[Áudio] Ventos do ciclone devem atingir até 70 km/h na região

A aproximação de um novo ciclone extratropical deve alterar o tempo no Sul de Santa Catarina entre esta terça (9) e quarta-feira (10). O climatologista da Epagri, Márcio Sônego, explica que o fenômeno não é incomum para esta época do ano e que sistemas semelhantes já atingiram o Estado recentemente. “É mais um ciclone, novidade nenhuma, é um sistema recorrente aqui no Sul do Brasil. Tivemos um em novembro, nos dias 8, 9 e 10, quando o vento foi mais fraco do que se previa, mas a chuva foi bastante volumosa”, relembra.

Segundo Sônego, apesar da instabilidade prevista, o início da semana ainda apresentava condições tranquilas na região. “O tempo nessa segunda-feira correu bem, com vento agradabilíssimo e temperatura que chegou a 31°C em Criciúma”, afirma. Ele destaca que a chuva já ocorria na parte alta do Estado e em áreas do Oeste catarinense e do Rio Grande do Sul.

Chuva chega ainda na madrugada

Para Criciúma e municípios vizinhos, a precipitação deve começar ainda na madrugada desta terça-feira, entre 3h e 4h. A expectativa é de acumulados próximos de 30 milímetros ao longo do dia, com maior intensidade no Costão da Serra, onde pode ultrapassar 50 milímetros. Na Grande Florianópolis, a tendência também é de chuva mais expressiva.

“Amanhã a precipitação se espalha bem. Começa de madrugada e vai até o final da tarde. Pode haver alagamentos pontuais, como sempre acontece”, pontua Sônego. Ele reforça que a Defesa Civil trabalha com projeções mais conservadoras, considerando cenários de maior risco. “A previsão nunca acerta em cheio. Às vezes chove até mais do que o previsto, especialmente no Costão da Serra, onde o relevo favorece a concentração de umidade”, explica.

Ventos mais intensos na quarta-feira (10)

Os ventos do ciclone devem ser sentidos com mais força somente a partir da noite de terça e ao longo da quarta-feira. Na região de Criciúma, as rajadas devem ficar entre 50 e 70 km/h, enquanto áreas de serra podem registrar ventos de até 80 km/h.

“É um vento parecido com o ciclone de 8 de novembro. Alguns modelos chegaram a indicar 140 km/h, mas as previsões vão se ajustando. Não é um cenário como o do Catarina, que chegou a 150 km/h, a menos que fuja muito da previsão”, afirma.

Nas áreas litorâneas da Amesc, como Balneário Arroio do Silva, o vento mais forte deve ocorrer entre quarta-feira (9) e quinta-feira (10), com picos de até 60 km/h. “Amanhã ainda não é tão problemático no litoral. A preocupação maior é no costão da serra e nas áreas mais altas”, diz o climatologista.

Chance de granizo não está descartada

Sônego também alerta para a possibilidade de granizo, embora de forma isolada. “Se entrar trovoada na madrugada, pode acontecer algum granizo bem pontual. É um ciclone que afeta todo o Sul do Brasil, então não dá para precisar onde pode ocorrer. Mas existe chance”, explica.

Com a formação do ciclone e a previsão de chuva forte em curto período, a orientação é acompanhar os alertas emitidos pela Defesa Civil e evitar áreas suscetíveis a alagamentos. “A Defesa Civil tem um serviço muito importante. Trabalha sempre com o pior cenário para evitar surpresas”, reforça Sônego.

Segundo o climatologista, após a passagem do sistema, o tempo deve estabilizar novamente na região. “Amanhã chove, uma chuva normal a forte, e na quarta vem o vento do ciclone”, resume.

Ouça na íntegra o climatologista da Epagri, Márcio Sônego: