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Dos jogos com Pelé a venda de água mineral, Oberdan Vilain lembra sua carreira

Ex-zagueiro do Santos e do Grêmio foi o convidado deste fim de semana do Nomes & Marcas
Por Erik Behenck Criciúma - SC, 06/10/2019 - 15:17 Atualizado em 14/10/2019 - 09:01
(fotos: Arthur Lessa)
(fotos: Arthur Lessa)

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Com passagem marcante pelo Santos e pelo Grêmio, o ex-zagueiro Oberdan Vilain foi o entrevistado do Nomes & Marcas deste fim de semana. Ele começou no Coritiba e depois foi para o time da Vila Belmiro, onde permaneceu por uma década. Ao longo da carreira sempre esteve preocupado com o futuro, investindo em imóveis quando possível.

“Eu sempre tiver uma preocupação durante a minha carreira no futebol, se o jogador não tiver uma preocupação de investir o dinheiro, depois da carreira pode ter problemas. Eu tenho grandes amigos que só se preocupavam com o dia a dia e não com o que viria depois”, comentou o ex-jogador.

Depois que parou de jogar futebol, passou a investir na produção de mel, a convite de um tio. Na sequência migrou para o negócio de água mineral, junto com sua família. Hoje os Oberdan é responsável por 70% da produção da bebida em Santa Catarina, com as empresas Imperatriz e Da Guarda, ainda está negociando uma nova aquisição em Joinville.

Os tempos de Santos e a convivência com Pelé

Desde a época que estrou pelo Santos, Oberdan procurou guardar dinheiro. Ele sabia que a carreira como jogador de futebol era curta e precisava garantir o futuro da família. Enquanto isso, seus companheiros de clube esbanjavam com a compra de carrões.

“Quando eu fui para o Santos, em 1965, eu via aqueles jogadores famosíssimos como Dorval, Mengálvio, Gilmar, Pepe, Pelé e Zito, eram bicampeões do mundo, era um timaço, só que eles não se preocupavam. Todos tinham carros importados, o Pelé tinha uma Mercedes, e eu não tinha carro. Mas, com dois anos eu já tinha três apartamentos”, revelou.

Oberdan tinha dois filhos e sua mãe foi uma grande incentivadora dessa visão empreendedora, pedindo para ele investir na compra de imóveis em Florianópolis, que na época nem acesso asfaltado possuía. E durante esta década conviveu com o rei do futebol.

“O Pelé era um cara extraordinário, simples. Quantas bolas eu tentei passar para ele com mais força do que devia e eu pedia desculpa, aí ele dizia que o culpado era ele por não ter pegado. Não parecia um homem, porque batiam nele e se machucavam sozinho. Ele tinha uma impulsão absurda para um jogador de 1,75”, disse Oberdan.

O polêmico jogo na Colômbia

Ao longo da década de 1960, motivados pela fama de Pelé, o Santos fez diversas excursões pela Europa e na América do Sul. Um destes jogos aconteceu na Colômbia, no famoso caso em que Pelé foi expulso, retornou para o jogo e quem saiu foi o árbitro. Mas, tudo isso teve uma justificativa plausível, contou o ex-zagueiro.

“Eles fizeram uma seleção lá para ganhar da gente, entramos para brincar e jogar futebol. Tinha um juiz, Guilhermo Velásquez, que lutava boxe, era muito forte. Com 15 ou 20 minutos já estava 3 a 0, de repente eles fizeram um gol impedido, um jogador nosso foi reclamar e ele foi dar um soco no peito do Lima”, citou.

Os jogadores do Santos partiram para cima do árbitro e a confusão se armou. O rei nem estava perto, mas foi punido. “Então ele expulsou o Pelé e eu também, nós fomos para o vestiário, até que alguém veio chamar dizendo que era para voltar. O presidente mandou o juiz embora e colocou o bandeirinha para apitar”, recordou.

E todos foram parar na delegacia. Só que o delegado acabou pedindo desculpa pelo acontecido, prendendo Velásquez e liberando todos os jogadores do Peixe. Naquela ocasião as principais autoridades colombianas estavam no estádio.

A passagem pelo Grêmio

Oberdan Vilain deixou o Santos em 1975, passou um tempo no Coritiba e pendurou as chuteiras. Até que um dia encontrou Telê Santana, na época técnico do Grêmio, que vivia um período de anos sem títulos. Telê pediu que Oberdan repensasse a aposentadoria e jogasse no time gaúcho. O acordo deu certo e o Grêmio venceu o Gauchão de 1977.

“Nessa situação o Grêmio vinha há oito anos perdendo o Campeonato Gaúcho e eu tive a felicidade, de junto com aqueles jogadores e com aquela torcida maravilhosa, quando eu cheguei disse que o Escurinho não faria mais gols de cabeça e ele não teve mais essa oportunidade, que fazia em todos os grenais”, completou.

Segundo ele, a aposentadoria ainda jovem foi devido as longas viagens para a Europa, quando passava até 40 dias longe da família. Naquela época ninguém tinha telefone, nem Pelé. “Era ruim para as esposas e eu sou muito grato a ela, já são 51 anos de casados”, concluiu.

O Oberdan empresário

Já aposentado, começou a trabalhar com mel em Santa Catarina. E começaram a surgir novas ideias. “Eu comecei a pensar em outras coisas, como a água mineral. Quando iniciei aquilo pensei muito nos meus sobrinhos, que estavam nos Estados Unidos e gostariam de voltar ao Brasil para fazer alguma coisa. E quando eles voltaram eu disse que tinha a possibilidade de montar uma empresa familiar”.

Oberdan ainda comparou as atividades esportivas com a atuação como empresário. “O futebol é melhor, a água é um segmento que a gente aproveita junto com a família. Nós temos uma família lá dentro, tudo para o bem da família, eles me ensinam a fazer as coisas como deveriam ser feitas”, concluiu.

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