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De patinho feio a juiz de direito, Rubens Sérgio Salfer conta suas histórias

Magistrado aposentado foi o convidado deste fim de semana do Nomes & Marcas
Por Erik Behenck Criciúma - SC, 03/02/2019 - 14:19
(fotos: Arthur Lessa)
(fotos: Arthur Lessa)

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Herdeiro das Lojas Salfer, Rubens Sérgio Salfer foi para outro caminho que não o empresarial. Natural de Joinville, seguiu carreira no Direito até chegar a Criciúma, onde atuou por mais de uma década. Desde os 12 anos começou a trabalhar com o seu pai, ajudando a montar bicicletas e máquinas de costura, ainda no começo da empresa. Ele foi o entrevistado do Nomes & Marcas deste fim de semana, contando porque se considera um patinho feio.

“Fui o único que não ficou lá na Salfer. Eu era patinho feio também porque todos meus amigos gostavam de ler e estudar e eu não, gostava de brincar. Meu pai dizia que o cliente tem sempre razão e eu achava que não era assim que funcionava. Segui meu caminho e não me arrependo nenhum minuto”, afirmou.

Salfer chegou a atuar por quatro anos como advogado antes de partir para a carreira de juiz, agora curte a aposentadoria. Segundo ele, ficava por até 15 horas dentro do fórum, sendo o primeiro a chegar e um dos últimos a sair, de tanto que gostava da profissão. Ao longo destes anos ele nunca tomou uma decisão a pedido de alguém.

“Eu nunca sofri pressão, teve uma vez que um ex-presidente do Tribunal me pediu para aliviar, um pastor estava sendo condenado por estelionatário, eu condenei mesmo. Essas coisas as vezes acontecem pela juventude, o uso do cachimbo entorta a boca”, disse. “Tem as politicalhas dentro da magistratura. Teve um colega que saltou duas turmas em frente à minha, ele era amigo do rei. Tem essas coisas a parte”, emendou.

Brasil, um mau exemplo

Rubens Sérgio Salfer aprendeu com o seu pai que é importante trabalhar muito. Para ele o Brasil não é um país que de bons exemplos para o mundo. “Até hoje o Brasil serviu de mau exemplo para tudo e lamentavelmente ainda serve. Olhe-se o Supremo Tribunal Federal, olha-se o Congresso, o Executivo, federal, municipal e estadual, gasta-se muito mais do que se ganha”, frisou.

O juiz aposentado acredita ainda que é preciso começar de baixo, investindo na qualidade de vida. “Eu creio que para melhorar essa coisa de violência é importante melhorar o social, as coisas do povo. Tem gente que não merece estar junto com a sociedade, aliás não merece nem respirar”, afirmou Salfer.

Carro metralhado

Durante passagem por Rio Negrinho, Salfer acabou sofrendo um atentado. “Meu carro foi metralhado lá. Conforme apurou, era por causa do tráfico, o juiz que tinha ali foi aposentado por sanidade, entrei no gabinete tinha cinco ou seis mil processos, ele gostava muito de beber, aí quando entrou outro juiz começou a pôr ordem. Eu tentei fazer o meu melhor trabalho lá”.

O caminho até Criciúma

Em Criciúma há 16 anos, Salfer começou a sua carreira na magistratura por Mafra, onde conheceu a sua esposa, depois foi para Pinhalzinho e São Miguel do Oeste, até chegar na cidade onde trabalhou até se aposentar. “Achei que Criciúma geograficamente é sem igual no estado, em duas horas estamos em duas capitais, em uma hora estamos na serra e em 20 minutos estamos na praia”, destacou.

Segundo ele a comunidade criciumense é trabalhadora e gente boa. Mas, quando chegou na região não era bem assim. “Eu vim para cá numa vara criminal, na época que o bicho estava pegando. Época em que o antigo Presídio Santa Augusta era um caos, criador de lixo, barata e inseto. Depois atuei na execução penal, que foi a primeira vara da América Latina totalmente informatizada, na vara não tem nenhuma folha de papel”, lembrou.

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