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Adrenalina a mais para quem curte skate

O skatepark de Criciúma é um sucesso no Parque Centenário Altair Guidi
Por Marciano Bortolin Criciúma, SC, 24/11/2020 - 13:15 Atualizado em 24/11/2020 - 13:25
Fotos: Guilherme Hahn / Toda Sexta / Especial / 4oito
Fotos: Guilherme Hahn / Toda Sexta / Especial / 4oito

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A revista e jornal Toda Sexta apresentou, na edição 007, uma novidade para quem pratica skate em Criciúma: o sucesso da pista de skate, o skatepark, construído no Parque Centenário Altair Guidi. O local, inaugurado há poucas semanas, tem sido ponto de encontro dos praticantes, familiares e amigos, que lotam a pista e chamam a atenção com suas manobras. Entre veteranos do skate e principiantes, os encontros para deslizar sobre os skates viraram rotineiros ali. Confira a reportagem com texto de Marciano Bortolin e fotos de Guilherme Hahn.

Otto Meister se equilibra sobre o skate e segue adiante com o sorriso de quem chegou a mais uma conquista. Andando devagar e em linha reta, ele ainda não faz manobras radicais. Também pudera, aos três anos de idade, ele está começando a praticar o esporte, incentivado pelo pai, Tales Meister, que o observa e presta todo o apoio para que o menino não caía.

São dois meses desde que Otto subiu em um skate pela primeira vez e nem os tombos e joelhos ralados tiraram dele a vontade de seguir praticando. Agora, com a segurança de um adulto, ele sobe em seu skate estilizado com o rosto do personagem infantil Ben 10, mesma marca que ele leva sobre a sua cabeça, no capacete. “Ele nunca teve medo, mesmo caindo, nunca desistiu e sempre pede para vir na pista”, destaca Tales, lembrando que ele e o filho vão ao local em torno de cinco vezes por semana. “Já que estou em home office, tenho o intervalo de uma hora e trago ele. Se trazer com frequência, como ele não tem medo, pode dar certo, talvez não se torne um profissional, mas vai andar bem de skate”, comenta.

O esporte, paixão que o pai vai passando para o filho com sucesso, é praticado em uma manhã de sol no skatepark do Parque Altair Guidi, inaugurado recentemente. Antes, Tales buscava outras alternativas para que Otto não deixasse o skate de lado. “Antes de ter a pista, a gente praticava no estacionamento do nosso prédio e no Parque das Nações”, revela.

Tales recorda que ganhou o primeiro skate quando tinha entre sete e oito anos de idade, o que despertou a sua paixão pelo esporte. “Sempre gostei de andar, mas na época não tinha experiência com manobra, era mais andar reto mesmo, mas não fui muito para a frente, sou mais do surfe. Voltei a andar depois de velho, mas nada profissional e quis passar para o meu filho. Vi na internet que tem bastante criança andando e todos começam muito jovens e ele pegou a manha muito rápido. Primeiro ficou somente com um pé empurrando o skate, depois já ficando com os dois pés. Fui montando os skates para ele, agora ele está um entusiasta”, complementa.

As primeiras manobras

Mesmo em um dia de semana, a pista não é frequentada somente pela dupla. São muitos os skatistas que desfrutam do espaço diariamente, do mais novo ao mais experiente, passando por aqueles que estão tendo as aulas, sonhando com futuros pódios, e quem sabe ser um Bob Burnquist - skatista brasileira famoso. Este é o caso de Miguel Pacheco Rocha, de oito anos de idade, que faz aulas há um ano e meio. “Acho o skate legal e quero ser profissional”, resume.

Os ensinamentos são repassados por Samuel Alexandre da Silva que, além de professor, também é presidente da Associação de Skatistas de Criciúma. Muca, como é conhecido, mantém projetos na busca por levar o esporte ao máximo de jovens possível, mas no momento, as aulas estão com menos alunos devido à pandemia. “Com a ajuda da Fundação Municipal de Esportes, de empresas de marcas de skate, entre outros, vamos ter a possibilidade de atender todos que nos procurarem. Queremos dar skate, equipamento e deixar os alunos aptos para andarem. Tenho certeza que vai estourar de alunos quando voltarmos com o projeto no ano que vem. Temos que organizar, deixar pronto para o fim de janeiro, após a volta das aulas nas escolas, nós começamos a atender”, relata.

A ideia do skatista é passar os ensinamentos às crianças abaixo dos 15 anos de idade. “Assim, nós damos oportunidade para a molecada mais nova. Tirar da comunidade, trazer para o esporte”, acrescenta.

O presidente da Fundação Municipal de Esportes (FME), Marco Antônio Cimolin, ressalta a parceria com a associação na busca por disseminar ainda mais o esporte na cidade. “A tendência é que a parceria continue e que sejam feitas outras parcerias com outras associações e a própria fundação criar a sua escolinha no fim deste ano ou no início do ano que vem”, afirma.

Para todas as idades

As pessoas que utilizam a pista comprovam que o esporte pode ser praticado por todas as idades. Otto, de três anos, Miguel de oito e Alexandre Porto, de 45. Ele subiu no skate pela primeira vez aos dez anos, mas acabou trocando pelo surfe aos 16 anos.

Há um ano e meio, a saudade das pistas bateu forte e Porto deixou as ondas de lado, voltando às pistas. “Voltei e comecei a me preparar para os treinos específicos para esta pista. Eu treinava muito em Urussanga e ter a pista agora aqui do lado de casa facilitou muito para a gente que gosta apenas de praticar para melhorar a qualidade de vida”, conta.

O skate entrou na vida de Alexandre por influência de amigos. “Sempre tive em busca do esporte como lazer e alguns dos meus amigos me influenciaram muito e depois que descobri o skate tudo mudou, a gente se sente muito melhor. Percebemos que 90% dos pais que vêm aqui na pista com os filhos, ao sair, as crianças choram porque querem ficar mais tempo. Como a turma fala: o skate salva”, afirma.

Um espaço adequado

Fãs do futebol querem ter um campo para jogar, assim como ciclistas lutam por uma ciclovia e tenistas sonham com quadras. Da mesma forma, skatistas querem pistas apropriadas para praticar o esporte que amam. E eles ganharam. Desde outubro, a cidade conta com o skatepark, construído no Parque Altair Guidi. São mais de 1,7 mil metros quadrados que teve um investimento de R$ 1,4 milhão, recurso garantido pelo deputado federal Daniel Freitas (PSL). “A pista foi projetada para ser diferente das outras. É mais orgânica. Tem as árvores no meio, pontos de grama. De cima a gente vê que ela é centrada no parque, e que é possível vê-la de longe. Está no meio do parque, não estamos mais escondidos. Tem uma parte copiada de uma rua da Europa. Copiaram da rua e colocaram dentro de uma pista. Não é uma pista padrão para campeonato, mas sim um parque para diversão”, explica o presidente da Associação dos Skatistas, Samuel Alexandre da Silva.

O presidente da FME lembra que esta era uma demanda de pelo menos 20 anos. “Os skatistas não tinham um espaço adequado para praticar o esporte e agora tem uma pista de nível internacional e podem praticar o esporte”, fala.

A pista fica aberta das 5h às 22h, mesmo horário do parque. “Sempre tem gente. Nos fins de semana, inclusive, vêm skatista de vários lugares do estado e do Brasil. Vem gente de Joinville, Porto Alegre, Curitiba”, revela Cimolin.

Fortalecer a modalidade

A Associação dos Skatistas de Criciúma foi criada em 2006 com o intuito de ajudar os praticantes da modalidade. “A intenção é sempre fomentar o movimento do skate, ter alguém para falar com a prefeitura, alguém que tenha voz e que também tem o projeto social. Não nos preocupamos muito com a quantidade de associados, temos o foco na escola, em poder atender uma demanda legal. Queremos fazer render, então não podemos abraçar todos. A associação existe para ajudar quem quer fomentar o skate e ser exemplo”, destaca o presidente da entidade.

O skate se tornou tão importante que a modalidade faria a sua estreia em olimpíadas em Tóquio neste ano, porém os jogos foram adiados devido à pandemia do novo coronavírus. Street e Park foram as duas modalidades escolhidas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) e pela Federação Internacional de Skate (World Skate) para marcarem presença nos jogos. “Criciúma  vem desde 1989 fomentando o skate. O esporte sempre foi forte e fomentado pelos próprios skatistas”, cita Silva. “O skate em Criciúma tem muitos adeptos”, finaliza o presidente da FME.

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