Mesmo após um ano internamente turbulento e de ter ficado a um ponto do acesso à Série A, o presidente do Criciúma, Valter Minotto — que encerra seu mandato — avalia que o clube vive um momento de consolidação, e não de ruptura. Em entrevista ao programa Som Maior Esportes desta quarta-feira (26), na Rádio Som Maior, Minotto fez um balanço da gestão, detalhou números, comentou a montagem do elenco e explicou os desafios financeiros que o clube enfrentará em 2026.
O dirigente relembrou o início de sua presidência, assumida de forma repentina após a crise política que culminou na renúncia de Vilmar Guedes.
“Me perguntaram se eu estava preparado. Eu tinha passado pela base e pelo financeiro, alguma experiência eu tinha. Mas a dimensão era maior do que imaginava: imprensa, torcedor, a cobrança. Mesmo assim, cumpri meu papel. Assumi de surpresa, mas honrei até o fim”, afirmou.
O dirigente destacou que o Criciúma já conta com 14 a 15 jogadores sob contrato, o que permite iniciar o próximo ano em situação muito mais organizada do que em 2025.
“Ano passado, dez dias antes do Estadual, não tínhamos time nem para fazer amistoso. Foi tudo na correria. Agora, não. Hoje o clube tem uma base e vai contratar com calma e mais qualidade.”
Minotto defende que a permanência do técnico Eduardo Baptista e a manutenção do elenco são fundamentais para 2026. Ele afirmou que a renovação foi tratada em conjunto com a próxima diretoria e que o treinador recusou propostas mais altas para permanecer.
A saída da Estrela Bet, patrocinadora máster do clube, abriu o espaço mais valorizado da camisa. Valter Minotto confirmou que a empresa não deve renovar, mas informou que outras casas de apostas já apresentaram propostas expressivas.
“Uma delas já oferece valor maior do que todos os patrocinadores juntos deste ano”, disse.
O presidente também citou valores ainda a receber: R$ 3 milhões do Vitória pela venda de Claudinho (com a Volt como avalista); montante do Juventude caso exerça a compra de Marcelo Hermes; R$ 2,5 milhões da FIFA pela convocação de atletas estrangeiros; e R$ 2,5 milhões da CBF, liberados como aporte extra aos clubes da Série B.
Um ponto de preocupação é a formação de jogadores. A base consumiu mais de R$ 3 milhões no ano, mas não rendeu atletas ao profissional.
“No jogo contra o Athletic, estávamos ganhando de 3 a 0, com dois a mais, e não havia um guri para colocar. Isso não pode acontecer".
Mesmo deixando a presidência, Minotto continuará no clube a pedido do presidente eleito, Pedro Paulo Canella, atuando especialmente na área de captação de recursos e na transição administrativa.
“Vou sair da presidência, mas vou continuar ajudando o Criciúma”, finalizou.
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