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Afasc espera reaver verba perdida em desvio de carnes

Associação entrará com ação judicial, baseada em inquérito policial e auditoria interna, contra servidora demitida e taxista que auxiliava ação ilícita
Por Heitor Araujo Criciúma - SC, 28/05/2020 - 11:25 Atualizado em 28/05/2020 - 12:10
Advogado Alexandre Barcelos João respondeu perguntas em coletiva logo após o escândalo tornar-se público (Foto: Arquivo / 4oito)
Advogado Alexandre Barcelos João respondeu perguntas em coletiva logo após o escândalo tornar-se público (Foto: Arquivo / 4oito)

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A Afasc remaneja uma ação judicial para reaver o valor supostamente desviado pela nutricionista Renata Manique Barreto, através da compra de carnes para os Centros de Educação Infantil (CEIs). A investigação aponta para a revenda em cunho pessoal, de compras feitas pela Afasc, em números que chegam a 15 toneladas de carne e R$ 143 mil. 

O advogado da Afasc na ação, Alexandre Barcelos João, falou sobre o processo, que tem como base o apurado na Operação Bocas Famintas. "Até demorou um pouquinho (a formulação do processo) e a gente fez o pedido de emissão das vias para o protocolo da ação, porque o volume de documento é muito grande. Tivemos que fazer confrontação do que se foi apurado na auditoria e em inquérito", afirmou o advogado.

Alexandre detalhou como foi feita a operação fraudulenta pelas duas partes envolvidas, de acordo com o que foi levantado no inquérito policial, que correu em paralelo com auditoria feita dentro da Afasc. A nutricionista comprava a carne e colocava 1,44% a mais em cada CEI. Esse excedente era retirado pela colaboradora, que também retirava carne para revenda na própria empresa fornecedora. Toda a operação contava com a participação de uma taxista, que transportava a nutricionista.

"A gente fez o pedido de emissão das vias para o protocolo da ação, porque o volume de documento é muito grande. Tivemos que fazer confrontação do que se foi apurado na auditoria e em inquérito. Tem muito documento de bilhete, anotação, caderno de controle das escolas, anotações que se tinha dentro da Afasc, os documentos que foram apreendidos na empresa no inquérito, tinha que fazer o cruzamento desses documentos. É fato que houve desvio tanto do que foi entregue quanto do excedente entregue que depois foi retirado", explicou o advogado.

A Operação Bocas famintas apontou para um desvio que pode chegar a R$ 143 mil. Outras cinco pessoas foram indiciadas pela compra das carnes, por questões sanitárias e comércio clandestino de alimentos perecíveis. O caso veio a tona no fim de outubro e gerou a demissão de Renata da Afasc. O tema foi objeto de CPI na Câmara de Vereadores, instaurada no fim de novembro.

O diretor executivo da Afasc, Leandro Boaroli, admitiu o processo frágil de controle da Afasc. A nutricionista era responsável pela compra e fiscalização dos alimentos nos CEIs, o que possibilitou a ação fraudulenta, que pode ter ocorrido por um ano antes de ser desvendada. As compras inferiores a R$ 30 mil não necessitam de contrato. Após o escândalo, a Afasc reformulou a fiscalização nas compras que dispensam acordo formal.

"Mudou o procedimento do controle das atividades de nutrição, porque em razão da confiança e da qualidade do que estava chegando como refeição às crianças, não havia motivação para deconfiar de que houvesse ali algum desvio como ocorreu de fato. Foram aperfeiçoados sistema de controle, com um controlador interno, e procedimentos relativos aos colaboradores", esclareceu Alexandre Barcelos João.

 

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