Parar de fumar e largar o vício é uma tarefa complicada, e quase todos conhecem alguém que já passou por essa situação. Uma das substâncias mais conhecidas do produto é a nicotina, famosa por levar ao vício, por outro lado, ela é uma das menos maléficas entre as mais de quatro mil que compõe o cigarro. Diferente do que muitos imaginam, o produto não causa danos apenas para os pulmões.

“Vale lembrar que o cigarro não causa apenas doenças pulmonares. Ele pode comprometer a qualidade óssea, a pele, as funções renais, cardíacas e neurológicas”, afirmou a fisioterapeuta e especialista em recuperação cardiopulmonar, doutora Renata Nesi. 

As pessoas que tentam parar aos poucos apresentam maiores chances de terem recaída, assim como as pessoas que sofrem de ansiedade. Como cada organismo é diferente, o processo de vício e de parada são diferentes em cada pessoa.

“Depende muito de fenótipo, que é a variação de pessoa para pessoa. Nós somos diferentes, então essa grande diferença genética tem resposta em relação aos vícios. Nosso cérebro tem receptores nicotínicos”, destacou.

Segundo Renata, o corpo humano tem a capacidade de se recuperar, mas após fumar por diversos anos, é impossível que a restauração seja completa. A doutora destacou que existe um número significante de pessoas que nunca fumaram, mas possuem câncer de pulmão. “Elas respiram fumaça de cigarro, por conviverem com alguém que fume”, afirmou.

O cigarro é ainda mais prejudicial do que bebidas alcoólicas, de acordo com a fisioterapeuta, a quantidade ingerida para ocasionar doenças, é bem menor. A situação é ainda mais delicada para as pessoas que costumam realizar as duas práticas.

“Essa relação de bebida e cigarro é alvo de diversos pesquisadores. Ambos causam lesões, os dois podem levar a doenças gravemente parecidas. Um cigarro já causa uma lesão, já o álcool precisa de uma quantidade muito maior”, concluiu.