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Vexame na Ilha: campeão Catarinense, Avaí faz a segunda pior campanha da história dos pontos corridos

Falhas na montagem do elenco, troca forçada de treinadores e ilusão com o estadual; Leão da Ilha fez tudo errado e conseguiu apenas três vitórias no Brasileirão
Por Heitor Araujo Florianópolis - SC, 12/12/2019 - 18:00
Avaí venceu apenas uma partida em casa no Brasileirão (Fotos: Frederico Tadeu / Avaí F.C.)
Avaí venceu apenas uma partida em casa no Brasileirão (Fotos: Frederico Tadeu / Avaí F.C.)

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O Avaí terminou o Campeonato Brasileiro 2019 na lanterna, com míseros 20 pontos. Foram três vitórias em 38 jogos e um aproveitamento de 17,5%, o que deixou o Leão da Ilha com a marca negativa de ter a segunda pior campanha da história dos pontos corridos, empatado com o Náutico em 2013 e à frente apenas do América de Natal em 2007 - o time Potiguar fez 17 pontos naquela temporada. Mesmo campeão catarinense, a temporada terminou amarga para o torcedor avaiano, principalmente porque estará junto com o rival Figueirense na Série B do ano que vem.

No terceiro capítulo da série de reportagens do Portal 4oito sobre a temporada desastrosa do futebol catarinense, será passado a limpo o ano de 2019 do Avaí. O time da ilha cometeu o pecado de iludir-se com o campeonato estadual e sofreu com a saída repentina de dois treinadores. Contribuiu com  a matéria o jornalista da rádio CBN/Diário de Florianópolis, Janniter de Cordes, Rádio CBN/Diário.

+ O melancólico rebaixamento do Tigre

+ Passou um verdadeiro Furacão pelo Estreito

Vexame

"De certa forma um vexame que o Avaí está fazendo para o futebol catarinense", não hesita em afirmar Janniter de Cordes. A análise é sobre um campanha historicamente negativa do Leão da Ilha no Campeonato Brasileiro, a pior de um catarinense até agora na Série A. 20 pontos conquistados, apenas três vitórias e 18 gols marcados. Foram 24 derrotas e 62 gols sofridos, com um aproveitamento de 17,5%. Um rebaixamento incontestável, que reforça a característica de ioiô do Avaí; nas últimas seis temporadas, foram três rebaixamentos e três acessos à Série A. 

Uma campanha tão fraca não pode ser creditada a um ou outro acontecimento. O Leão da Ilha errou no planejamento desde o começo da temporada, na avaliação de Janniter. Todo o investimento foi pensado apenas para o Brasileirão, mas a campanha irretocável no estadual, aliada com o título sobre a Chapecoense, acabou criando uma ilusão na Ressacada. Quando tentou reagir no nacional, era tarde de mais.

Título Catarinense veio nos pênaltis

Título

Por outro lado, a torcida avaiana foi a única dos cinco grandes do Estado a comemorar um título. Ele veio sobre a Chapecoense após uma dramática final, decidida nas penalidades. O Leão da Ilha terminou a primeira fase com a melhor campanha, 39 pontos em 18 rodadas e na semifinal eliminou o Tigre, também nos pênaltis.

"O time que conquistou o Catarinense teve grandes nomes e números na competição, mas não dá pra nivelar com o nível de Série A. O avaí errou no planejamento. Quando foi no mercado buscar, era tarde. Os jogadores bons no mercado eram caros eo  Avaí não tinha esse poderio financeiro. Por isso trouxe jogadores de qualidade duvidosa, desconhecidos", opina Janniter.

A escalação de Geninho na estreia do Brasileirão teve nove jogadores que atuaram na final do catarinense.

Jejum de vitórias

Com a moral do acesso e do título catarinense na bagagem, Geninho não conseguiu repetir o desempenho na Série A. Em nove jogos, Geninho teve apenas quatro empates e cinco derrotas; sem vencer, deixou o comando do clube por opção própria em meio à parada para a Copa América. 

Para substituir um técnico campeão brasileiro, a direção do Avaí apostou em um nome, de certa forma, emergente no cenário nacional. Alberto Valentim chegou no meio de junho com uma missão espinhosa pela frente: tentar tirar o Leão da Ilha da incômoda lanterna do Brasileirão.

O elenco passava por reformulações. Somaram-se aos experientes Betão e Douglas, que atuou em apenas 13 oportunidades e não marcou nenhum gol, os jovens Brenner e Gustavo Ferrareis, ambos com passagens recentes por Internacional e Botafogo. Foram os jovens os jogadores mais "badalados" anunciados pelo clube em meio ao Campeonato.

"Quem faz um planejamento ruim como esse, paga caro, como o Avaí fez com três vitórias apenas. A saída do Geninho, por opção dele próprio e que indicou o Valentim, mas para aquele momento não era o ideal, acabou não dando certo. O trabalho do Valentim tem como característica para time grande, que ele faz pra jogadores com as características de trabalho dele, que o Avaí não tem", avalisa Janniter. 

Sem dinheiro, Avaí tentou recorrer a jogadores como o meia Douglas, ex-Grêmio

Nas cordas

Valentim ficou quinze jogos no comando do Leão da Ilha. O treinador foi o comandante nas três vitórias do Avaí na competição: contra o Fluminense no Maracanã, Athletico Paranaense na Arena da Baixada e Atlético Mineiro em casa, todas por 1 a 0. 

A vitória contra o Galo foi na 20ª rodada. Depois, foram 18 jogos consecutivos sem vencer; a única comemoração dos jogadores em campo foi após o empate em 0 a 0 contra o Cruzeiro no Mineirão, na 33ª rodada. Curiosamente, nesta mesma rodada o Avaí teve o rebaixamento confirmado.

"Quando o Valentim saiu e o Avaí optou por deixar o auxiliar no comando, foi um erro. Desistiu de lutar cedo demais contra o rebaixamento", atesta Janniter. Faltavam 14 rodadas e o Avaí precisava de nove vitórias

O curioso é que, mesmo com poucas vitórias e na zona de rebaixamento, os dois treinadores que o Avaí perdeu na competição foram por opção dos próprios treinadores. Valentim tinha prestígio no clube, mas saiu para assumir o Botafogo na Série A. 

"Foi um período muito intenso, de muita entrega e trabalho. Muito aprendizado e não poderia ser diferente. Eu estou deixando o clube, mas pode acreditar que o Avaí faz parte da minha vida. Do carinho que tenho por todos. Conhecia o Avaí de longe, com uma fama totalmente diferente do que vocês deixaram. Um time organizado, muita saúde financeira, com pessoas maravilhosas que trabalham hoje aqui. Falei ontem no fim do jogo que o Avaí está vivo sim. Não será fácil a permanência, mas vou torcer muito para que continue", disse Valentim na despedida, no dia 11 de outubro.

Jonathan fez o gol da única vitória do Avaí na Ressacada no Brasileirão

Ano de derrotas

Apesar do título catarinense, 2019 pode ser considerado um ano de derrotas para o Avaí. Em 62 partidas, perdeu 29 e venceu apenas 17. Na Copa do Brasil, uma eliminação na terceira rodada para o Vasco, com duas derrotas. 

Não faltaram erros no planejamento: montagem de elenco, ilusão com o estadual e perda de dois treinadores. Um ano depois de subir, o Avaí voltou para a Série B do Brasileirão, com a segunda pior campanha da história dos pontos corridos. "Todo mundo admitiu os erros e a falha de planejamento e isso deve servir de lição para todo mundo"

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