O inquérito policial que investigou a tragédia do balão em Praia Grande, no sul de Santa Catarina, foi concluído pela Polícia Civil sem indiciamentos. O caso, ocorrido no dia 21 de junho de 2025, resultou em oito mortes e treze pessoas feridas, e agora está sob análise do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). Segundo o delegado-geral da Polícia Civil, Ulisses Gabriel, em entrevista à Rádio São Maior, nesta sexta-feira (10), com a conclusão do inquérito, o Ministério Público tem três possibilidades. Oferecer denúncia com base nas provas já reunidas, solicitar o retorno do inquérito à Polícia Civil para complementação das diligências, ou promover o arquivamento do caso. A decisão cabe ao MP, que é o titular da ação penal.
O delegado, comentou sobre o caso e afirmou que teria adotado uma postura diferente da do delegado responsável pelo inquérito." Eu como delegado, se fosse delegado do caso teria feito o indiciamento como cidadão eu discordo veementemente do não indiciamento do piloto e dos responsáveis pela empresa", declarou Ulisses Gabriel. Segundo ele, há indícios de negligência, imprudência e imperícia por parte do piloto e de representantes da empresa responsável pelo voo. Entre os pontos citados estão a ausência de habilitação específica do piloto, falhas na operação do balão durante o incêndio e a não abertura do "tap", mecanismo que poderia ter evitado que o balão voltasse a subir após o primeiro impacto com o solo.
O laudo pericial produzido pela Polícia Científica de Santa Catarina também identificou elementos que contribuíram para o acidente. Ainda assim, o delegado responsável pela condução do inquérito entendeu que não havia elementos suficientes para o indiciamento dos envolvidos.
Ouça na íntegra a entrevista com o delegado-geral da Polícia Civil, Ulisses Gabriel: