política de clube, os caras que estão fora e querem entrar como diretor, como isso, como aquilo", finalizou.

Ouça a íntegra da entrevista de Edson Gaúcho ao programa Agora no podcast:

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