Laguna ganhará um novo centro cultural que deve reunir diversas expressões artísticas e literárias em um único espaço. O casarão que abrigou o antigo Banco da Indústria e Comércio (Inco), no Centro da cidade, será transformado em um ponto de cultura e sede da Academia de Letras do Brasil e de Santa Catarina (ALBSC), com atividades como aulas de música, canto, dança, pintura, artes plásticas e exposições abertas à comunidade.
A iniciativa integra um projeto aprovado na Lei Rouanet, que prevê a revitalização do imóvel e a criação de um núcleo cultural abrangente no Sul de Santa Catarina. Segundo Karmensita Almeida da Rocha Cardoso, secretária da ALBSC Seccional Laguna, o espaço terá uma função inédita no município. “Será um ponto de cultura, uma central das academias da região. No casarão, vai funcionar um conservatório cultural, com aulas e espaços dedicados às artes", pontuou ao 4oito.
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O avanço do projeto ganhou impulso após o Governo de Santa Catarina autorizar, por meio de portaria publicada no Diário Oficial, o repasse de R$ 2 milhões à Prefeitura de Laguna para a aquisição do imóvel. Construído na segunda metade do século 20 em estilo art déco, o casarão, de dois pavimentos, está desativado desde 2004 e é considerado um dos marcos arquitetônicos da área central, localizado na esquina das ruas Oswaldo Cabral e Comendador Rocha.
Iniciativa chamou a atenção de políticos
Karmensita explica que a proposta inicial buscava captar recursos pela Lei Rouanet para comprar o imóvel, mas o cenário mudou quando a iniciativa chamou a atenção das lideranças estaduais. “No início, era um projeto de captação de recursos para comprar o casarão, uma iniciativa do deputado Júlio Garcia. Quando o governador Jorginho Mello tomou conhecimento do projeto, decidiu garantir a aquisição diretamente pelo Estado", relembrou.
Com a compra encaminhada, o próximo passo será captar recursos para a revitalização, restauração e aquisição de mobília, permitindo que o espaço receba atividades já planejadas pela Academia. “Vamos deixar tudo preparado para iniciar os atendimentos, pois é uma forma de cultivar a cultura, a arte e valorizar nossa cidade”, afirmou a secretária.
A transformação do antigo Banco Inco em um centro cultural marca um novo capítulo para o imóvel, desativado há duas décadas, e reforça a aposta de Laguna no fortalecimento da cultura e das artes como instrumentos de desenvolvimento social.
Trajetória dos bancos em Laguna
Ao longo dos últimos 100 anos, Laguna contou com diversas agências bancárias que marcaram época e ajudaram a movimentar a economia local. O fechamento recente do Bradesco, após quase 60 anos de funcionamento, não é um fato inédito na história da cidade.
Entre os bancos que já passaram por Laguna estão:
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Banco Inco, fundado em 1935 e instalado na cidade desde 1936, incorporado pelo Bradesco em 1968;
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Besc, criado em 1962 pelo governo estadual, com agência inaugurada em 1980 e encerrada em 2016 após a incorporação pelo Banco do Brasil;
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Banco Nacional do Comércio (Banmércio), o primeiro grande banco a chegar a Laguna, em 1926, encerrando atividades após ser incorporado em 1973;
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Bamerindus, que funcionou na cidade entre as décadas de 1980 e 1990, até ser adquirido pelo HSBC em 1997;
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HSBC, que manteve operações locais até 2016, quando também foi incorporado pelo Bradesco.
Essas instituições deixaram marcas na paisagem urbana e na memória dos moradores, mostrando como a história bancária de Laguna acompanhou as transformações do sistema financeiro brasileiro.
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