O advogado trabalhista Arlindo Rocha, ex-prefeito de Maracajá, se colocou como pré-candidato a prefeitura de Criciúma pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Apesar disso, ele ainda precisa da assinatura do presidente Lula de abono à ficha de filiação para iniciar a pré-campanha. Ele não deve ser o único nome que assume a condição pelo PT, mas não divulgou outros possíveis candidatos.

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Rocha falou sobre a candidatura no programa Adelor Lessa, na manhã desta terça-feira (30). Ouça, abaixo, a entrevista completa (o texto continua a seguir):

O que disse Arlindo Rocha

Como lidar com uma cidade de direita

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A primeira etapa foi vencer a minha vinda ao partido e já chegar como pré-candidato. Nós temos agora que trazer para o cidadão criciumense, os programas do Governo Federal, as melhorias que estão acontecendo no nosso Brasil, muita coragem, esperança e tentar alinhar o Governo Municipal com o Governo Estadual e, principalmente, o Governo Federal em todos os programas sociais, programas de investimentos e assim por diante.

Nós apresentaremos um projeto de gestão ao município de Criciúma, que contemple todo o desenvolvimento que essa cidade tem, uma cidade que eu amo tanto. Um projeto que gere confiança, que seja viável, baseado em números e ações e que dê o maior retorno do imposto que o cidadão paga. Discutir os problemas com a comunidade, entidades organizadas, nossas universidades, sindicatos patronais, sindicatos de trabalhadores, associações comerciais, bairros, enfim, levantar todas as possibilidades de soluções e tentar engajar toda a cidade para a aplicação desse projeto, se for o escolhido.

Esquerda na disputa a prefeitura

Eu sou apenas um filiado do Partido dos Trabalhadores. Estou me colocando à disposição como pré-candidato, mas nós poderemos ter outros companheiros que pretendam disputar a eleição e vamos passar por todo o processo partidário.

Não posso falar pelo partido porque sou apenas um membro. Estou muito feliz de estar na executiva já do partido, mas, se depender da minha vontade, só duas situações retiram a minha candidatura: a primeira é se Deus me permitir e a segunda é se o partido me preterir. Em outras condições, eu sou candidatíssimo a prefeito de Criciúma e espero poder conversar, chegar ao ouvido de cada eleitor, quero ganhar a confiança do cidadão, como eu fiz na cidade de Maracajá e como implementei lá uma gestão totalmente diferenciada, que traga desenvolvimento, obras, mas que também traga muito amparo social.

Ideais do PT

Nós estamos totalmente alinhados nessa pré-candidatura, no programa do partido, nas ações sociais e econômicas que o presidente Lula está tomando e passo a passo acredito que nós devemos vencer o ódio e o medo e trazer esperança e confiança. Certeza que nós estamos numa cidade maravilhosa, que tem os seus problemas, mas que nós vamos procurar resolver baseado na ciência, no conhecimento.

Causas sociais

Acho que está faltando colocar o cidadão, aquele que precisa realmente do órgão público, no orçamento da cidade. Não podemos ter um órgão de assistência social no bairro mais rico de Criciúma, nós temos que estar lá no Cristo Redentor e assim por diante. Precisamos alinhar e realinhar alguns programas muito bons, que recebem muito dinheiro, mas atacar a causa, não só o efeito. Por exemplo, se o problema do trilho do bairro Pinheirinho fosse na Vila dos Engenheiros, aqui no Pio Corrêa, se daria jeito no mesmo dia. Saber é diferente de sentir. E o que me sintoniza com o eleitor e com o cidadão, é isso. Eu estou nas portas das fábricas, eu estou sempre buscando, conciliando os conflitos. Eu não estou só pensando em ganhar dinheiro, só em enriquecer.

Hospital São José

Se me perguntasse o que eu faria para resolver o problema do Hospital São José como prefeito, eu diria ‘muito simples’. Às vezes a gente precisa copiar. Olha o que Içara faz. Destina 50% do IPTU para o Hospital São Donato. Você já imaginou se nós destinássemos 10%, 20%? Não estou nem falando de 50%, mas 10% para esse hospital que vive mendigando. Eu duvido que, se não houvesse plano de saúde, onde o filho do político que está comandando fosse atendido, o Hospital São José não daria jeito. Teria jeito. Essa é a diferença de saber e de sentir.

Principal bandeira da campanha

A principal bandeira é a relação de confiança entre o poder público e o cidadão e o olho do progresso futuro. Nós não temos que ver só o problema da enxurrada, que é importante e esse governo e os outros fizeram muito por isso, mas temos que pensar para o futuro. Eu quero discutir com a Unesc qual é a projeção que nós vamos fazer para daqui a 20, 30 anos de Criciúma, os problemas que terão e vamos minimizar isso, economizando dinheiro público. Principalmente, colocando o pobre no orçamento. Nós vamos para os bairros, vamos mobilizar a cidade. Não é possível que Criciúma ande socialmente para trás.