Herança cultural dos povos que colonizaram Florianópolis, a história do Boi-de-Mamão já encantou crianças e adultos das mais diversas gerações. Quem tem a história do Boi-de-Mamão na ponta da língua é a Thalia Francisco Vitorino. Junto com seus colegas do 2º ano do Ensino Fundamental do Colégio Unesc, ela participou do projeto “Dá licença que meu boi quer passar”. “Um projeto muito alegre e divertido que realizamos sobre a colonização açoriana de Santa Catarina e suas tradições culturais”, comentou a menina, empolgada.

Encerrada nesta terça-feira, 20, às vésperas do Dia do Folclore, comemorado em 22 de agosto, a atividade ganhou uma festa de conclusão à altura: uma apresentação final na Unesc, em meio a alunos do Colégio Unesc, pais de alunos, professores, acadêmicos da Unesc e representantes da Reitoria.

Abordando o folclore de maneira lúdica

Recheado de dança, música, cultura e confecção de personagens tradicionais da história, o projeto buscou repassar o conto do Boi-de-Mamão para os estudantes de forma prática e lúdica. “Eu dancei e interpretei a personagem médica que ressuscita o boi quando ele morre”, comentou Thalia. Vestida à caráter, ela explicou que toda a coreografia foi criada pelos próprios alunos do 2º ano.

E a liberdade oferecida aos pequenos se mostrou produtiva. “Eu ajudei a criar alguns passos, mas também fiz parte dos detalhes que foram colocados no boi”, contou Letícia Rodrigues Rufino, também aluna do 2º ano do Ensino Fundamental.

A iniciativa tem como autora a professora Ana Karen Rosado. “A turma realizou um projeto sobre a colonização açoriana na região, já aproveitando para criar a coreografia, os figurinos e personagens do Boi-de-Mamão, peça folclórica muito presente em Santa Catarina”, explicou a docente.

Atividade interdisciplinar e participativa

A concepção do visual das apresentações da história do Boi-de-Mamão envolveu mais de uma disciplina, e os pequenos acabaram aproveitando os conhecimentos da aula de artes para montar o boi, a dona Maricota, os vaqueiros e outras personagens. “Tivemos o apoio das professoras Juliana Guimarães e Bruna de Bona, além da participação de pais e familiares dispostos a nos ajudar a criar e encenar toda uma história de fantasia e cultura presente nas nossas raízes catarinenses”, completou Ana Karen.

O projeto também proporcionou a integração entre alunos e familiares. “Ajudei na confecção do boi e dos cavalos dos vaqueiros, e foi incrível poder trabalhar ao lado de crianças tão criativas e animadas e de uma equipe de professoras e coordenadoras tão atenciosa como a do Colégio Unesc”, disse Renata Wadocha, acadêmica do curso de Artes Visuais da Unesc e mãe de uma das alunas que participou do projeto. “Acho que é muito importante que eles tenham esse contato com uma peça cultural tão presente e importante para a nossa região”, continuou.

Tal contato acaba por evidenciar a prática pedagógica do projeto. “Por meio dele, os alunos se apropriaram do conhecimento de forma criativa e lúdica, sobretudo, foram protagonistas em todas as ações”, afirmou a coordenadora pedagógica do Colégio Unesc, Carina de Freitas. “Fico muito emocionada cada vez que assisto, é algo mágico que remete a minha infância. Momentos felizes e de muito aprendizagem é o que temos e queremos cada vez mais propiciar aos nossos alunos no Colégio Unesc”, seguiu a coordenadora pedagógica.

O projeto “Dá licença que meu boi quer passar” também é motivo de orgulho para a coordenadora geral do Colégio Unesc, Marlene Pires. “O Boi-de-Mamão tem uma importância cultural muito grande para a nossa região, e é gratificante ver os nossos alunos se esforçando e querendo saber mais sobre a história do boi, querendo ajudar na confecção dos personagens e se divertindo durante as apresentações”, comemorou Marlene.