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Coronavac "pode tornar uma doença fatal em uma gripezinha", diz Renato Matos

Médico pneumologista explicou os detalhes das eficácias das vacinas que podem chegar ao povo brasileiro no Programa Adelor Lessa (áudio na íntegra abaixo)
Por Heitor Araujo Criciúma, SC, 14/01/2021 - 10:14 Atualizado em 14/01/2021 - 10:15
Vacina tem eficácia de 50% para infecção, mas de 100% contra mortes por Covid-19 (Foto: Divulgação)
Vacina tem eficácia de 50% para infecção, mas de 100% contra mortes por Covid-19 (Foto: Divulgação)

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Foi um furor de desinformação: o tão aguardado resultado dos estudos da Coronavac, produzido em parceria entre o Instituto Butantan e a Sinovac, farmacêutica chinesa, indicou uma eficácia de pouco mais de 50% contra o infecção de coronavírus - número que aumenta para 70% contra casos que necessitam de atendimento médico  e chegou aos 100% contra as mortes. Sem politizar a vacina, focado na tecnicidade do assunto, o médico pneumologista Renato Matos falou no Programa Adelor Lessa dessa quinta-feira sobre as opções brasileiras de vacinação e demistificou os que querem confundir: "se analisarmos todas as situações, ela é uma boa vacina", resume.

Segundo Matos, a Coronavac teve uma linha de estudo um pouco diferente às da Moderna, cuja eficácia foi apontada em mais de 94,1% pela farmacêutica. "O estudo da Coronavac considera caso qualquer tipo de sintoma: apresentou um pouco de dor de garganta, diarreia, dor de cabeça, isso é um caso. Na Astrazeneca, considera esses sintomas leves, mais falta de ar, são casos mais graves, também o da Moderna. Estão se avaliando coisas diferentes", detalhou o médico.

"A Coronavac evita em 70% casos mais graves, evita internação e evita morte. Se hoje eu for acometido por uma infecção de coronavírus e não vou pro hospital e não vou precisar de oxigênio e nem morrer, eu estou feliz da vida. Essa vacina pode tornar uma doença potencialmente fatal em uma gripezinha. Isso é um grande negócio", completa Matos. 

Alguns fatores favoráveis - apesar da eficácia menor do que as vacinas produzidas com a tecnologia de inserção do RNA - foram apontados por Matos à Coronavac, que insere o vírus morto no organismo. "A vacina RNA, da Pfizer por exemplo, produz uma única proteína: se essa proteína mudar, teremos que refazer a vacina. A Coronavac introduz o vírus inteiro, existem mais proteínas para serem atacadas", explica.

"Como se fizesse uma vacina que atacasse só os dedos das mãos. Se eu perco a mão, a vacina não funciona mais. Se eu tenho uma que ataca minhas mãos, pernas, troncos, caso eu perca as mãos, a vacina continua funcionando. A Coronavac tem uma amplitude maior de alvos para serem atacados", exemplificou o médico. "Apesar da eficácia geral ficar um pouco acima de 50%, se analisarmos todas as situações, ela é uma boa vacina, só que vamos alcançar o nosso objetivo (a imunidade coletiva) mais lentamente", conclui.

O governo federal vacila - mas ainda não vacina - em apresentar um calendário de imunização contra a Covid-19. O ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, indicou, por último, o dia 19 de janeiro para a realização de um evento no Palácio do Planalto, cuja intenção é vacinar um idoso e um profissional da área da saúde. No entanto, a data ainda não foi oficializada. 

É consenso entre os especialistas em saúde que o Brasil fez poucas "apostas" enquanto estudavam-se as eficácias e efetividades das diferentes vacinas em elaboração pelo mundo: o governo de São Paulo colocou "as fichas" na Coronavac e o governo Federal na de Oxford/Astrazeneca. 

"Há meses Israel (país que vacinou mais de 20% da população) pagou acima do mercado. Hoje sabe-se que custa 20 dólares a vacina da Pfeizer ou Moderna, Israel pagoum por exemplo, 25 dólares para reservar a quantidade. Canadá disse que reservou uma quantidade de 10 vacinas para cada paciente. O Brasil demorou muito para fazer isso", podera Matos. 

O médico reforçou a dificuldade que o governo Federal terá para comprar vacinas da Pfizer ou da Moderna, como foi sinalizado anteriormento por Pazuello. "Nessa época, o mercado está saturado, não existe mais vacina, mesmo pagando acima de mercado", aponta o médico.

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