Até o momento o Tigre anunciou três reforços para a temporada de 2021: o lateral esquerdo Léo Campos e o volante Vinícius Tsumita, do Metropolitano, e o zagueiro Marcel, por empréstimo do Cascavel. São atletas que não correspondem ao plano inicial apresentado pelo departamento de futebol, de jogadores experientes e com passagens nas divisões de cima do futebol brasileiro. 

A reportagem do Portal 4oito conversou com um repórter de Blumenau, que acompanhou a Série B do Catarinense do Metropolitano, e outro de Cascavel, para fazer um retrospecto da carreira dos três jogadores, e conversou com o comentarista do Timaço, João Nassif, que opinou sobre os anúncios feitos. 

Polivalentes

Nesta temporada, como anunciado pela comissão técnica, a expectativa é de um grupo enxuto, de 26 jogadores, mesclando experiência e juventude. De Blumenau vieram dois atletas que atuam em mais de uma função. 

De acordo com o repórter Jerry de Oliveira, da Rádio Nereu Ramos, de Blumenau, Léo Campos, lateral esquerdo de 28 anos, foi o principal destaque na campanha de acesso da Série B do Catarinense pelo Metropolitano. 

Trata-se de um lateral mais defensivo, mas com aptidão para atuar também como volante. Pelo Metropolitano, atuou em oito partidas na Série B e fez três gols: contra o Barra, Fluminense e Camboriú. 

Léo Campos fez a categoria de base no Avaí e no Grêmio, de onde saiu para o Brasiliense, e depois defendeu Inter de Lages, ASA, Avenida-RS, Confiança e Real Brasília, antes de assinar com o Metropolitano.

De acordo com o site Ogol, Léo Campos tem apenas 90 minutos jogando uma Série A de Brasileirão, pelo Avaí em 2011, e nunca disputou uma Série B. Pelo ASA de Arapiraca, jogou uma Série C em 2017 e uma Copa do Brasil em 2019.

Já Vinicius Tsumita é descrito como um volante técnico e de saída de jogo. Pode atuar, ainda, como meio-campista mais avançado. Em 2020, de acordo com o repórter Jerry Oliveira, o volante apresentou boa regularidade dentro de campo. 

Revelado pelo Internacional, Tsumita defendeu o Ypiranga de Erechim, rival do Tigre na Série C, na temporada de 2019. No clube do Norte gaúcho, integrou a equipe que jogou a divisão de acesso do estadual, sendo utilizado apenas três vezes na Série C. 

Em 2020, fez apenas uma partida pelo Ypiranga, quando foi transferido para o Metro. Na Série B do Catarinense, foram oito partidas e dois gols marcados.

O tempo de contrato de Tsumita e Léo Campos não foi divulgado pelo departamento de futebol do Tigre. Os atletas já fazem os trabalhos físicos com o resto do elenco.

Bom jogo aéreo e saída de bola

Marcel Scalese, 24 anos, vem por empréstimo do Cascavel até o fim do ano, de acordo com nota divulgada pelo clube paranaense. O Tigre, no entanto, também não confirmou o tempo de contrato com o zagueiro.

Na avaliação do repórter Luciano Neves, do jornal Gazeta do Paraná e TV Tarobá, Marcel fez um bom campeonato paranaense pelo Cascavel Futebol Clube em 2020, quando o clube pela primeira vez disputou uma semifinal de estadual, sendo eliminado pelo Athletico.

Com Marcel de titular, o Cascavel teve na defesa um dos pontos fortes; o zagueiro é descrito como bom jogo aéreo e na saída de bola, mas mais lento na recuperação. 

Na Série D do ano passdo, quando o Cascavel avançou até a segunda fase e foi eliminado pelo Novorizontino, Marcel - um dos remanescentes do elenco do parananese, que viu jogadores indo para clubes como CSA, Chapecoense e Londrina -, perdeu a titularidade para Willian, capitão do time.

No histórico, Scalese tem passagem pela categoria de base do Palmeiras, mas foi revelado pelo Bragantino. Em Bragança Paulista fez três temporadas no time principal: todas integrando o time que disputava a Copa Paulista. Em divisões nacionais, tem um jogo na Série B de 2016 e outro na Série C de 2017. Antes de assinar com o Cascavel, jogou a Série A-2 do Paulistão pelo XV de Piracicaba. 

Opinião

O comentarista do Timaço, João Nassif, não demonstrou entusiasmo com os primeiros nomes anunciados pelo Tigre. Na avaliação do comentarista, paira a dúvida sobre o departamento de futebol e os reforços, até o momento, não passam de apostas.

"Quem contrata e indica? Possivelmente Hemerson Maria, porque o Criciúma não tem diretor executivo. Fica a aposta para saber o que poderão render, principalmente no Brasileiro. O estadual fica de laboratório para esse time, até o momento, modesto que o Criciúma está montando", analisa o comentarista.

Nassif lembrou a dificuldade de caixa do clube, "praticamente zerado e com apenas um patrocínio até agora". Essa, talvez, seja a explicação, na opinião de Nassif, para os três primeiros nomes anunciados.

"São três contratações que até agora não causam impacto. São jogadores desconhecidos, vindo de divisões inferiores e em princípio não se recomenda muito. Claro que muitas vezes o futebol oferece surpresas, jogadores sem projeção e que dão certo", aponta. "Talvez o Criciúma aposte nesses jogadores que vêm com salário baixo. Saber se vão jogar, é a grande questão", conclui o comentarista.