[Áudio] Universidade Gratuita: "Sem CPF, não conseguimos fazer qualquer tipo de notificação", diz reitora da Unesc

A reitora em exercício da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), reforçou o pedido da universidade, que exigiu os dados dos alunos que fraudaram as exigências para participar do programa Universidade Gratuita. Segundo ela, sem a identificação dos formandos, não é possível cumprir nenhuma medida. "Quando um órgão como o Tribunal de Contas apresenta um relatório e um parecer de inconsistências, ele deve ter os nomes, porque se não tivesse os nomes, esse relatório seria invalidado.", destaca Gisele, em entrevista ao Programa Adelor Lessa, nesta segunda-feira (23).

Em 2024, a universidade foi a terceira da ACAFE com maior número de alunos matriculados. "Isso significa que proporcionalmente falando, a Unesc está com o número de inconsistência em terceiro lugar, mas não significa que esse terceiro lugar está em todos os quesitos", explica. No momento, a universidade tem 2.536 alunos beneficiados e 177 indícios de inconsistência de dados.

Desde a implementação do programa, a Unesc já recebeu 494 denúncias. "É importante a gente destacar que inconsistência é diferente de irregularidade e irregularidade é diferente de fraude", aponta a reitora. Dentre os casos, 13 foram considerados procedentes, e a perda de benefício foi notificada aos estudantes. Com isso, os recursos foram devolvidos aos cofres públicos.

Para ela, a Unesc desempenha um bom serviço quanto aos casos, mas precisa dispor de uma maior parceria com o sistema nacional. "A universidade faz um trabalho sério, nós temos esse protocolo interno que faz a verificação. Agora, a universidade não dispõe de um instrumento, de uma tecnologia integrada com todo o sistema nacional para poder checar de imediato esse CPF", cobra Gisele.

Atualmente, quase metade dos alunos da modalidade presencial, são ou foram beneficiados pelo programa. "Hoje na universidade 44% dos estudantes no presencial já foram beneficiados com o programa Universidade Gratuita. Sem CPF, não conseguimos fazer qualquer tipo de notificação, porque entendemos que isso precisa ser avaliado com cuidado para não fragilizar pessoas sérias que são dedicadas a uma formação inclusiva", finaliza a reitora.

Ouça, na íntegra, a entrevista da reitora da Unesc: