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Reportagem Especial

Acesso no Catarinense, show da torcida e a maestria de Tencati: o ano do Criciúma

Confira uma retrospectiva de como foi o desempenho da equipe em 2022

Por Gabriel Mendes Criciúma, SC, 30/12/2022 - 09:15 Atualizado em 30/12/2022 - 13:27
Foto: Celso da Luz/Assessoria do Criciúma
Foto: Celso da Luz/Assessoria do Criciúma

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O ano de 2022 começou diferente para o Criciúma. Com a queda no Campeonato Catarinense de 2021, as atividades do clube começaram apenas em março com a disputa da Copa do Brasil. Longe de casa, a equipe empatou e se classificou contra o Nova Iguaçu, mas na fase seguinte, acabou sendo derrotado para o Goiás e eliminado da competição. Nos dois primeiros jogos, uma ação inédita aconteceu por parte da diretoria: o Tigre levou torcedores tanto para o Rio de Janeiro, quanto para Goiânia.

Torcida do Criciúma em partida contra o Nova Iguaçu. Foto: Celso da Luz/Assessoria do Criciúma

“Todos colaboraram de levar os torcedores para fora, eu entrava nos ônibus brincando falando que a gente ia para Recife e todo mundo começava a comemorar falando que sim. Foi muito importante essa atitude, transformar a mensalidade do sócio em benefício, mostrou que o Criciúma estava alinhado com o torcedor e isso ficou evidente”, conta o presidente do clube na época, Anselmo Freitas.

“Nosso relacionamento com a diretoria é muito bom, só temos que agradecer, sabemos das dificuldades que é estar viajando e buscar recursos para torcida estar presente em mais locais. A diretoria sempre se mostrou presente nesse momento com a torcida, ela e o clube mostram uma união que faz a diferença”, explica o diretor de comunicação da Os Tigres, Fabiano Coelho.

Torcedor do Criciúma com o escudo tatuado em suas costas. Celso da Luz/Assessoria do Criciúma

Durante o ano, Anselmo Freitas se despediu da presidência do clube, dando lugar a Vilmar Guedes. “Foi uma decisão difícil, mas eu já tinha feito um acordo com o clube que iria sair no final de 2021, porém o pessoal me pediu e acabei ficando mais meio ano para formar o time para os campeonatos”, explica.

Antes da segunda divisão do Estadual e Nacional começar, o Tigre anunciou o seu camisa 10. Com passagens pelo futebol nacional, Marquinhos Gabriel veio para o Criciúma com foco em ser o principal nome do clube para o ano.

Marquinhos Gabriel comemorando o seu segundo gol em virada contra o CSA. Foto: Celso da Luz/Assessoria do Criciúma

A torcida também esteve em conjunto com a equipe e a diretoria e, mesmo sem ter estreado no Brasileirão, o time já havia alcançado a marca de 10 mil sócios, mostrando que a torcida estava abraçando ainda mais o clube.

“Foi um ano que a torcida se solidificou no cenário nacional, tendo reconhecimento de várias outras torcidas e um ano de arquibancada cheia em todos os jogos. Nós estamos muito satisfeitos e esperamos que em 2023 a gente possa fazer ainda melhor”, comemora o diretor de comunicação.

Torcida do Criciúma no último jogo da Série B, contra a Tombense. Foto: Celso da Luz/Assessoria do Criciúma

Começo do Catarinense, Brasileirão e calendário conturbado

 "Às vezes, nossas reclamações eram porque vivíamos disputando um momento de duas competições importantíssimas, tendo obrigatoriedade de subir no Estadual e, ao mesmo tempo, fazendo manutenção do Campeonato Brasileiro. Não é fácil o atleta sair de um jogo da Série B e jogar no Catarinense. Ficou um aprendizado, uma lição para frente e tomara que a gente não viva isso novamente”, relata.

Assim como um maestro, Tencati precisava orquestrar os seus jogadores em busca do acesso. Mesclando atletas nas duas competições, o técnico vivia ressaltando em entrevistas o poder de superação dos jogadores em “virar a chave” de uma competição para outra. Com isso, aos poucos, ele estava conquistando seus objetivos para a temporada e aumentando ainda mais a sua longevidade no clube.

“A longevidade é um fator importante para o treinador, comissão e o clube. É bacana ter essa confiança da direção e torcida, mas a gente sabe que aumenta também a responsabilidade né? Nosso compromisso passa a ser maior em função de fazer melhor e mais, é bom viver um momento igual nós estamos vivendo no Criciúma”, explica Tencati.

Cláudio Tencati com a bola na mão. Foto: Celso da Luz/Assessoria do Criciúma

No primeiro jogo do Criciúma em sua casa, além de ter a torcida como 12° jogador apoiando durante toda a partida contra o Londrina, o jogo também teve a presença ilustre de um gambá no segundo tempo da partida. 

 

Gambá em partida contra o Londrina. Foto: Reprodução/SPORTV

O fator torcida

Não tem como fazer uma retrospectiva do Criciúma sem citar a torcida. Durante o ano, ela foi responsável por transformar o Majestoso em um caldeirão, alcançando recordes no estado. O jogo contra o Vasco teve o maior público de Santa Catarina na época, 19.219, sendo ultrapassado apenas por Figueirense x Paysandu, um tempo depois.

Para o treinador Cláudio Tencati, em 2022, a torcida junto com o clube foi um casamento perfeito. “Desde os primeiros jogos, a gente viu a mobilização do torcedor, o apoio foi aumentando a cada partida, foi se criando uma parceria e nos mobilizou. Não tem dúvida que a cada duelo em casa sabíamos que tínhamos que dar o melhor e entregar para o torcedor porque ele iria nos apoiar o tempo todo”, ressalta. 

Os Tigres em partida contra o Bahia. Foto: Celso da Luz/Assessoria do Criciúma

O goleiro Gustavo é um dos jogadores com maior identificação com a torcida e explicou a importância dela no ano. “Quando entramos em campo, olhamos para arquibancada e vemos aquele apoio incondicional, perdendo ou ganhando, a gente se sente mais forte e confiante. A torcida é o 12° jogador dentro do campo e tem uma importância muito grande em nossa partida, a gente espera que em 2023 possamos comemorar nossos objetivos ali dentro com o torcedor”, pontua. 

O apoio da torcida refletia no número de sócios, o Criciúma é o maior de Santa Catarina em número de sócios e atingiu a marca histórica de 16 mil sócios torcedores.

Saída do 10, acesso e título do Campeonato Catarinense

Em agosto, teve o início e término da novela “Marquinhos Gabriel”. Depois de dias de negociações, o principal jogador do Criciúma se despediu e se transferiu para o Goiás. Na teoria, o Tigre perderia o camisa 10 na reta final da temporada.

Mas, na prática, não foi isso. Após a saída de Marquinhos, o Criciúma ficou 12 jogos sem perder (contando as duas competições), inclusive, vencendo confrontos diretos contra equipes de parte de cima da tabela como Grêmio e arrancando empate do líder isolado Cruzeiro.

 Marquinhos Gabriel e a torcida, mostrando que os jogadores passam mas a torcida fica. Foto: Celso da Luz/Assessoria do Criciúma

A reta final do Catarinense também foi em agosto. Com apenas uma derrota para o Nação na primeira fase, o Criciúma decidiu entrar no mata-mata com o time titular. Coube ao destino que a partida de acesso fosse justamente contra o Nação. Com duas vitórias nos dois jogos, o Tigre finalmente voltava à elite do Catarinense.

“Foi um desafio para a gente, mas estávamos preparados, o clube se preparou bastante para isso, sabíamos do nosso objetivo no campeonato e a gente soube superar os momentos de adversidade, agora estamos felizes por ter retornado a elite do Catarinense”, diz Gustavo. 

Ele foi um dos jogadores remanescentes da equipe que havia sido rebaixada do Estadual em 2021. “Estou muito feliz no clube, espero conseguir alcançar mais os objetivos e continuar fazendo história com a camisa do Criciúma”, analisa o goleiro.

No dia do acesso, no meio da organizada Os Tigres, comemorando o acesso, também estava o ex-presidente Anselmo Freitas. “Estar junto a torcida é um pouquinho mais fácil, a gente sofre e torce junto”, comenta.

A coroação da campanha no Estadual se consagrou na final, vencendo o Atlético Catarinense e se tornando campeão da segunda divisão.

Criciúma comemorando o título da Série B do Catarinense. Foto: Celso da Luz/Assessoria do Criciúma

Final do Brasileirão e a tentativa do acesso

Tencati sempre falava que com o término do Catarinense, o Criciúma poderia focar em um possível acesso do Brasileirão. “Foi o que ocorreu, o rendimento da equipe bateu lá em cima e, automaticamente, a gente brigou para um possível acesso ali faltando cinco rodadas. Estavámos vivo na competição e lutando, então fica a dúvida se a gente poderia ter buscado o sonhado acesso”, enfatiza. 

Arilson e Hygor foram os principais nomes desta reta final do ano, enquanto o primeiro administrava o meio-campo com muita raça e habilidade com os pés, o segundo tornou-se o principal artilheiro da equipe, fazendo gols em jogos consecutivos e ajudando o clube a continuar o sonho do acesso.

Hygor foi o artilheiro da equipe no ano. Foto: Celso da Luz/Assessoria do Criciúma

Mesmo sem o fim da temporada, os preparativos para o ano seguinte já haviam começado e o Criciúma anunciou a renovação do treinador Cláudio Tencati e do volante Arilson, dois dos principais nomes do bom ano do clube.

Arilson comemorando junto com a torcida. Foto: Celso da Luz/Assessoria do Criciúma 


Apesar de lutar até o fim, o Criciúma não conseguiu o acesso. O jogo mais importante foi contra o Vasco da Gama, na 36° rodada, no Rio de Janeiro. A equipe até começou saindo na frente, mas na reta final do segundo tempo sofreu a virada, eliminando a chance de acesso.

Sendo um dos times com menor folha salarial na Série B, o Criciúma terminou a competição em oitavo lugar, com 56 pontos, seis atrás do Bahia, que foi o clube que acabou na 4° colocação.

Apesar de não conseguir o acesso para a elite do Brasileirão, a temporada do Criciúma acabou com todos os objetivos cumpridos e com uma torcida que fez história na arquibancada, marcando um bom ano do clube carvoeiro.

Torcida e jogadores comemorando uma vitória do Criciúma. Foto: Celso da Luz/Assessoria do Criciúma

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