No domingo à noite, após a exoneração de Douglas Borba da secretaria da Casa Civil, o ex-secretário adjunto do Desenvolvimento Econômico e Sustentável, Amandio João da Silva Junior, conversou por três horas com o governador Carlos Moisés (PSL). Foram os ajustes para aceitar o cargo deixado por Borba, após denúncias de corrupção na compra de respiradores mecânicos.

A relação de Amandio com Moisés começou em 2018, ainda na época da campanha eleitoral. Após ouvir as propostas de Moisés, Amandio procurou Lucas Esmeraldino, hoje secretário de Desenvolvimento Econômico Sustentável do Estado, para aproximar-se do ex-comandante do Corpo de Bombeiros. Agora titular da Casa Civil, Amandio terá como desafio aproximar Moisés da Assemblea Legislativa, na iminência de ter contra o governo um pedido protocolado de impeachment.

"Vamos trabalhar numa retomada do governo alicerçada no diálogo, em aproximação com a sociedade civil, prefeitos, entidades e fundamentalmente a Alesc", apontou o novo secretário. "Precisamos reconhecer que a aproximação com a Alesc, através de gestos e atitudes, sob ponto de vista de projetos e políticas públicas, precisa ser tomada rapidamente", acrescentou,

Amandio reafirmou confiança em Carlos Moisés, negando que tenha qualquer participação do governador em irregularidades na compra dos respiradores mecânicos, alvo de investigação do MP, Polícia Civil e TCE.

"Como qualquer líder público no país pode incorrer em questões que não estão ao seu alcance", justificou o secretário. Outra tarefa que terá à frente da Casa Civil será descentralizar funções. "O acúmulo de funções acabou desaguando nessa questão de falta de diálogo. Fazemos ajustes internos importantes, dividindo funções com outros secretários que entendemos que nos dará mais praticidade", afirmou Amandio.

O secretário elogiou Moisés. "Respeito-o porque acredito no seu feeling. Vamos ampliar a interlocução com a sociedade civil organizada", concluiu Amandio, que deve nomear, nesta terça ou na quarta-feira, Juliano Chiodelli como seu adjunto na pasta. Juliano deixará a presidência da Junta Comercial do Estado de Santa Catarina.