Você sente a sua barriga inchar após as refeições? Passa horas no banheiro esperando tudo ir embora, inclusive as cólicas? Você sofrer de um problema presente em até 20% da população mundial: síndrome do intestino irritável. A condição ainda não é bem compreendida pela comunidade científica.

“Já houveram vários nomes no passado: colite, colite nervosa, colite isquêmica, gastroenterite. E então a comunidade médica definiu assim, uma entidade que não tem doença, mas que não funciona correto. E foi dividido em três tipos: a diarreia, que você tem fezes amolecidas diariamente, a constipada que é o intestino preso e a forma mista que é um pouco de cada”, explicou o gastroenterologista Luiz Augusto Borba.

O gastroenterologista explicou que o paciente deve passar por análises para saber se não tem doenças intestinais inflamatórias ou intolerâncias. “Os exames feitos são para descobrir os problemas são exame de fezes, alguns exames laboratoriais, teste de intolerância a lactose e ao glúten. Se não tiver doença, você pode ter a síndrome do intestino irritável”, esclareceu.

Segundo o médico, ainda não existem fatores etiológicos específicos que possam explicar a síndrome. “A gente entende que são multifatoriais, por isso não se encontra uma definição de fatores de etiologia”, revelou.

Borba diz que não é possível evitar e que a síndrome está ligada a questões emocionais. Também é mais comum em mulheres do que em homens. “Não sei se a mulher tem tido mais atuação em serviço, ou tem mais vergonha em eliminar gases, ou talvez tem mais compromissos. Mas estatisticamente a mulher dá um show nesse problema em relação ao homem”, disse.

O médico alerta que prender gases faz muito mal e que é bastante doloroso. “O que existe na questão da dor. Algumas pessoas tem mais dor no abdômen que as outras. E aí estranhamente, algumas pessoas usam até calmantes e antidepressivos que aliviam a dor. É confusa a situação”, contou.

O tratamento para síndrome seria uma ter uma evacuação diária e perfeita. “Eu faço uma comparação entre animais e suas respectivas fezes. Então eu falo do cocô do gato que é fininho, do cocô do cabrito que são bolinhas, do da vaca que é amolecido e do cocô do cachorro grande que come ração, que são fezes maiores, mais compridas, bem formadas e que boiam. Por que elas boiam? Porque carregam gases. Então quando você tem uma boa evacuação, você se sente bem, não sente desconforto”, detalhou o médico.

Os fatores que podem levar a síndrome: pouca água, substancias que provocam gases desnecessários, alimentação pouco balanceada. “Se você tem uma alimentação muito cheia de verduras, você também pode contribuir para o funcionamento acelerado do intestino, isso, por consequência pode causar fezes amolecidas e dor”, revelou o médico.

O gastroenterologista explica que quando a pessoa sente desconforto anormal e/ou alteração do hábito intestinal de uma forma brusca deve procurar o médico, pois pode estar sofrendo com a síndrome.